Põe, entre os ingredientes da refeição, "o saborosíssimo", da mortificação.
Forja, 783
A mortificação é de uma importância
extraordinária, de todos os pontos de vista.
- Por razões humanas, pois quem não sabe dominar-se a si mesmo nunca influirá positivamente nos outros, e o ambiente vencê-lo-á logo que satisfaça os seus gostos pessoais; será um homem sem energia, incapaz de um esforço grande quando for necessário.
- Por razões humanas, pois quem não sabe dominar-se a si mesmo nunca influirá positivamente nos outros, e o ambiente vencê-lo-á logo que satisfaça os seus gostos pessoais; será um homem sem energia, incapaz de um esforço grande quando for necessário.
- Por razões divinas: não te parece
justo que, com estes pequenos actos, demonstremos o nosso amor e acatamento a
Quem tudo deu por nós?
Sulco, 980
E uma terceira…
Sulco, 980
E uma terceira…
Temperança é domínio. Nem tudo o que
experimentamos no corpo e na alma deve deixar-se à rédea solta. Nem tudo o que
se pode fazer se deve fazer. É mais cómodo deixar-se arrastar pelos impulsos a
que chamam naturais; mas no fim desse caminho cada um encontra a tristeza, o
isolamento na sua própria miséria.
Há pessoas que não querem recusar nada
ao estômago, aos olhos, às mãos; recusam-se a ouvir quem as aconselha a viver
uma vida limpa. (…) A vida ganha então as perspectivas que a intemperança
esbate; ficamos em condições de nos preocuparmos com os outros, de compartilhar
com todos o que nos pertence, de nos dedicarmos a tarefas grandes. A temperança
torna a alma sóbria, modesta, compreensiva; facilita-lhe um recato natural que
é sempre atraente, porque se nota o domínio da inteligência na conduta. A
temperança não supõe limitação, mas grandeza. Há muito maior privação na intemperança,
porque o coração abdica de si próprio para servir o primeiro que lhe fizer soar
aos ouvidos o ruído de uns chocalhos de lata.
Amigos de Deus, 84
Amigos de Deus, 84
Outro motivo para o mesmo esforço
Basta deitar um olhar à nossa volta.
Reparai a quantos sacrifícios se submetem de boa ou má vontade, eles e elas,
para cuidar do corpo, para defender a saúde, para conseguir a estima alheia...
Não seremos nós capazes de nos comover perante esse imenso amor de Deus, tão
mal correspondido pela humanidade, mortificando o que tiver de ser mortificado,
para que a nossa mente e o nosso coração vivam mais pendentes do Senhor?
Alterou-se de tal forma o sentido cristão em muitas consciências que, ao falar de mortificação e de penitência, se pensa apenas nesses grandes jejuns e cilícios que se mencionam nos admiráveis relatos de algumas biografias de santos. Ao iniciar esta meditação, aceitamos a premissa evidente de que temos de imitar Jesus Cristo, como modelo de conduta. É certo que Ele preparou o começo da sua pregação retirando-se para o deserto, a fim de jejuar durante quarenta dias e quarenta noites, mas antes e depois praticou a virtude da temperança com tanta naturalidade, que os seus inimigos aproveitaram para rotulá-lo caluniosamente de glutão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos pecadores.
Amigos de
Deus, 135
A tragédia da manteiga
Líamos - tu e eu - a vida heroicamente
vulgar daquele homem de Deus. - E vimo-lo lutar, durante meses e anos (que
"contabilidade", a do seu exame particular!), à hora do pequeno
almoço: hoje vencia, amanhã era vencido... Apontava: "Não comi
manteiga..., comi manteiga!".
Oxalá nós vivamos também - tu e eu - a
nossa "tragédia" da manteiga.
Caminho, 205
Caminho, 205
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