Nosso Canal

sexta-feira, 30 de março de 2012

Explicações tidas pelo Anjo da Guarda: Do Diário de Gemma Galgani (alguns trechos).


Na manhã do dia 25 de março, Jesus se fez presente à minha alma mais vezes: sentia um recolhimento interno, que por graça de Deus nada podia me distrair; ao meio dia sinto que o meu anjo me bate no ombro e me diz:

Gemma, venho em nome de Jesus a exaurir a sua promessa.
Não sabia o que pensar; fiquei admirada em escutar aquelas palavras.
Filha, acrescentou, eu sou o teu guarda, mandado de Deus; eu venho para fazer-te entender um mistério, maior que todos os outros mistérios.
Era estupefata, ainda não entendia... O meu anjo percebeu e me disse:
- Lembras, 12 dias atrás, aquilo que te prometi?
Pensei e logo me veio à mente.
Sabes, oh minha filha, que eu te falarei sobre Maria Santíssima, de uma moçinha tão humilde diante do mundo, mas de uma infinita grandeza diante de Deus; te falarei da mais linda, da mais santa de todas as criaturas; da filha predileta do Altíssimo, daquela que vinha destinada à incomparável dignidade de mãe de Deus.
... Era já noite adentro e Maria Santíssima estava sozinha no seu quarto: rezava, era toda compenetrada em Deus. De repente aparece uma grande luz naquele mísero quarto e o arcanjo, transformando-se em corpo humano e circundado de um numero infinito de anjos, vai perto de Maria, reverente e majestoso. A reverência como Senhora, sorri a Ela como anunciador de uma bela noticia e com doces palavras assim lhe diz: "Ave, ó Maria, o Senhor é com ti. A bendita tu és entre todas as mulheres". O belo, o grande e sublime augúrio, que na terra nunca se escutou nem se escutará jamais!

..."Apenas o arcanjo celeste pronunciou estas palavras, silenciou, quase esperando o sinal dela para explicar a sua divina embaixada. Maria porém, escutando a surpreendente saudação, se inquietou; se calou e pensava. Mas talvez crias, ó filha minha, que à Maria não tivessem descido os anjos do paraíso? Ela a cada momento gozava da visita e dos doces colóquios... Ela não vai investigar na sua mente o significado misterioso, mas se inquieta porque; acredita ser indigna da saudação Angélica. Ah! Filha minha",
 me repetia, "se Maria tivesse sabido quanto a sua humildade fosse de agrado ao Senhor, não se teria sentido indigna dos obséquios de um anjo. "Como, dizia para si mesma, "um anjo de Deus me chama cheia de graça, enquanto eu me reconheço não merecedora de qualquer divino favor? "Como, pensava Maria, "um anjo do paraíso me chama bendita entre as mulheres, enquanto sou entre as mulheres a mais inútil, a mais vil, a mais objeta? Qual mistério se esconde atrás do véu desta sublime saudação?...
"À saudação do anjo, Maria não havia dado nenhuma resposta; então Gabriel para acalmá-la repetiu: "Não temer, ó Maria, tu és a única que encontrou graça diante o Altíssimo. Deste momento conceberás no teu seio um filho, o chamará com o nome de Jesus e de todos será chamado Filho do Altíssimo: a ele será dado o trono de Davi, reinará em eterno e o seu reino não terá fim". Com estas sublimes palavras o arcanjo explicou tudo o que devia a Maria...

... O anjo já havia manifestado a Virgem o mistério da grande missão, isto é, que Ela estava para ser a mãe do Filho do Altíssimo. Mas Ela, olhando na direção do anjo, lhe disse: "E em que modo poderá acontecer isto, se conservo o meu candor virginal?" (Já tinha sido prognosticado por Isaías, que dizia que o Cristo devia nascer da mãe virgem)... Saiba, aqui me disse o meu anjo, "que Maria Santíssima, com um exemplo jamais ouvido, desde do início da sua vida tinha consagrado ao celeste esposo das almas castas a sua flor virginal e, mesmo que não fosse sujeita a tentações, não havia deixado de conservar aos seus lírios entre os espinhos da mortificação.

quinta-feira, 29 de março de 2012

A Cruz é um convite a nós cristãos católicos


Somos agraciados por um tempo propício em nossas vidas que nos é concedido a nós, filhos da verdadeira Igreja de Cristo, o tempo de conversão. Tempo esse voltado para uma mudança de algo que não vai bem em nossa vida. É necessário termos em mente as palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo: “o Reino de Deus está próximo”.

Que reino é esse que nos é apresentado por Jesus? Um reino de liberdade, de justiça e de paz? Poderíamos dedicarmo-nos nesses aspectos, mas evidentemente que o Reino de Deus, não se dá apenas em uma mudança social histórica, mas sim, encontramo-nos em uma mudança interior, a do nosso coração. Onde não está apenas contido o meu sentimentalismo, mas sim o meu eu verdadeiro, que necessita de mudanças radicais em minha vida.

Poderíamos questionar-nos: em que aspecto, o tempo quaresmal de 2012 ajudou-me a ser um outro Cristo crucificado para o mundo? É clara a palavra de Cristo a seus apóstolos: quem quiser seguir-me, tome a sua cruz. A Cruz é um convite a nós cristãos católicos, por isso não podemos envergonharmos da Santa Cruz pela qual pendeu a nossa salvação. Por isso, não podemos tirar a cruz de nossas vidas. É impossível termos a ressurreição sem a cruz.
Sem. Felipe Menegat 

Fico perplexo quando deparo-me com igrejas que substituem a cruz com pinturas e imagens, do Cristo ressuscitado. Isso indica que a mentalidade que está acometendo o mundo atual sem o valor ao sofrimento apenas valorizando o prazer e a ganância, parasitou também em nossas Igrejas.

Não podemos esquecer o que Jesus já rezava no Getsêmani: “Pai glorifica o teu filho“. O filho só teve sua glória completa passando pela cruz e pelo sofrimento.

