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terça-feira, 24 de abril de 2012

Oferta-te a Cristo

Aos Membros e amigos da IDSC

No nosso dia a dia nos são ofertados muitos prazeres, objetos, situações. Ou seja: bens temporais e muitos desses, nem podemos chamar de “bens”. É quase uma loucura pensarmos atualmente, imersos nesta sociedade hedonista e utilitarista, em se dar como oferta pelo bem dos irmãos, principalmente quando essa entrega voluntária não é fundamentada em ideologias ou em campanhas modernistas, que na verdade servem como uma compensação para amaciar a consciência, usando de meios filantrópicos. 

Sem. Pedro Afonso
                 Diretor Geral
Dar-se é algo muito difícil, se analisado sob a ótica de nossa sociedade, e exige de nós uma mortificação pessoal – escândalo para muitos – pois quem se dá não procura mais o bem próprio, mas o bem da pessoa que se doa. O amor, quando verdadeiro, busca mesmo sendo de forma inocente uma doação total. Busca por uma entrega tão perfeita onde já não se saberia mais identificar o amado e o amante.

No casamento essa doação pode ser vista de forma mais clara, porém nem sempre profunda, entre os cônjuges. Estes que se amam de uma maneira forte e especial no matrimônio onde já não mais há duas carnes, mas uma somente, e no ato sexual se unem manifestando a união de quem se entrega mutuamente. Não raras vezes percebemos que já não é assimilada essa realidade na vida conjugal, devido não poucas vezes por esta união não ter sido encarada como oferta de si, mas como oferta do outro, como busca de uma mera satisfação pessoal.

Não podemos conhecer e tão pouco conjugar o verbo ofertar sem conhecer a Cristo que por nós se ofertou de maneira sublime ao Pai. É Nele, que se encontra o fundamento seguro e certo do oferecimento livre, desinteressado e sincero.

A oferta é no seu âmago uma graça, pois esta opção não se enquadra nas reações instintivas do nosso ser homem. Não condiz como natural, a nós homens decaídos e fracos pelo pecado, mas sim como realidade sobrenatural de um homem novo que nasceu não mais da carne, mas do Espírito que o impele a ultrapassar os ditames do nosso egoísmo e amor próprio.

A exemplo de Jesus, somos convidados a nos darmos como oferta verdadeira e que não busca interesses próprios. Dessa forma a nossa oferta deve ser feita primeiramente a Aquele que por nós se ofertou ao Pai. Essa nossa doação pessoal não deve ser deparada com a falsa impressão de sermos, a isso, obrigados, pois não são poucas pessoas que acham que se têm duas alternativas: ou ser bom ou ser mau. Essa classificação é muito simplória. Não somos objetos etiquetados. Ao contrário, somos filhos em processo de amadurecimento.

O ato de entregar-se a Deus, antes de qualquer outra coisa, é fazer aquilo, de forma livre, para o qual fomos criados. É a nossa realização pessoal que está em jogo, pois não fomos criados para outra realidade que não seja voltada para Jesus. E essa verdade dever ser para nós causa de muita alegria, pois não haveria possibilidade melhor.

Se tentarmos imaginar uma lâmpada, esta que foi feita para iluminar. Se por sua vez esta não o faz, perdeu todo o seu sentido e já não pode mais servir aos que estão no escuro da noite.

Concluindo se tirarmos a pessoa de Jesus, fim único da nossa vida, com a pretensão de não nos sentirmos por Ele obrigados de sermos verdadeiros e bons, não iremos obter a liberdade plena, como antes de forma enganosa nos tinha oferecido a serpente, mas conseguiremos sim um encontro intimo com o nada da existência ateia e perderemos todo o sentido para vivermos e só nos restará o caos da crise funesta onde optamos num voluntariado afastamento de Deus.


Pedro Afonso Tavares Lins
Diretor Geral 

Um comentário:

  1. Rozangela de Oliveiraterça-feira, 24 abril, 2012

    Jamais havia visto com tanta profundidade este sentido do ofertar-se. De fato só saberemos o verdadeiro significado deste termo quando compreendermos o que nosso Senhor fez por nós.

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