Nota
do Blog: Nossa Gratidão ao Reverendíssimo Pe. Fernando Roger, nosso grande
amigo e irmão, que nos escreveu este belíssimo texto que com muita alegria
postamos em nosso Blog. Pe. Fernando Roger, que para nossa irmandade é um
exemplo de vida de oração e fidelidade a Santa Igreja, com pouco tempo de ordenado
concede aos seus fiéis a alegria de assistirem a Santa Missa Tradicional. Que o
Bom Deus o proteja e nosso Blog está a sua inteira disposição.
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“Quão
amáveis são tuas moradas. Senhor dos Exércitos! Minha Alma suspira e desfalece
pelos átrios do Senhor; meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo.”
(Sl 84,
2-3)
Caríssimos fiéis da santa Igreja de Deus!
Desde minha juventude sempre fui
atraído pela Sagrada Liturgia e pelas Ações Sagradas, contudo a partir de meus
15 anos me deparei com um vídeo na internet sobre uma Santa Missa celebrada num
seminário em França.
Assisti atentamente toda o Santo
Sacrifício, ainda me lembro que era Festa do Sagrado Coração de Jesus, cada
gesto, cada sinal, cada reverência ao altar e às coisas sagradas, inquietavam o
meu ser! Os questionamentos vieram: Porque é tão diferente das outras Santas
Missas? Porque os padres celebram com tanta devoção? Porque os padres de hoje
só usam uma faixa sobre o peito(estola)? Cada questionamento pedia para eu
buscar mais! Entretanto naquela época, meados de 2005, não se achava quase nada
sobre o Rito Antigo, e nem eu sabia que era o Rito Antigo. Somente tinha em
mente que era a Missa em latim, mas sempre que entrava na internet via sempre o
mesmo vídeo.
Com o tempo, Deus me chamou ao
sacerdócio e eu fui respondendo apesar de minha pequenez. Contudo, sempre as
imagens daquela Santa Missa me perseguiam, passei três anos como vocacionado,
estudando sozinho o latim e tudo que se referia a Sagrada Liturgia. Logo entrei
num seminário que tinha bases católicas, mas não atingia o meu ser e o meu
desejo de ser um sacerdote tradicional, ainda não me considero tradicional,
pois preciso crescer muito, mas o mínimo possível sobre a Sagrada Tradição eu
buscava e me alimentava em missais cotidianos, livros antigos de minha avó,
buscas em bibliotecas.
Depois de três anos neste
universo, Deus providenciou eu ir para outro seminário, mais conservador, mais
ligado a vida Tradicional, entretanto, com o tempo fui percebendo que não era
um lugar “super” tradicional, porém me ajudou a guardar a fé integralmente.
Infelizmente, parecia que tudo tinha nascido no Concílio Vaticano II e se
falasse de Missa Antiga, os padres não respondiam ou diziam que era
ultrapassada. Quantas aulas que colocavam o Valor Sacrifical como uma dimensão
e não o essencial do ser da Santa Missa. Sou muito feliz, porque nunca esperei
e sempre buscava sobre a Santa Missa, estudando escondido, baixando fotos,
trocando arquivos com amigos e colegas de seminário.
O Motu Proprio de sua Santidade, o Papa Emérito Bento XVI, fora
promulgado, mas parece que só no Brasil que não entrava em vigor, estudei ele
no ano da promulgação, como também a carta exortativa a fim de que os
ordinários locais pudessem em prática o que a Igreja pedia. Contudo, foram e
são anos de perseguição a Santa Missa no Rito Antigo.
Fui me formando, fazendo o que me
pedia o Seminário, no que era necessário para minha formação enquanto “cura de
almas”, mas nos tempos livres, logo baixava um vídeo, fotos, documentos de
Papas como Pio V, Pio VII, Gregório XVI, Pio X, Pio XII, e João XIII (último
papa a fazer alteração direta no Cânon Romano, introduzindo o nome de São
José), analisa a confluência entre os documentos modernos e os pré-conciliares,
tentava fazer um resumo dorsal, mas sempre fui apegado com as verdades claras
da Tradição. O Papa Bento XVI sempre será um grande percussor da Missa Antiga,
com sua vida, com suas falas, com os prefácios de livros sobre este assunto,
isto me motivou muito mais a estudar o Rito Antigo.
Depois da minha ordenação
diaconal comecei meus estudos das rubricas do Missal Romano de 1962, com padres
amigos do IBP, aos quais sou grato e rezo sempre na intenção dos mesmos nas
Santas Missas que rezo seja pública ou privada.
Depois de Padre sempre busquei os
meios para celebrar, mas faltava muitas coisas, mas tudo foi providenciando,
até que celebrei muitas vezes em minha capela privada para eu aprender de fato
o Rito. Aprendido todos os detalhes que são a riquezas espirituais do Rito, a
pedido de um grupo de fiéis, como consta no Motu Proprio de 2007, celebrei
publicamente na Igreja Matriz da Quase-Paróquia onde sou Administrador
Paroquial.
A Santa Missa sempre foi meu
alicerce para motivação na caminha vocacional e de seminário, contudo a Santa
Missa Antiga deu-me um suporte espiritual para vencer cada dificuldade em minha
vida espiritual. Apesar de ser sempre questionado o porque da minha atenção
especial a Missa Antiga, e sempre respondendo positivamente, era tido como um ultrapassado,
porém poucos entenderam a razão especial do Rito Antigo na minha história.
A Santa Missa Antiga para mim não é um capricho saudosista, é,
sobretudo, suporte espiritual para minha vida enquanto Sacerdote de Cristo.
Deus conserve meu desejo de melhor servir a Santa Missa, Deus conserve bons
sacerdotes e futuros para propagá-la, expressando sua riqueza espiritual e
contributo para guarda a Fé Católica mediante as modernidades propostas por
muitos em nossos tempos.
Fotos da Primeira Missa Tradicional
Celebrada pelo reverendíssimo Pe. Fernando Roger
Estive presente na primeira Missa no Rito Tridentino do Pe. Fernando Roger.
ResponderExcluirConsidero uma graça especial poder ter conhecido sacerdote tão dedicado e movido pela riqueza da tradição da Igreja. Ao ser sustentada pelo Santo Sacrifício Eucarístico, sinto-me encorajada a abraçar a cruz.
Tenho tido cada vez mais anseio pela tradição e pelos tesouros que ela tem reservada, muitas vezes escondidos, mas dedicados àqueles que tem almas grandes e ao mesmo tempo pequenas, sedentas por essa fonte de águas cristalinas.
Bendito seja Deus, pelo século dos séculos!