Fonte: Pe. Paulo
Ricardo
Queridos irmãos,
Após as recentes manifestações ao redor de minha pregação no dia 20 de fevereiro de 2012, durante o 26º Vinde e Vede, pedi ao senhor Arcebispo para me ausentar de Cuiabá durante esta semana e procurar conselho espiritual e assistência jurídica.
Após as recentes manifestações ao redor de minha pregação no dia 20 de fevereiro de 2012, durante o 26º Vinde e Vede, pedi ao senhor Arcebispo para me ausentar de Cuiabá durante esta semana e procurar conselho espiritual e assistência jurídica.
Agora que o
senhor Arcebispo se manifestou super partes no sentido de paz e de
reconciliação, sinto o dever de comunicar o seguinte:
2) Penso que seja esclarecedor que as pessoas
levem em consideração as circunstâncias da pregação. Aquele dia do encontro era
voltado para a espiritualidade do Movimento Sacerdotal Mariano, fundado em 1972
pelo Padre Stefano Gobbi. O áudio de toda a pregação foi postado na internet, link aqui, e nele se pode notar o contexto em que aquelas
palavras foram pronunciadas. Note-se, por exemplo, que me incluo sempre entre
os padres pecadores e que a finalidade daquelas palavras era levar as pessoas à
oração pela santificação dos sacerdotes. É sabido que um dos principais
carismas do Movimento Sacerdotal Mariano é a oração pela santificação dos
sacerdotes;
3) Sem querer acrescentar uma ferida àquelas já
abertas, mas também sem dissimular minha posição, devo atestar que não me
reconheço na imagem que foi apresentada de minha pessoa, de meu pensamento e de
meu ministério;
5) Que esta crise do clero não atinja todos os padres,
com ou sem batina, me parecia uma coisa tão óbvia, que não achei necessário
comentar. Mas prometo ser mais cauteloso no futuro. É evidente que eu não tinha
pretensão de expor naquela breve palestra toda minha visão a repeito do atual
estado do clero católico. Creio que os numerosos fiéis que me acompanharam
nestes 20 anos de ministério viram em mim um padre que, reconhecendo os
próprios pecados, procura amar a Igreja em geral e o sacerdócio em particular.
Foi à formação de irmãos no sacerdócio que dediquei as melhores energias de
minha vida;
6) É importante também ressaltar que de minha parte
não pretendo divulgar os nomes dos 27 signatários da carta. Cumpre porém
ressaltar o seguinte: não é verdade que o clero incardinado em Cuiabá se
revoltou em massa contra minhas posições. Para uma mais exata avaliação
da realidade divulgo apenas que são 5 padres diocesanos incardinados em Cuiabá,
5 em outras circunscrições e 17 religiosos;
7) Quanto à reconciliação e à restauração da justiça,
serão dados passos pastorais e, se necessário, jurídicos. Mas não creio que a
internet seja o lugar apropriado para este caminho de reparação. Sei que nos
tempos do Big Brother, do Twitter e do Facebook minha visão pode parecer
antiquada. Peço, no entanto, que compreendam minha opção de silêncio, ao menos
até a solução final que, uma vez alcançada, comunicarei aos amigos;
8) Esta comunicação não seria completa sem que
terminasse num agradecimento de coração pelos inúmeros e variados sinais de
amizade, confiança e solidariedade que recebi. A todos um sincero e comovido
“Deus lhes pague!”
Nestes dias,
o nosso site recebeu um número imenso de mensagens oferecendo apoio de toda
espécie: orações, jejuns, sacrifícios e provas sinceras de amor e estima. Meu
celular não parava de tocar e de receber SMS. Foram literalmente milhares de
fiéis, centenas de sacerdotes, alguns bispos e amigos de várias proveniências
(um bispo anglicano, vários pastores evangélicos, cristãos em geral e até
agnósticos!).
Uma palavra
especial para os inúmeros blogs e páginas da internet que manifestaram o seu
apoio. Com toda sinceridade não sei como expressar o peso da gratidão a não ser
reconhecendo que lhes sou muito obrigado.
Agradeço ao
meu Arcebispo pela paciência e o carinho paterno manifestado a ambas as partes
envolvidas neste triste episódio.
Quanto a
meus pais e minha família… não tenho palavras. No céu vocês verão o meu
coração.
Espero poder
corresponder, com a graça de Deus, a toda esta expectativa. Asseguro que todos
estão muito presentes em minha Eucaristia diária. Continuemos unidos na
gratidão a Deus, à Virgem Maria, aos anjos e aos santos de nossa devoção.
Continuem a interceder por esta nossa luta e que Deus abençoe a todos.
Várzea Grande, 11 de março de 2012.
Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior
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