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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A Igreja Católica e a ONU (teoria do gênero) - Por Padre Daniel Pinheiro, IBP



Em nome do Pai e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
Ave Maria…

“Mas enquanto os homens dormiam, veio o inimigo e semeou cizânia no meio do trigo, e foi-se.”
Foto da festa da purificação de Nossa Senhora   

Caros Católicos, temos novamente diante de nós as palavras de Nosso Senhor sobre a cizânia, a má semente semeada no campo pelo inimigo do homem, pelo demônio em última instância. Uma das grandes semeadoras de cizânia do demônio, em nossos tempos, é a ONU, a Organização das Nações Unidas. Enquanto os homens parecem dormir, incapazes de refletir e de distinguir entre o bem e o mal, anestesiados pela televisão, por filmes, novelas e séries, pelas músicas ruins e pela vida de prazeres desordenados e diversões fáceis, a cizânia vai sendo semeada.

Essa semana, a ONU publicou as suas observações conclusivas sobre o relatório feito pela Santa Sé referente à aplicação da Convenção sobre os direitos da criança, a pretexto também dos escândalos gravíssimos de pedofilia que assolaram os membros do clero. Nesse documento, a ONU se opõe frontalmente à Igreja e pretende dizer à Igreja o que a Igreja deve fazer. A ONU pede que a Igreja altere sua posição sobre o homossexualismo. A ONU pede para que a Igreja reveja sua posição sobre o aborto. A ONU se mostra “seriamente preocupada” com a posição e a prática da Santa Sé no que diz respeito à contracepção e à educação social. A ONU urge a Santa Sé a evitar tudo o que possa diferenciar meninos e meninas. A ONU urge a Santa Sé a tomar medidas para que os livros escolares católicos – ainda existem? – não contenham nenhum tipo de estereótipo quanto ao gênero. Todas essas coisas são gravemente opostas à nossa natureza e a Deus. O aborto é o homicídio do inocente, o homossexualismo é pecado que clama aos céus por vingança, usando a faculdade reprodutiva de maneira em que a reprodução é impossível. A contracepção separa aquilo que Deu juntou necessariamente em nossa natureza: a procriação e a união dos corpos. Não diferenciar meninos e meninas, não formar estereótipos… isso é exatamente o que propõe a teoria do gênero, que a ONU e tantos outros organismos e governos se esforçam para impor no mundo, nas escolas de nossas crianças.

A teoria do gênero afirma que a sexualidade não tem nenhum condicionamento biológico e que cada um tem completa autonomia para determinar em que consiste a feminilidade e a masculinidade e cada um tem também absoluta autonomia para escolher o que gostaria de ser. Assim, ser biologicamente homem ou biologicamente mulher não teria a menor influência, pois cada um pode construir o próprio papel social (masculino, feminino, transgênero, andrógino e qualquer outra coisa), independentemente da biologia. Isso é uma grande abominação!

A teoria do gênero nada mais é do que uma absurda ideologia. Ideologia é aquilo que provém das ideias dos homens, mas sem fundamento nenhum na realidade, na natureza das coisas. Uma ideologia é sempre irracional e sempre procura se impor pela força, por meios enganadores, e por um grande esforço de propaganda, já que naturalmente as pessoas tendem a recusá-la, visto que não condiz com a realidade. É exatamente o que vemos com a ideologia do gênero: imposição pela força, por manifestações violentas e por ameaças, utilização de meios enganadores, por vocabulário que nos engana, e massiva propaganda nos meios de comunicação, e pelo governo. É evidente que a ideologia do gênero é um absurdo completo e negação ridícula da realidade. Nega-se a biologia, a anatomia, negam-se as diferenças psicológicas, nega-se a evidente complementaridade que existe entre um homem e uma mulher, complementaridade necessária para a preservação da espécie e para o correto desenvolvimento de todo ser humano. Nega-se a necessidade de um pai e de uma mãe para o bom desenvolvimento da criança. Negação mais absurda da realidade não pode existir. Não é a sociedade nem a pessoa que constroem a diferença entre homem e mulher, mas a realidade das coisas, a natureza das coisas tais como criadas por Deus. A ideologia do gênero é uma construção mental sem fundamento nenhum na realidade, que pretende fazer do ser humano Deus, como se o ser humano fosse onipotente, para poder estabelecer a natureza das coisas ou a sua própria natureza. A ideologia do gênero serve para igualar absolutamente e em todos os aspectos o homem e a mulher, destruindo, assim, a família, destruindo a sociedade, destruindo a Igreja Católica. Pretendem destruir a Igreja Católica não a atacando fisicamente, por enquanto ao menos, mas querendo trazer a Igreja e seus membros para o seu lado, para que a Igreja propague essa abominação. Sabemos, todavia, que, sobre a Igreja, as portas do inferno não prevalecerão. Ela não mudará sua doutrina perene.