Não é necessário tornar-nos masoquistas, mas também não devemos esquecer-nos, de que somos a igreja da cruz, por isso exaltamos nosso Senhor Jesus Cristo, que por sua cruz remistes o mundo. 


Sem Felipe Menegat

O que o Catecismo Maior de São Pio X nos ensina sobre o Santo Sacrifício da Missa?

Retirado do Catecismo Maior de São Pio X, capítulo V que refere ao Santo Sacrifício da Missa. Que nos explica de forma simples e piedosa como o fiel deve compreender e portar-se na celebração. O catecismo se utiliza do esquema pergunta e resposta para a nossa melhor compreensão.



CAPÍTULO V
Do Santo Sacrifício da Missa

§ 1.O - DA ESSÊNCIA, DA INSTITUIÇÃO E DOS FINS DO SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA

649) Deve considerar-se a Eucaristia só como Sacramento?
A Eucaristia não é somente um Sacramento; é também o sacrifício permanente da Nova Lei, que Jesus Cristo deixou à Igreja, para ser oferecido a Deus pelas mãos dos seus sacerdotes.

650) Em que consiste em geral o sacrifício?
O sacrifício, em geral, consiste em oferecer a Deus uma coisa sensível, e destruí-la de alguma maneira, para reconhecer o supremo domínio que Ele tem sobre nós e sobre todas as coisas.

651) Como se chama este sacrifício da Nova Lei?
Este sacrifício da Nova Lei chama-se a santa Missa.

652) Que é então a santa Missa?
A santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, oferecido sobre os nossos altares, debaixo das espécies de pão e de vinho, ein memória do sacrifício da Cruz.

653) É o Sacrifício da Missa o mesmo que o da Cruz?
O Sacrifício da Missa é substancialmente o mesmo que o da Cruz, porque o mesmo Jesus Cristo, que se ofereceu sobre a Cruz, é que se oferece pelas mãos dos Terceiro Catecismo 108 sacerdotes seus ministros, sobre os nossos altares, mas quanto ao modo por que é oferecido, o sacrifício da Missa difere do sacrifício da Cruz, conservando todavia a relação mais íntima e essencial com ele.

654) Que diferença, pois, e que relação há entre o Sacrifício da Missa e o da
Cruz?
Entre o Sacrifício da Missa e o sacrifício da Cruz há esta diferença e esta relação: que Jesus Cristo sobre se ofereceu derramando o seu sangue e merecendo para nós; ao passo que sobre os altares Ele se sacrifica sem derramamento de sangue, e nos aplica os frutos da sua Paixão e Morte.

terça-feira, 27 de março de 2012

Celibato não é obstáculo para novas vocações, afirma Prefeito vaticano.

 MADRI, 21 Mar. 12 / 12:06 pm (ACI/EWTN Noticias)


O Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Mauro Piacenza, descartou que o celibato seja um obstáculo a um novo florescimento vocacional de sacerdotes, pois "não devemos trair os jovens rebaixando os ideais, e sim devemos ajudá-los a alcançá-los".

"Dos últimos cinquenta anos virou quase uma moda agredir ciclicamente o celibato eclesiástico. Em alguns ambientes é fácil intuir que se trata de uma verdadeira e própria estratégia", criticou a autoridade vaticana.

Em declarações ao site espanhol de informação católica Religión Digital, o Cardeal Piacenza sublinhou que "a Igreja é plenamente consciente da extraordinária riqueza desse dom, que Deus lhe deu. Certamente não é apenas uma lei eclesiástica".

O celibato, explicou o Prefeito da Congregação para o Clero, é "uma normal conseqüência, particularmente acorde à identidade do sacerdote e de seu ser configurado a Cristo, totalmente entregue à obra da redenção".

Questionado sobre a possibilidade de admitir o sacerdócio feminino como alternativa para aumentar as vocações, o Cardeal Piacenza assinalou que esta questão foi resolvida pelo Beato Papa João Paulo II em sua Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, onde este assinalou que a ordenação sacerdotal está reservada só aos homens.

O Cardeal também se referiu à firme intenção de Bento XVI de limpar a Igreja de maus elementos em seu interior. "É necessário estar sempre vigilantes, porque jamais se termina de ‘fazer limpeza’, meramente porque nunca se termina de converter-se, e a luta contra o pecado durará até à consumação da história", assinalou.

O prefeito vaticano recomendou àqueles sacerdotes que tenham perdido a ilusão em sua vida consagrada, que vivam "a oração e a fraternidade".
"A primeira nos põe continuamente em contato com Deus e com a origem e a razão de nossa existência e de nosso ministério. A segunda é condição imprescindível de uma experiência existencial autenticamente humana, na qual a comunhão e a fraternidade é sinal da nova vida que Cristo inaugurou".

O Cardeal afirmou que "na vida sacerdotal, cada novo dia e cada dia o Senhor reserva algo grande. Se somos realistas e honestos conosco mesmos, todos entendemos que o dom do sacerdócio floresce em nossas mãos dia após dia, ano após ano e, depois de muitos lustros, apresenta-se com toda sua beleza, como jamais poderíamos ter imaginado no dia abençoado de nossa ordenação".

"Estou acostumado a viver a dimensão da lembrança, que chega a ser memória. Eu recordo e volto a me apaixonar por Deus", concluiu. 



Fonte 
ACI Digital

Discurso do Papa Bento VXI na cerimônia de boas-vindas




CERIMÔNIA DE BOAS-VINDAS
DISCURSO DO PAPA BENTO XVI

Santiago de Cuba, Aeroporto Internacional Antonio Maceo 
Segunda-feira, 26 de Março de 2012
Senhor Presidente,
Senhores Cardeais e Irmãos no Episcopado,
Distintas Autoridades,
Membros do Corpo Diplomático,
Senhores e senhoras,
Queridos amigos cubanos!

