II Parte
Primeira Parte
Do que necessita um jovem para
ser virtuoso
ARTIGO I.
Conhecimento de Deus
Observai, queridos filhos, tudo o
que existe no Céu e na terra. O sol, a lua, as estrelas, o ar, a água, o fogo;
tempo houve em que todas estas coisas não existiam. Nenhuma coisa pode jamais
dar a existência a si mesma. Deus com a sua onipotência, as tirou todas do
nada, criando-as; é por isso que Ele se chama Criador.
Este Deus, que sempre existiu e
sempre há de existir, depois de ter criado todas as coisas contidas no Céu e na
terra, criou também o homem, que é a mais perfeita de todas as criaturas
visíveis. Por isso, os nossos olhos, a boca, a língua, os ouvidos, as mãos, os
pés, são todos dons do Senhor.
O homem distingue-se de todos os
outros animais, principalmente por ter uma alma que pensa, raciocina, quer e
conhece o que bem e o que é mal. Esta alma, por ser um puro espírito, não pode
morrer com o corpo; mas, quando este for levado a sepultura, irá ela começar
outra vida, que mais há de acabar. Se praticou o bem, será sempre feliz com
Deus no Paraíso, onde gozará de todos os bens eternamente; se fez o mal, será
punida com um terrível castigo, no inferno, onde padecerá para sempre o fogo e
toda a sorte de tormentos.
Considerai contudo, meus filhos que
nós fomos criados todos para o Paraíso e Deus, que é Pai bondoso, condena ao
inferno somente quem o merecer pelos seus pecados. Oh! Quanto o Senhor nos ama
e quanto deseja que façamos boas obras para assim poder-nos tornar participante
daquela grande felicidade, que tem reservada para todos eternamente no Céu!
ARTIGO II.
Deus tem particular amor à juventude
Persuadidos que estamos, caros
jovens, de que fomos todos criados para o Céu, devemos dirigir todas as nossas
ações para alcançar este grande fim.A isto nos há de mover o prêmio que Deus
nos promete, o castigo com que nos ameaça.Mas o que mais que tudo nos deve
levar a amá-Lo e a servi-Lo, há de ser o grande amor que nos têm.Pois que,
embora Ele ame a todos os homens, como obra de suas mãos, consagra todavia um
afeto todo particular aos meninos e acha as suas delícias em permanecer no meio
deles: Deliciae meac esse cum filiis hóminum.Deus vos ama, porque de vós espera
muitas boas obras; ama-vos porque estais numa idade simples, humilde, inocente
e, por via de regra, não vos tornaste ainda vítima do inimigo infernal.
Há ainda outras provas não menores
da especial benevolência que vos tem o Divino Redentor.Ele assegura que
considera como feitos a si mesmo todos os benefícios que vos fizerem a vós e
ameaça de maneira terrível os que vos escandalizam.
Eis as suas palavras: “Se alguém
escandalizar a um destes pequeninos que crêem em Mim, melhor lhe fora que lhe
atassem ao pescoço uma mó de moinho e que o lançassem ao fundo do mar”.Gostava
muito que os meninos O seguisse, chamava-os para perto de Si, abraçava-os, e
lhes dava a sua santa benção. “Deixai, dizia, deixai que os meninos venham a
mim: Sínite párvulos veníre ad me”; dando assim evidentemente a conhecer que
vós, ó jovens, sois as delícias do seu coração.
Visto que o Senhor vos ama tanto,
deve ser vosso firme propósito corresponder-Lhe, fazendo tudo o que lhe agrada
e evitando tudo o que o poderia desgostar.
SÓ DO AMOR DE DEUS E DO EXEMPLO DE JESUS CRUCIFICA!
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