Caro Papa, acolhei no Vaticano os muçulmanos
convertidos a Jesus
Peço ao Papa que teve a coragem de conceder-me o
batismo, vencendo o medo da vingança islâmica e a resistência interna da
Igreja, de acolher-me junto com uma delegação de muçulmanos convertidos ao
cristianismo na Europa e no mundo.
A ideia, que eu aceitei imediatamente com
entusiasmo, é de Mohammed Christophe Bilek, franco-argelino que fundou a
associação Notre Dame de Kabyla. Através do site www.notredamedekabylie.net,
ele promove uma missão para a conversão dos muçulmanos ao cristianismo por meio
de um diálogo baseado na certeza da nossa fé e na exortação constante de Jesus:
“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15-18).
Embora o fenômeno esteja envolto na discrição,
tornando, portanto, difícil dizê-lo com certeza, pode-se afirmar a partir de
diversas fontes que seriam muitíssimos os muçulmanos que abraçam a fé de Jesus
Cristo.
Em 2006, entrevistado pela [televisão] Al-Jazeera, o xeque Ahmad al-Qataani deu estes números: “A cada hora, 667 muçulmanos se convertem ao cristianismo. A cada dia, 16 mil muçulmanos se convertem ao cristianismo. A cada ano, 6 milhões de muçulmanos se convertem ao cristianismo”.
Falando ontem em Paris, Bilek disse que até na
Arábia Saudita, berço do Islã e reduto dos dois principais lugares de culto
islâmicos, haveria 120.000 muçulmanos convertidos ao cristianismo.
Os dados de 2008 indicam que os muçulmanos
convertidos somavam 5 milhões no Sudão, 250 mil na Malásia, mais de 50 mil no
Egito, de 25 a 40 mil no Marrocos, 50 mil no Irã, 5 mil no Iraque, 10 mil na
Índia, 10 mil no Afeganistão, 15 mil no Cazaquistão e 30 mil no Uzbequistão.
Estive em Paris neste fim de semana, para
pronunciar uma palestra intitulada “A Europa e suas raízes face ao acosso da
cristianofobia”, organizada pelas associações Tradição Família e
Propriedade, presidida por Xavier da Silveira, eChrétienté-Solidarité,
fundada por Bernard Antony.
Era o dia depois do anúncio da atribuição do Prêmio
Nobel da Paz à União Europeia. Que escândalo no momento em que a União Europeia
está alinhada na Síria com os extremistas islâmicos que estão perpetrando ao pé
da letra um genocídio contra os cristãos!
No fim da tarde, na praça em frente à igreja de
Santo Agostinho, junto com um argelino berbere que também se converteu,
participei de uma vigília de oração e solidariedade com os cristãos
perseguidos.
Em meu discurso, ousei fazer esta previsão:
“Quanto mais eu vou adiante, mais eu olho em volta,
mais eu valorizo tudo, mais eu estou convencido de que o futuro da civilização
laica e liberal, da democracia e do Estado de Direito, vai depender de sua
capacidade de tomar distâncias em relação ao Islã enquanto religião, sem discriminar
os muçulmanos enquanto pessoas.”
“Eis por que eu fico cada vez mais convencido de
que seremos salvos pelos cristãos que fugiram da perseguição islâmica. Só quem
já experimentou pessoalmente a tirania islâmica saberá convencer o Ocidente
sobre a verdade do Islã.”
“Aqueles que se mantiveram firmes na fé de Jesus
Cristo derrotarão o Islã, salvarão o Cristianismo neste Ocidente
descristianizado e salvarão nossa civilização. Obrigado, Jesus”.
E, imediatamente após a minha palestra, diante de
500 pessoas que testemunham a resistência do cristianismo, Bilek me fez o
convite de promover uma associação que reúna os muçulmanos convertidos ao
cristianismo em toda a Europa.
Para mim, a ideia de ser classificado de
“ex”muçulmano verdadeiramente não me compraz. Sinto-me e quero ser considerado
exclusivamente cristão, do mesmo modo que sou orgulhosamente italiano, embora
de origem egípcia.
Mas faço meu o conteúdo da mensagem: é preciso dar
à luz uma instituição que encoraje os muçulmanos a superarem o medo, para serem
batizados publicamente, para viverem abertamente sua nova fé.
Nós dois estamos cientes de que o verdadeiro
problema provém dos cristãos natos, porque eles são os primeiros a terem medo.
São inúmeras as denúncias de muçulmanos que gostariam receber o batismo, mas
que sofrem a recusa de padres católicos, que não querem violar as leis dos
países islâmicos que proíbem e punem com prisão – e por vezes com a morte –
tanto quem faz o trabalho de proselitismo como quem incorre no “crime” de
apostasia. É paradoxal que enquanto as igrejas vão se esvaziando cada vez mais,
a ponto de serem colocadas à venda e acabarem se transformando em mesquitas, a
Igreja bloqueie a conversão de muçulmanos ao cristianismo.
É por isso que apelo ao Santo Padre: acolha no
Vaticano aos convertidos ao cristianismo, a fim de enviar uma mensagem forte e
clara a todos os pastores da Igreja em favor da evangelização dos
muçulmanos. Serão eles que nos libertarão da ditadura do relativismo
religioso que nos obriga a legitimar o Islã, que restaurarão entre nós a fé
sólida na verdade em Cristo, e que salvarão nossa civilização laica e liberal
que, gostemos ou não, está baseada no cristianismo.
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