Agradeço-lhe, Senhor Presidente, o acolhimento dispensado e as amáveis palavras de boas-vindas com que quis transmitir, da sua parte e também do governo e do povo cubano, os sentimentos de respeito pelo Sucessor de Pedro. Saúdo as Autoridades que nos acompanham, assim como os Membros do Corpo Diplomático aqui presentes. Dirijo uma cordial saudação a D. Dionisio Guillermo García Ibáñez, Arcebispo de Santiago de Cuba e Presidente da Conferência Episcopal, ao Cardeal Jaime Ortega y Alamino, Arcebispo de Havana, e aos restantes Bispos de Cuba, a todos certificando da minha solidariedade espiritual. E por fim saúdo, com todo o carinho do meu coração, os fiéis da Igreja Católica em Cuba, os amados habitantes desta linda Ilha e todos os cubanos onde quer que se encontrem. Tenho-vos sempre muito presente no coração e na minha oração, e ainda mais nos últimos dias quando o momento tão desejado de vos visitar se ia aproximando e que, graças à bondade divina, chegou.

Encontrando-me agora no vosso meio, não posso deixar de lembrar a histórica visita a Cuba do meu predecessor, o Beato João Paulo II, que deixou uma marca indelével na alma dos cubanos. O seu exemplo e os seus ensinamentos constituem uma guia luminosa para muitos, crentes ou não, que os orienta tanto na vida pessoal como na atuação pública ao serviço do bem comum da Nação. De fato, a sua passagem pela Ilha foi uma espécie de brisa suave de fresca aragem que deu novo vigor à Igreja em Cuba, despertando em muitas pessoas uma renovada consciência da importância da fé e encorajando a abrir os corações a Cristo, ao mesmo tempo que reacendeu a esperança e revigorou o desejo de trabalhar corajosamente por um futuro melhor. Um dos frutos importantes daquela visita foi a inauguração duma nova etapa nas relações entre a Igreja e o Estado cubano caracterizada por um espírito de maior colaboração e confiança, embora permaneçam ainda muitos aspectos em que se pode e deve avançar, especialmente no que diz respeito à contribuição imprescindível que a religião é chamada a prestar no âmbito público da sociedade.

Estou muito feliz por poder partilhar a vossa alegria na celebração do IV centenário da descoberta da imagem sagrada da Virgem da Caridade do Cobre. A sua figura cativante esteve, desde o início, muito presente tanto na vida pessoal dos cubanos como nos grandes acontecimentos do País, especialmente durante a sua independência, sendo venerada por todos como verdadeira mãe do povo cubano. A devoção à «Virgem Mambisa» sustentou a fé e encorajou a defesa e promoção de tudo o que dignifica a condição humana e dos seus direitos fundamentais; e hoje continua fazê-lo ainda com mais força, dando assim testemunho visível da fecundidade da pregação do Evangelho nestas terras e das profundas raízes cristãs que configuram a identidade mais genuína da alma cubana. Seguindo o rasto deixado por tantos peregrinos ao longo destes séculos, também eu desejo ir a El Cobre prostrar-me aos pés da Mãe de Deus para Lhe agradecer a solicitude com que cuida de todos os seus filhos cubanos e confiar à sua intercessão os destinos desta amada Nação para que os guie pelas sendas da justiça, da paz, da liberdade e da reconciliação.

Venho a Cuba como peregrino da caridade, para confirmar os meus irmãos na fé e encorajá-los na esperança, que nasce da presença do amor de Deus nas nossas vidas. Levo no coração as justas aspirações e os legítimos desejos de todos os cubanos – onde quer que se encontrem –, os seus sofrimentos e alegrias, as suas preocupações e os anseios mais nobres, especialmente dos jovens e dos idosos, dos adolescentes e das crianças, dos doentes e dos trabalhadores, dos encarcerados e dos seus familiares, bem como dos pobres e necessitados.

Muitas partes do mundo atravessam, hoje, um momento de particular dificuldade econômica, cuja origem tantos concordam em situá-la numa profunda crise de tipo espiritual e moral, que deixou o homem sem valores e desprotegido contra a ganância e o egoísmo de certos poderes que não têm em conta o bem autêntico das pessoas e das famílias. Não é possível continuar por mais tempo na mesma direção cultural e moral, que causou esta situação dolorosa que muitos sentem. Em vez disso, o verdadeiro progresso necessita duma ética que coloque no centro a pessoa humana e tenha em conta as suas exigências mais autênticas, de modo especial a sua dimensão espiritual e religiosa. Por isso, vai ganhando cada vez mais espaço, no coração e na mente de muitas pessoas, a certeza de que a regeneração das sociedades e do mundo exige homens retos e de firmes convicções morais e altos valores de fundo que não sejam manipuláveis por interesses limitados mas correspondam à natureza imutável e transcendente do ser humano.

Queridos amigos, estou convencido de que Cuba, neste momento tão importante da sua história, estende já o seu olhar para o amanhã, esforçando-se por renovar e ampliar os seus horizontes; para isso contribuirá aquele imenso patrimônio de valores espirituais e morais que plasmaram a sua identidade mais genuína e que estão esculpidos na obra e na vida de muitos e insignes pais da Pátria, como o Beato José Olallo y Valdés, o Servo de Deus Félix Varela e o insigne José Martí. A Igreja, por sua vez, soube contribuir diligentemente para a promoção de tais valores através da sua generosa e incansável missão pastoral, e renova os seus propósitos de continuar a trabalhar sem descanso para servir do melhor modo a todos os cubanos.

Peço ao Senhor que abençoe copiosamente esta terra e seus filhos, particularmente os que se sentem desfavorecidos, os marginalizados e quantos sofrem no corpo ou no espírito, e conceda a todos, por intercessão de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, um futuro cheio de esperança, solidariedade e concórdia. Muito obrigado.