A teoria do gênero, ou melhor, a ideologia do gênero parece ser o último passo para a destruição total da família, formada por um só homem e uma só mulher, unidos por vínculo indissolúvel e exclusivo, e pelos filhos. A ideologia do gênero é o último passo de uma revolta contra Deus que começou com a possibilidade de separação dos cônjuges sem justa causa, que depois avançou com o divórcio, passando para a contracepção, para o aborto, para as eufemisticamente chamadas uniões de fato, para as uniões homossexuais…  A teoria do gênero é o último passo nessa lógica de destruição total da base da sociedade e da Igreja, que é a família. A ideologia do gênero é o último passo para a construção de uma nova ordem mundial, de uma nova religião universal, da qual a ONU é uma das principais difusoras, junto com fundações poderosíssimas e com governos, tribunais e poderes legislativos.  E essa religião universal é verdadeiramente a religião do anticristo. Não digo que o anticristo esteja próximo ou que esteja próximo o fim do mundo. Não podemos saber. Digo que essa nova religião que nos é imposta pela ONU, pelos governos, por tribunais, legisladores, por ONGs e por Fundações bilionárias, se opõe frontalmente aos princípios e à salvação que nos foram dados por Cristos, princípios e salvação que elevam a nossa natureza, que nos conduzem a Deus, que nos conduzem à verdadeira felicidade. A nova religião, a religião do homem que pretende tomar o lugar de Deus, ignorando a natureza e a realidade das coisas, nos levará de abismo em abismo, de tragédia em tragédia. Sem a realidade, sem Deus, o homem é capaz de tudo, das piores abominações, consigo mesmo e com o próximo. É impressionante o número de suicídios, o número de pessoas deprimidas, o número dos crimes mais bárbaros e cada vez mais crescentes. Tudo isso porque o homem tolo diz: Deus não existe, ou se comporta como se Ele não existisse. Como nos diz a Sagrada Escritura: dixit insipiens in corde suo non est Deus. Disse o tolo em seu coração: Deus não existe. A nós, cabe fazermos a nossa parte, com famílias numerosas, com a boa educação dos filhos, com muita oração, com penitências, com a perseverança no bem, apesar de toda a perseguição que sofremos. A nós cabe desejar e fazer o verdadeiro bem para os que nos fazem mal: devemos desejar a conversão deles e agir para isso.

Chegamos, assim, ao ponto em que a ONU, Organização das Nações Unidas, pretende dar diretivas à Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Essa assembleia de homens pretende ditar à Igreja o que ela deve fazer. Ela pretende condenar a doutrina da Igreja. Ela ousa pedir que a Igreja mude a sua doutrina. Essa assembleia de homens comporta-se como o sinédrio, a assembleia de homens que condenou Nosso Senhor Jesus Cristo. De um lado, temos a ONU, organismo humano, fundado no pós-segunda guerra para instaurar uma nova ordem mundial, uma nova e, claro, falsa religião universal fundada no homem. Do outro lado, a Igreja, sociedade humana e divina, instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, fundada no sacrifício do Homem-Deus na cruz, sociedade voltada inteiramente para a Santíssima Trindade, sociedade que possui promessas de vida eterna, sociedade que não pode perecer. Existe um único caminho para a verdadeira civilização, que deve ser uma civilização que conduz à verdade absoluta e à virtude, e só há um caminho para a verdadeira paz: esse caminho é a Igreja Católica, esse caminho é o reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre as almas e sobre as nações. Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica.

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