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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cartas de São Pio V incitando os Reis católicos a combater contra os invasores muçulmanos



Aos Reis Católicos contra os turcos (8-12-1567):
Eis o que foi bem estabelecido e é bem certo: nosso poderoso inimigo, o Sultão dos Turcos, prepara com os mais minuciosos cuidados uma frota considerável, sem precedente, uma armada e exército importantíssimos.

Ele completa todos os preparativos que se fazem necessários, com o único fim de se precipitar o mais cedo possível contra Malta, para abater a Ordem Militar de São João, por ele particularmente odiada, e submeter essa ilha. Diz-se que dela deseja se apoderar, não só pelas grandes vantagens que oferece sob o ponto de vista estratégico, mas também, e mais ainda, em razão da humilhação por ele sofrida no sítio precedente.

Como a tais forças a Ordem não pode de forma alguma resistir, nosso caro filho Jean de la Valette, seu Grão-Mestre, é obrigado a implorar o socorro dos príncipes cristãos contra o inimigo comum, o inimigo do Cristianismo. Não duvidamos que Vossa Majestade e seu povo venham em nosso socorro, tanto mais espontaneamente aliás, pois é de seu maior interesse que uma ilha assim próxima da Sicília e da Itália não caia em mãos inimigas.
* * *

A nosso caríssimo filho em Cristo, Carlos, Rei cristianíssimo da França (12-12-1567):

Jean de la Valette vê-se na obrigação de apelar para todos os príncipes cristãos contra o inimigo comum do Cristianismo.
A defesa da ilha de Malta parece, no momento, ser mais importante para alguns povos do que para outros. Entretanto, trata-se incontestavelmente da salvação de todos os príncipes cristãos e de toda a Cristandade. Não ignoramos, filho cristianíssimo, quais dificuldades deveis enfrentar... .
* * *

A nosso filho caríssimo, o nobilíssimo Pedro Loredano, Doge de Veneza (19-1-1567):

Os cavaleiros da Ordem de São João de Jerusalém são obrigados a socorrer-se de todos os príncipes cristãos. Eles têm mais coragem que recursos para fazer face a um inimigo assim poderoso e pérfido, para contê-lo e expulsá-lo.

Essa ilha é a cidade da Cristandade inteira. Se (Deus não o permita!) ela vier a cair em poder do inimigo, pela negligência dos príncipes cristãos, não haveria mais tempo para gemer e arrepender-se.


(Fonte: Léon Garnier, "Lepanto", p. 41)

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