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"Cerca de 200 mil cubanos, segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, muitos deles vindos do exterior, receberam a Sua Santidade nesta segunda-feira (26) de maneira muito calorosa e assistiram na Praça Antonio Maceo, em Santiago, à missa comemorativa do 400º aniversário da descoberta da imagem da Caridad del Cobre, padroeira de Cuba."

segunda-feira, 26 de março de 2012

Anunciação do Senhor

Pelo anjo São Gabriel foi anunciada a Encarnação do Verbo à Virgem Maria. Esse importante momento da História da Redenção é apresentado pelas belas e profundas palavras da piedade medieval, eternizadas na Legenda Áurea (ou Legenda Dourada).
Essa importante obra, composta na Idade Média pelo bem-aventurado Tiago de Varazze (arcebispo de Gênova, oriundo da ordem dominicana, 1226-1298), expressa muito bem a inteligência privilegiada e os dotes literários e devocionais do autor; foi ela responsável pela alimentação espiritual de numerosas almas no decorrer de vários séculos.

A Anunciação
A Anunciação do Senhor é assim chamada porque no dia agora comemorado um anjo anunciou a vinda do Filho de Deus na carne. Por três razões convinha que a encarnação do Filho de Deus fosse precedida por um anúncio, que foi feito pelo anjo.
1) Para que a ordem da reparação correspondesse à ordem da prevaricação. Assim como o diabo tentou a mulher para levá-la à dúvida, da dúvida ao consentimento, e do consentimento à queda, o anjo anunciou à Virgem para estimular sua fé e levá-la da fé ao consentimento e do consentimento à concepção do Filho de Deus.
2) Por causa do ministério do anjo, porque sendo o anjo ministro e escravo do Altíssimo, e tendo a bem-aventurada Virgem sido escolhida para mãe de Deus, era sumamente conveniente que o ministro servisse à senhora e era justo que a Anunciação fosse feita à bem-aventurada Virgem pelo ministério de um anjo.
3) Para reparar a queda do anjo. Se a Encarnação não teve como único objetivo reparar a queda do homem, mas também reparar a ruína do anjo, os anjos não deveriam ser dela excluídos. Como a mulher não está excluída do conhecimento do mistério da Encarnação e da Ressurreição, o mesmo deveria ser do conhecimento do mensageiro angélico. Por isso Deus anunciou ambos os mistérios à mulher por intermédio de um anjo: a Encarnação à Virgem Maria, e a Ressurreição a Maria Madalena.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Em panfletagem antiaborto, grupo pede em SP demissão da ministra. Dom Bergonzini lança nota oficial louvando blogueiros e anunciando processo contra “católicas” pelo direito de decidir.


Agência O Globo | SÃO PAULO. Um grupo de cem manifestantes, entre eles religiosos e ativistas pró-vida, reuniu-se nesta quarta-feira na Praça da Sé, no centro de São Paulo, para exigir a demissão “imediata” da ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e uma reforma do Código Penal que não legalize as práticas do aborto ou da eutanásia no Brasil.

 As declarações da ministra de que o aborto é uma questão de saúde pública, feitas no início ano, foram duramente criticadas por participantes do ato, organizado pela Comissão em Defesa da Vida, organismo da Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Um dos cartazes, carregado por um dos manifestantes, chamava Eleonora Menicucci de “assassina” e mostrava uma criança sendo atacada por uma estrela vermelha, o símbolo do PT.
- Ela precisa ser substituída não tanto pelo trabalho que vem realizando agora, mas porque sempre defendeu o aborto, que é o grande estrago para a mulher. A presidente Dilma Rousseff também sempre se declarou favorável ao aborto, até a época das eleições, mas parece que até agora ela vem mantendo uma linha de coerência – criticou o coordenador regional da Comissão em Defesa da Vida, o padre Berardo Graz, que acrescentou:
- A indicação de uma pessoa que praticamente sempre exaltou o aborto, porém, é o primeiro passo para sair dessa coerência.
O ato teve início no final da manhã, na escadaria da Catedral da Sé, no centro de São Paulo. Às 13 horas, os manifestantes caminharam, acompanhados por um carro de som, até a Praça João Mendes, onde passaram a ser liderados pelo bispo emérito de Guarulhos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini. O religioso causou polêmica nas últimas eleições presidenciais ao ter sido um dos responsáveis pela encomenda de dois milhões de panfletos que criticavam o PT e a então candidata petista Dilma Rousseff por apoiar a “descriminalização do aborto”.
Na época, a Justiça Eleitoral determinou a apreensão dos panfletos, que foram liberados no ano passado e devolvido há um mês à Comissão em Defesa da Vida. Na manifestação desta quarta-feira, foram levados mais de cem mil panfletos para serem distribuídos aos paulistanos.
- Esse é o primeiro ato programado por nós, talvez sejam necessários outros, vai depender dos acontecimentos. O nosso desejo é que o governo federal tome consciência de que o maior valor humano que temos é a vida. A nossa posição de ontem é a posição de hoje. Nós não mudamos de opinião, não acontece como certas autoridades que, conforme o que interessa, mudam de opinião – afirmou dom Luiz Gonzaga Bergonzini, que criticou a presidente Dilma Rousseff pela nomeação da atual ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres.
 O governo federal e a presidente estão tirando a castanha (do fogo) com a mão do gato em suas atitudes. Ela não fala abertamente, mas nomeia ministras que são abortistas.
O coordenador regional da Comissão em Defesa da Vida informou que o organismo ainda não definiu se fará um novo panfleto para as eleições municipais deste ano. Na opinião dele, contudo, as pré-candidaturas de Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB) à prefeitura de São Paulo preocupam. Berardo Graz lembrou que o pré-candidato do PSDB José Serra assinou em 1998, quando era ministro da Saúde, norma técnica que trata de procedimentos para realização do aborto legal no Sistema Único de Saúde (SUS). Ele ponderou, contudo, que o tucano é o candidato “menos ruim” da corrida eleitoral.
Procurada pelo GLOBO, a ministra Eleonora Menicucci respondeu, por meio de nota, que a Secretaria de Políticas para as Mulheres “está empenhada na implementação de políticas públicas em defesa dos direitos das mulheres e no diálogo com todos os setores da sociedade brasileira, em consonância com as diretrizes do governo federal”. A assessoria de imprensa da CNBB informou que as suas estruturas regionais têm legitimidade para se pronunciar pela entidade.

terça-feira, 20 de março de 2012

Carta do Pe. Nicola Bux a Dom Fellay e aos Padres da Fraternidade Sacerdotal São Pio X.

