Diante de situações especiais, escolher amar
de forma incondicional gera paz e revela a dignidade da vida humana. Assim
aconteceu com Vitória de Cristo.
Quando ela tinha 12 semanas de vida, seus pais descobriram que ela tinha acrania, ou seja, sua calota craniana não havia se formado e suas estruturas cerebrais seriam danificadas em contato com o líquido amniótico. Mas mesmo tendo sido desenganada pelos médicos, que disseram que ela morreria logo após o parto, Vitória completou dois anos e dois meses de vida recentemente. Nesta entrevista exclusiva, Joana Schimitz Croxato revelou todas as bênçãos que recebe diariamente junto com seu marido Marcelo Almeida Croxato, através da vida da filha.
Quando ela tinha 12 semanas de vida, seus pais descobriram que ela tinha acrania, ou seja, sua calota craniana não havia se formado e suas estruturas cerebrais seriam danificadas em contato com o líquido amniótico. Mas mesmo tendo sido desenganada pelos médicos, que disseram que ela morreria logo após o parto, Vitória completou dois anos e dois meses de vida recentemente. Nesta entrevista exclusiva, Joana Schimitz Croxato revelou todas as bênçãos que recebe diariamente junto com seu marido Marcelo Almeida Croxato, através da vida da filha.
TF – Como
foi receber o diagnóstico de anencefalia?
Joana Schmitz – Foi
muito difícil, mas ao longo da gravidez quando eu comecei a sentir ela se mexer
foi maravilhoso. Sentimos que estávamos no caminho certo. Acreditamos que Deus
poderia mudar esta sentença, e decidimos amá-la da mesma forma como temos sido
amados por Deus, de forma individual, única e incondicional.
Eu sempre tive o sonho de ser mãe e quando
soube do diagnóstico o primeiro pensamento foi o de que passariam os nove meses
e eu não teria a oportunidade de ser mãe porque meu bebê iria morrer. Mas a
medida em que decidimos receber a Vitória e aceitá-la, eu percebi que estava me
tornando mãe já na gestação e que não adiantava eu querer amar um outro filho
se Deus estava me dando uma filha muito especial para amar. Eu me realizei
muito como mãe.
Quando ela nasceu senti uma alegria imensa,
uma paz muito grande, mesmo sem saber o que iria acontecer. Eu creio que essa
paz vem de Deus, porque a gente decidiu colocar.
Ele acima dessa situação e deixá-Lo mostrar o
que era melhor. Fomos surpreendidos com um lindo milagre, uma vida preciosa que
temos visto se desenvolver diante dos nossos olhos, pela misericórdia de Deus.
TF – Qual
foi o momento mais especial?
Joana Schmitz – Foi quando eu consegui
amamentar a minha filha e quando Vitória recebeu alta do hospital, com cinco
meses e meio. Foi um momento incrível e inesquecível. Parecia que esse dia
nunca iria chegar, porque ela ficou cinco meses na UTI. Foi um sentimento
indescritível quando a colocaram em meus braços e soubemos que poderíamos
levá-la para casa.
TF – Como é
o dia a dia com a Vitória?
Joana Schmitz – É uma alegria para a gente.
Ela é o nosso tesouro, uma criança muito especial que só nos trouxe coisas
boas. Ela exige alguns cuidados, existe uma preocupação um pouco maior. Fazemos
um
TF – Como
foi a escolha do nome da Vitória?
Joana Schmitz – A avó do meu marido se chama
Maria Vitória e o meu marido tinha vontade que ela se chamasse Vitória. Um dia
na Igreja ouvimos um louvor que falava o quanto Cristo na Cruz já tinha vencido
a morte por nós, e eu senti no coração que era esse o nome que eu deveria dar
para ela, porque independente do que iria acontecer. Pela nossa fé, acreditávamos
que valeria a pena respeitarmos a vida dela e confiar em Deus.
