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terça-feira, 25 de setembro de 2012

II Parte - O jovem instruído na prática de seus deveres religiosos - São João Bosco

II Parte
Primeira Parte
Do que necessita um jovem para
ser virtuoso
ARTIGO I.

Conhecimento de Deus

            Observai, queridos filhos, tudo o que existe no Céu e na terra. O sol, a lua, as estrelas, o ar, a água, o fogo; tempo houve em que todas estas coisas não existiam. Nenhuma coisa pode jamais dar a existência a si mesma. Deus com a sua onipotência, as tirou todas do nada, criando-as; é por isso que Ele se chama Criador.
            Este Deus, que sempre existiu e sempre há de existir, depois de ter criado todas as coisas contidas no Céu e na terra, criou também o homem, que é a mais perfeita de todas as criaturas visíveis. Por isso, os nossos olhos, a boca, a língua, os ouvidos, as mãos, os pés, são todos dons do Senhor.

            O homem distingue-se de todos os outros animais, principalmente por ter uma alma que pensa, raciocina, quer e conhece o que bem e o que é mal. Esta alma, por ser um puro espírito, não pode morrer com o corpo; mas, quando este for levado a sepultura, irá ela começar outra vida, que mais há de acabar. Se praticou o bem, será sempre feliz com Deus no Paraíso, onde gozará de todos os bens eternamente; se fez o mal, será punida com um terrível castigo, no inferno, onde padecerá para sempre o fogo e toda a sorte de tormentos.

            Considerai contudo, meus filhos que nós fomos criados todos para o Paraíso e Deus, que é Pai bondoso, condena ao inferno somente quem o merecer pelos seus pecados. Oh! Quanto o Senhor nos ama e quanto deseja que façamos boas obras para assim poder-nos tornar participante daquela grande felicidade, que tem reservada para todos eternamente no Céu!

ARTIGO II.
Deus tem particular amor à juventude

            Persuadidos que estamos, caros jovens, de que fomos todos criados para o Céu, devemos dirigir todas as nossas ações para alcançar este grande fim.A isto nos há de mover o prêmio que Deus nos promete, o castigo com que nos ameaça.Mas o que mais que tudo nos deve levar a amá-Lo e a servi-Lo, há de ser o grande amor que nos têm.Pois que, embora Ele ame a todos os homens, como obra de suas mãos, consagra todavia um afeto todo particular aos meninos e acha as suas delícias em permanecer no meio deles: Deliciae meac esse cum filiis hóminum.Deus vos ama, porque de vós espera muitas boas obras; ama-vos porque estais numa idade simples, humilde, inocente e, por via de regra, não vos tornaste ainda vítima do inimigo infernal.
            Há ainda outras provas não menores da especial benevolência que vos tem o Divino Redentor.Ele assegura que considera como feitos a si mesmo todos os benefícios que vos fizerem a vós e ameaça de maneira terrível os que vos escandalizam.

            Eis as suas palavras: “Se alguém escandalizar a um destes pequeninos que crêem em Mim, melhor lhe fora que lhe atassem ao pescoço uma mó de moinho e que o lançassem ao fundo do mar”.Gostava muito que os meninos O seguisse, chamava-os para perto de Si, abraçava-os, e lhes dava a sua santa benção. “Deixai, dizia, deixai que os meninos venham a mim: Sínite párvulos veníre ad me”; dando assim evidentemente a conhecer que vós, ó jovens, sois as delícias do seu coração.

            Visto que o Senhor vos ama tanto, deve ser vosso firme propósito corresponder-Lhe, fazendo tudo o que lhe agrada e evitando tudo o que o poderia desgostar.


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