Excelência Reverendíssima,
Caríssimos Irmãos,

Padre Nicola Bux é também consultor
para as Congregações para a Doutrina da Fé,
 Causa dos Santos e Culto Divino,
assim como do Ofício para as Celebrações
Litúrgicas Pontifícias.
A fraternidade cristã é mais forte que a carne e o sangue, pois nos oferece, graças à Divina Eucaristia, um antegozo do paraíso.
Cristo nos convida a fazer a experiência da comunhão, é nisto que consiste o nosso “eu”. A comunhão é estimar a priori o seu próximo, pois temos em comum o único Salvador. Consequentemente, a comunhão está pronta a todo sacrifício em nome da unidade; e esta unidade deve ser visível, como nos ensina a última invocação da oração dirigida por Nosso Senhor a seu Pai – “ut unum sint, ut credat mundus” –, porque ela é o testemunho decisivo dos amigos de Cristo.
É inegável que numerosos fatos do Concílio Vaticano II e do período que o seguiu, vinculados à dimensão humana deste acontecimento, representaram verdadeiras calamidades e causaram profundas dores a grandes homens de Igreja. Mas Deus não permite que a Sua Santa Igreja possa chegar à auto-destruição.
Não podemos considerar a dureza do fator humano sem ter confiança no fator divino, ou seja, na Providência que, ao mesmo tempo em que respeita a liberdade humana, guia a história, e em especial a história da Igreja.
A Igreja é, ao mesmo tempo, instituição divina, divinamente garantida, e produto humano. O aspecto divino não prejudica o humano — personalidade e liberdade — e nem necessariamente o inibe; o aspecto humano, permanecendo íntegro, e mesmo comprometendo, não prejudica nunca o divino.
Por razões de Fé, mas também devido a confirmações, mesmo lentas, que observamos no âmbito histórico, cremos que Deus preparou e continua a preparar, ao longo destes anos, homens dignos de remediar os erros e quedas que todos nós lamentamos. Já aparecem, e aparecerão sempre mais, santas obras isoladas umas das outras, mas ligadas à distância por uma estratégia divina cuja ação constitui um plano ordenado, como aquele ocorrido miraculosamente na época da dolorosa revolta de Lutero.
Essas intervenções divinas parecem se multiplicar na medida em que os fatos se complicam. O futuro o demonstrará, como já estamos convencidos, e já parece romper a aurora.
Durante alguns momentos, a incerta aurora luta contra as trevas, lentas em se retirar, mas quando ela aponta, sabemos que o sol está lá e segue inevitavelmente o seu curso no céu.
Com Santa Catarina de Sena, queremos vos dizer: “Vinde a Roma com toda segurança”, junto à casa do Pai comum que nos foi dado como princípio e fundamento visíveis e perpétuos da unidade católica.
Vinde tomar parte neste futuro abençoado cuja aurora já se entrevê, apesar das trevas persistentes.
A vossa recusa aumentaria as trevas, e não a luz. Muitos são os raios de luz que já admiramos, a começar pelos da grande restauração litúrgica operada pelo Motu Proprio “Summorum Pontificum”, que suscita no mundo inteiro um grande movimento de adesão por parte todos aqueles, em particular os jovens, que desejam glorificar o culto do Senhor.
Monsenhor Lefebvre fundador da FSSPX
Como não considerar, além disso, os outros gestos concretos e cheios de significado do Santo Padre, como o levantamento das excomunhões dos bispos ordenados por Dom Lefebvre, a abertura de um debate público sobre a interpretação do Concílio Vaticano II à luz Tradição e, para isso, a renovação da Comissão Ecclesia Dei?

Restam, certamente, perplexidades, pontos a aprofundar ou esclarecer, como o ecumenismo e o diálogo interreligioso (que, aliás, já foi objeto importante de um esclarecimento trazido pela declaração Dominus Jesus da Congregação para a Doutrina da Fé, de 6 de agosto de 2000) ou a maneira como é compreendida a liberdade religiosa.
Também sobre estes temas, a vossa presença canonicamente garantida na Igreja trará mais luz.
Como não pensar na contribuição que poderíeis trazer, graças aos vossos recursos pastorais e doutrinais, à vossa capacidade e à vossa sensibilidade, ao bem de toda a Igreja?
Eis o momento oportuno, a hora favorável para retornar. Timete Dominum transeuntem: não deixeis passar o momento da graça que o Senhor vos oferece, não deixeis com que passe ao vosso lado sem reconhecê-lo.
O Senhor concederá outro?
Não deveremos comparecer todos um dia diante ao Seu Tribunal e responder não somente pelo mal cometido, mas sobretudo por todo bem que poderíamos fazer e que não realizamos?
O coração do Santo Padre treme: ele vos espera com ansiedade porque vos ama, porque a Igreja necessita de vós para uma profissão de fé comum frente a um mundo sempre mais secularizado e que parece voltar irremediavelmente as costas ao seu Criador e Salvador.
Na plena comunhão eclesial, com a grande família que constitui a Igreja Católica, a vossa voz não será asfixiada, o vosso comprometimento não será negligenciável nem negligenciado, mas poderá dar, com o de tanto outros, frutos abundantes que de outra forma permaneceriam desperdiçados.
A Imaculada nos ensina que muitas das graças acabam perdidas porque não são pedidas: estamos convencidos que, respondendo favoravelmente à oferta do Santo Padre, a Fraternidade Sacerdotal São Pio X se tornará um instrumento para acender novos raios das mãos de nossa Mãe celestial.
Que São José, esposo da Bem-Aventurada Virgem Maria, Patrono da Igreja universal, neste dia que lhe é dedicado, queira inspirar e apoiar as vossas resoluções: “Vinde a Roma com toda segurança”.
Roma, 19 de Março de 2012

Festa de São José.