As palavras bíblicas que dizem que no meio da
tempestade Cristo está com a gente e que contam os milagres realizados por
Jesus aumentaram a nossa fé. Nós sabíamos que a possibilidade dela sobreviver
era remota, mas confiamos que Deus estava acima desse diagnóstico, que Ele
estava no controle da situação, que existia um propósito para tudo e que algo
especial viria junto com tudo isso. Essas certezas nos motivaram a confiar, a
seguir em frente com paz e tranquilidade.
Nosso coração também foi tocado, antes mesmo
de sabermos do diagnóstico da Vitória, pela palavra bíblica que diz: “Deus não
é homem para mentir, nem alguém para se arrepender. Alguma vez prometeu sem
cumprir? Por acaso falou e não executou?” (Nm 23,19). Essa promessa nos ajudou
a seguir em frente.
A leitura da Bíblia nos lembra que os
milagres acontececem a partir da nossa fé e que “tudo é possível para Deus” (Lc
1,37). Como eu poderia tomar essa decisão de interromper a vida dela, porque
achava que ela não iria sobreviver? Sabia que Deus estava acima disso e que Ele
poderia mudar o rumo da história. A vida da Vitória nos aproximou muito de
Deus, nos ajudou muito a olhar para Cristo e a confiar.
Joana Schmitz – Crie um vínculo com o seu filho, dê tempo e espere para ver o quanto essa criança vai ser especial. Será uma emoção muito grande sentir esse bebê se mexer e crescer no seu ventre. Faça tudo o que você faria por um bebê que não tivesse esse problema e tenha esperança. É muito importante que a mãe não deixe ninguém tirar esse sonho e esse direito que ela tem de ter esse filho e de amar essa criança pelo tempo que ela viver, mesmo que seja pouco. É preciso lutar também para que o bebê receba todo o tratamento necessário e para que tenha qualidade de vida.
A Vitória é uma criança muito doce, muito
especial, que demonstra o quanto ela se sente amada. Essa deficiência não a
torna inferior ou menos merecedora de amor, e é uma alegria saber que ela tem
uma história e é um exemplo.
Eu estou à disposição para ajudar no que for
possível. Nós criamos um grupo de apoio para ajudar mães que enfrentam
situações semelhantes, para que possamos trocar experiências e receber suporte
emocional.
O link do Grupo Vida pode ser acessado pelo
blog www.amadavitoriadecristo.blogspot.com.br, que eu criei para
contar a história de Vitória.
Manifestação
contra o aborto de bebês anencéfalos
No dia 11 de abril, o Supremo Tribunal Federal julgará a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), nº 54, para decidir se o aborto poderá ser realizado nos casos dos bebês anencéfalos. Para impedir a sentença de morte de crianças inocentes, diversos movimentos a favor da vida e dos direitos humanos convocam a população a manifestar-se contra o aborto.
Segundo o coordenador da Pastoral da Comunicação do Vicariato Jacarepaguá, padre Francisco Reinaldo Oliveira, que é pároco da Paróquia São Sebastião, existe uma pressão de uma minoria em relação a essa questão, e a sociedade, especialmente os cristãos católicos comprometidos com a defesa da vida, deve se mobilizar para manifestar o repúdio total a essa ação, porque a maior parte da população brasileira é contrária ao aborto.
“A vida é um dom precioso de Deus dado a cada um de nós, e em qualquer um dos seus estágios e circunstâncias jamais deve ser eliminada por qualquer fator que seja. Nada pode condicionar o direito à vida de uma pessoa, muito menos de uma criança que está para vir ao mundo. Uma atitude como essa seria arbitrária e contrária a tudo o que acreditamos e professamos como verdade de fé. Todos nós devemos manifestar a nossa rejeição a esta atitude, através de cartas e emails ao STF para que essa situação seja revertida”, afirmou o sacerdote.
No dia 10 de abril, a partir das 18h, os movimentos Legislação e Vida (São Paulo) e Pró-Vida e Família (Brasília) vão realizar uma vigília de oração. No site do Movimento Pró-Vida de Anápolis (GO), os internautas poderão ter acesso ao link da Campanha “Cartas ao STF pela vida dos bebês anencéfalos”, e preencher a carta que deverá ser enviada ao STF.
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