Pe. Nicola Bux

Sobre as belíssimas lições das aparições de Nossa Senhora pelo Papa Pio XII


As lições espirituais das aparições

Pio XII
Estas lições, eco fiel da mensagem evangélica, fazem ressaltar de maneira impressionante o contraste que opõe os juízos de Deus à vã sabedoria deste mundo. Numa sociedade que não tem lá muita consciência dos males que a corroem, numa sociedade que vela as suas misérias e as suas injustiças sob aparências prósperas, brilhantes e descuidosas, a Virgem Imaculada, por quem o pecado jamais roçara, manisfesta-se a uma menina inocente. Com compaixão maternal percorre com o olhar este mundo redimido pelo sangue de seu Filho, onde, ai! o pecado faz cada dia tantas devastações, e por três vezes lança o seu apelo premente: "Penitência, penitência, penitência!" Gestos expressivos são, mesmo, pedidos: "Ide beijar a terra em penitência pelos pecadores". E ao gesto há que juntar a súplica: "Rogareis a Deus pelos pecadores". Tal como no tempo de João Batista, tal como no início do ministério de Jesus a mesma injunção, forte e rigorosa, dita aos homens a trilha da volta a Deus: "Arrependei-vos". E quem ousaria dizer que esse apelo à conversão do coração perdeu, nos nossos dias, a sua atualidade?

Mas poderia a Mãe de Deus vir a seus filhos senão como mensageira de perdão e de esperança? Já a água lhe jorra aos pés: "Omnes sitientes, venite ad aquas, et haurietis salutem a Domino". Àquela fonte onde, dócil, Bernadette foi a primeira a ir beber e lavar-se, afluirão todas as misérias da alma e do corpo. "Lá fui, lavei-me e vi", poderá responder, como o cego do Evangelho o peregrino agradecido. Mas, tal como para as turbas que se comprimiam em volta de Jesus, a cura das chagas físicas ali fica sendo, ao mesmo tempo que um gesto de misericórdia, o sinal do poder que o Filho do Homem tem de perdoar os pecados. Junto à gruta bendita, a Virgem nos convida, em nome de seu divino Filho, à conversão do coração e à esperança do perdão. Escutá-la-emos?

Enveredar pela trilha que Nossa Senhora nos traçou

Nessa humilde resposta do homem que se reconhece pecador reside a verdadeira grandeza desse ano jubilar. Que benefícios não estaríamos no direito de esperar para a Igreja se cada peregrino de Lourdes - e mesmo todo cristão unido de coração às celebrações do Centenário - realizasse primeiramente em si mesmo essa obra de santificação, "não em palavras e de língua, mas em atos e em verdade"? Tudo, aliás, a isso ali o convida, pois em parte alguma, talvez, tanto quanto em Lourdes, a gente se sente levado ao mesmo tempo à oração, ao esquecimento de si e à caridade. A vermos a dedicação dos padioleiros e a paz serena dos doentes; a verificarmos a fraternidade que congrega numa mesma invocação fiéis de todas as origens; a observarmos a espontaneidade do auxílio mútuo e o fervor, sem afetação, dos peregrinos ajoelhados diante da gruta, os melhores são empolgados pelo atrativo de uma vida mais totalmente dada ao serviço de Deus e de seus irmãos; os menos fervorosos tomam consciência da sua tibieza e reencontram o caminho da oração: não raras vezes os pecadores mais empedernidos e os próprios incrédulos são tocados pela graça, ou, ao menos, se são leais, não ficam insensíveis ao testemunho daquela "multidão de crentes que têm um só coração e uma só alma". 

Textos de São Josemaria - Fazer felizes os outros

O Nosso Senhor está na Cruz, dizendo: - Eu padeço para que os homens meus irmãos sejam felizes, não só no Céu, mas também, na medida do possível, na terra, se acatarem a Santíssima Vontade do meu Pai celestial.
Forja, 275
O apostolado, essa ânsia que vibra no íntimo do cristão, não é coisa separada da vida de todos os dias; confunde-se com o próprio trabalho, convertido em ocasião de encontro pessoal com Cristo. Nesse trabalho, ombro a ombro com os nossos colegas, com os nossos amigos, com os nossos parentes, lutando pelos mesmos interesses, podemos ajudá-los a chegar a Cristo, que nos espera na margem do lago... Antes de ser apóstolo, pescador. Também, pescador depois de ser apóstolo. Antes e depois, a mesma profissão.
Amigos de Deus, 264

Se sabes que o estudo é apostolado, e te limitas a estudar para passar, é evidente que a tua vida interior vai mal. Com esse desleixo perdes o bom espírito e, como aconteceu àquele trabalhador da parábola que escondeu com velhacaria o talento recebido, se não retificas, podes autoexcluir-te da amizade com o Senhor, para te aviltares nos teus cálculos de comodismo.
Sulco, 525

"Queres ficar são?": a Quaresma conduz os catecúmenos às águas do batismo


Comentário ao Evangelho do dia feito por 
São Máximo de Turim (? - c. 420), bispo 
Sermão da Quaresma

Caríssimos irmãos, o número quarenta possui um valor simbólico, ligado ao mistério da nossa salvação. Com efeito, assim que a maldade dos homens invadiu, nos primeiros tempos, a superfície da terra, Deus fez cair do céu a chuva durante quarenta dias e inundou a terra inteira com as águas do dilúvio (Gn 7). A partir dessa altura, estava lançada simbolicamente a história da nossa salvação: as águas da chuva caíram durante quarenta dias para purificar o mundo. Agora, durante os quarenta dias da Quaresma, é oferecida aos homens a misericórdia, para que se purifiquem [...]

Assim, o dilúvio é figura do baptismo; o que então se verificou ainda hoje se cumpre [...] e, quando o pecado do mundo desapareceu no fundo do abismo, a santidade pôde elevar-se até ao céu. Assim ainda hoje acontece na Igreja de Cristo: [...] levada pelas águas do baptismo, também ela se ergue até ao céu; são submersas as superstições e as idolatrias e sobre a terra se espalha a fé, resplandecente como a arca do Salvador. [...] É verdade que somos pecadores e que o mundo será um dia destruído; só escaparão à ruína aqueles que a arca albergar no seu interior. Esta arca é a Igreja [...] e nós vo-lo anunciamos: o mundo não escapará ao naufrágio. Por isso vos exortamos, irmãos, a todos vós, a que tomeis refúgio nesse santuário.




segunda-feira, 19 de março de 2012

Nossa Senhora, pavor dos Demônios

São Domingos de Gusmão.

Quando São Domingos estava pregando o Rosário perto de Carcassona, trouxeram à sua presença um albigense que estava possesso pelo demônio, parece que mais de doze mil pessoas tinham vindo ouvi-lo pregar. Os demônios que possuíam esse infeliz foram obrigados a responder às perguntas de São Domingos, com muito constrangimento. Eles disseram que:

1 - Havia quinze mil deles no corpo desse pobre homem, porque ele atacou os quinze mistérios do Rosário;
2 - Eles continuaram a testemunhar que, quando São Domingos pregava o Rosário ele impunha medo e horror nas profundezas do inferno e que ele era o homem que eles mais odiavam em todo o Mundo, isto por causa das almas que ele arrancou dos demônios através da devoção do Santo Rosário;


Eles então revelaram várias outras coisas.

São Domingos colocou o seu Rosário em volta do pescoço do albigense e pediu que os demônios lhe dissessem quem de todos os santos nos Céus eles mais temiam, e quem deveria ser, portanto mais amado e reverenciado pelos homens.
Nesse momento eles soltaram um gemido inexprimível no qual a maioria das pessoas caiu por terra desmaiando de medo... e eles disseram: " Domingos, nós te imploramos, pela paixão de Jesus Cristo e pelos méritos de sua Mãe e de todos os santos, deixe-nos sair desse corpo sem que falemos mais, pois os anjos responderão sua pergunta a qualquer momento...

“São José considera como confiada a Ele próprio a multidão dos cristãos que formam a Igreja”.

Para fazer com que Deus seja mais favorável às nossas orações, e para que – entre tantos intercessores que podem ser invocados – derrame mais pronta e copiosamente auxílio à sua Igreja, cremos muito útil que o povo cristão habitue-se a rogar com devoção e confiança, juntamente com a Virgem Mãe de Deus, também o seu castíssimo esposo São José. E temos bons motivos para crer que isto será particularmente agradável à Virgem Santa.
[...]
Sabemos que a dignidade da Mãe de Deus é altíssima e que não pode haver uma maior. Mas dado que entre a beatíssima Mãe de Deus e São José existe um verdadeiro vínculo matrimonial, é também certo que São José, mais que qualquer outro, se aproximou daquela altíssima dignidade que faz da Mãe de Deus a criatura mais excelsa. De fato, o matrimônio constitui por si mesmo a forma mais nobre de sociedade e de amizade, e traz consigo a comunhão dos bens. Portanto, se Deus deu José como esposo a Maria, deu-o não só como companheiro de sua vida, testemunha de sua virgindade e tutor da sua pureza, mas também como participante – por força do vínculo conjugal – da excelsa dignidade da qual ela foi adornada. Além disso, ele eleva-se entre todos em dignidade também porque, por vontade de Deus, foi guarda e, na opinião de todos, pai do Filho de Deus. Em conseqüência, o Verbo de Deus foi humildemente submisso a José, obedeceu-lhe e prestou-lhe a honra e o respeito que o filho deve ao seu pai.
[...]
Pois bem: a Sagrada Família, que José governou com autoridade de pai, era o berço da Igreja nascente. A Virgem Santíssima, de fato, enquanto Mãe de Jesus, é também mãe de todos os cristãos, por Ela gerados em meio às dores do Redentor no Calvário. E Jesus é, de alguma maneira, como o primogênito dos cristãos, que por adoção e pela redenção lhe são irmãos.
Disto deriva que São José considera como confiada a Ele próprio a multidão dos cristãos que formam a Igreja, ou seja, a inumerável família dispersa pelo mundo, sobre a qual Ele, como esposo de Maria e pai putativo de Jesus, tem uma autoridade semelhante a de um pai. É, portanto, justo e digno de São José, que assim como ele guardou no seu tempo a família de Nazaré, também agora guarde e defenda com seu patrocínio a Igreja de Deus.
[...]
Todos os cristãos, por isso, de quaisquer condições e estado, têm bons motivos para se confiarem e se abandonarem à amorosa proteção de São José.
Nele, os pais de família encontram o mais alto exemplo de paterna vigilância e providência; os cônjuges, o exemplo mais perfeito de amor, concórdia e fidelidade conjugal; os consagrados a Deus, o modelo e protetor da castidade virginal.
Volvendo o olhar à imagem de José, aprendam os nobres a conservar a sua dignidade também na desventuraos ricos descubram quais são os bens que na verdade é necessário buscar e guardarzelosamente. E enfim, os pobres, os operários e todos aqueles que pouco tiveram da sorte, têm um motivo a mais – e todo especial – de recorrer a José e de tomá-lo como exemplo: Ele, embora sendo de descendência régia, desposado com a mais excelsa entre as mulheres, e ter sido considerado como o pai do Filho de Deus, passou todavia sua vida no trabalho, provendo o necessário para si e para os seus, com a fadiga e a habilidade de suas mãos.

Carta Encíclica Quamquam Pluries, do Papa Leão XIII, sobre a necessidade de se recorrer ao Patrocínio de São José,  junto ao da Virgem Mãe de Deus, nas dificuldades dos tempos atuais

Comentário ao Evangelho do dia feito por São Claude la Colombière (1641-1682), jesuíta 1º Panegírico de São José


Não temas receber Maria, tua esposa

Sabemos muito pouco da vida de S. José. O Evangelho não relata mais do que dois ou três factos; e um autor antigo observou que não se encontra nele nenhuma palavra sua. Talvez que [...] o Espírito Santo quisesse com isso assinalar o silêncio e a humildade de São José, o seu amor pela solidão e a vida escondida. Seja como for, perdemos muito com isso. Se o Senhor tivesse permitido que soubéssemos detalhes da vida deste grande santo, com certeza que se teriam encontrado belos exemplos, belas regras, sobretudo para quem vive no estado de casado. [...]


Toda a vida de São José se pode dividir em duas partes: a primeira é a que precedeu o seu casamento; a segunda é a que se lhe segue. Não sabemos absolutamente nada da primeira e da segunda sabemos muito pouco. Afirmo no entanto que ambas foram muito santas: a primeira porque foi coroada por casamento tão vantajoso; a segunda foi ainda mais santa porque toda ela se passou neste casamento. [...]


Que proveito deve São José ter tirado dos muitos anos de diálogo que manteve quase continuamente com a Santa Virgem! [...] Não tenho qualquer dúvida de que o próprio silêncio de Maria foi extremamente edificante e de que só olhar para ela era suficiente para ele se sentir levado a amar Deus e a desprezar tudo o resto. Mas quais não seriam os discursos de uma alma onde o Santo Espírito habitava, onde Deus tinha derramado uma plenitude de graças, que Lhe tinha mais amor que todos os serafins juntos! Que fogo não sairia desta boca quando ela se abria para exprimir os sentimentos do seu coração! Que frialdades, que gelos este fogo não teria dissipado! E que efeito não teria ele tido em José, que já tinha uma tão grande disposição a ser inflamado! [...] Este grande fogo, capaz de abrasar toda a terra, teve só o coração de José para acalorar e consumir durante muitos anos. [...] Se Ela acreditou que o coração de São José era uma parte do seu, que cuidados não terá tido em o inflamar do amor de Deus!

domingo, 18 de março de 2012

O Sal da mortificação

S. Josemaria aconselhava uma coisa que ele próprio vivia: pôr “uma cruz em cada prato”, isto é, mortificar-se em todas as refeições: espaçando o beber água, por exemplo, e não fazendo comentários sobre a comida. Servia-se um pouco menos do que lhe apetecia ou um pouco mais daquilo de que não gostava tanto…

Põe, entre os ingredientes da refeição, "o saborosíssimo", da mortificação.
Forja, 783

Dou-te duas razões
A mortificação é de uma importância extraordinária, de todos os pontos de vista.
- Por razões humanas, pois quem não sabe dominar-se a si mesmo nunca influirá positivamente nos outros, e o ambiente vencê-lo-á logo que satisfaça os seus gostos pessoais; será um homem sem energia, incapaz de um esforço grande quando for necessário.
- Por razões divinas: não te parece justo que, com estes pequenos actos, demonstremos o nosso amor e acatamento a Quem tudo deu por nós?
Sulco, 980

E uma terceira…
Temperança é domínio. Nem tudo o que experimentamos no corpo e na alma deve deixar-se à rédea solta. Nem tudo o que se pode fazer se deve fazer. É mais cómodo deixar-se arrastar pelos impulsos a que chamam naturais; mas no fim desse caminho cada um encontra a tristeza, o isolamento na sua própria miséria.
Há pessoas que não querem recusar nada ao estômago, aos olhos, às mãos; recusam-se a ouvir quem as aconselha a viver uma vida limpa. (…) A vida ganha então as perspectivas que a intemperança esbate; ficamos em condições de nos preocuparmos com os outros, de compartilhar com todos o que nos pertence, de nos dedicarmos a tarefas grandes. A temperança torna a alma sóbria, modesta, compreensiva; facilita-lhe um recato natural que é sempre atraente, porque se nota o domínio da inteligência na conduta. A temperança não supõe limitação, mas grandeza. Há muito maior privação na intemperança, porque o coração abdica de si próprio para servir o primeiro que lhe fizer soar aos ouvidos o ruído de uns chocalhos de lata.
Amigos de Deus, 84

Outro motivo para o mesmo esforço
Basta deitar um olhar à nossa volta. Reparai a quantos sacrifícios se submetem de boa ou má vontade, eles e elas, para cuidar do corpo, para defender a saúde, para conseguir a estima alheia... Não seremos nós capazes de nos comover perante esse imenso amor de Deus, tão mal correspondido pela humanidade, mortificando o que tiver de ser mortificado, para que a nossa mente e o nosso coração vivam mais pendentes do Senhor?

Alterou-se de tal forma o sentido cristão em muitas consciências que, ao falar de mortificação e de penitência, se pensa apenas nesses grandes jejuns e cilícios que se mencionam nos admiráveis relatos de algumas biografias de santos. Ao iniciar esta meditação, aceitamos a premissa evidente de que temos de imitar Jesus Cristo, como modelo de conduta. É certo que Ele preparou o começo da sua pregação retirando-se para o deserto, a fim de jejuar durante quarenta dias e quarenta noites, mas antes e depois praticou a virtude da temperança com tanta naturalidade, que os seus inimigos aproveitaram para rotulá-lo caluniosamente de glutão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos pecadores. 
Amigos de Deus, 135

A tragédia da manteiga
Líamos - tu e eu - a vida heroicamente vulgar daquele homem de Deus. - E vimo-lo lutar, durante meses e anos (que "contabilidade", a do seu exame particular!), à hora do pequeno almoço: hoje vencia, amanhã era vencido... Apontava: "Não comi manteiga..., comi manteiga!".

Oxalá nós vivamos também - tu e eu - a nossa "tragédia" da manteiga.
Caminho, 205