IV Parte
Por Pe.
Júlio Maria de Lombaerde
III.
APARIÇÃO DE JESUS E MARIA
O lugar das aparições – "Guarda" – é localizado num alto,
circundado de montanhas. Em baixo da montanha, num vale, está a casa dos pais
de Maria da Luz, a 500 metros de distância. A subida é muito penosa.
"Só com muita dificuldade cheguei em cima, escreve o sacerdote.
Foi-me necessário tirar os sapatos para poder subir. O calor era
insuportável. numa distância de 40 a 50 metros, divisei
o lugar das aparições e as duas meninas com o pai, os quais já estavam em cima;
elas me diziam que a Senhora olhava para mim de cima, enquanto eu subia.
– Que está fazendo a aparição? – perguntei.
– 'Está sorrindo', disseram elas.
Eu olhei primeiro, examinando o que havia por ali: tudo era pedra e entulho; na nossa frente estava um formidável
abismo; no lugar das aparições notava-se um como número em forma de quatro (4);
ao lado esquerdo outros números como um (1-1); no meio, uma linha branca, um
pouco mais alta, que se podia alcançar só por meio de uma escada.
– 'Lá está a aparição', diziam as meninas; mas eu nada via. Sob a pedra que se
achava diante de mim, numa abertura, corria um pouco d'água.
Perguntei ao pai de Maria da Luz se aquela água sempre existiu ali. Ele me
disse: 'não; mas como muitos não acreditassem nas aparições, as meninas pediram
um sinal; desde então começou a brotar água'.
Fiquei em cima com Maria da Luz e pedi que Maria da Conceição, com o sr.
Arthur, se retirasse um pouco abaixo, na montanha. Assim eles dois nos podiam
ver, mas não ouvir. Então, eu disse à Maria da Luz: – 'Dize-me agora a verdade
e não prégues mentiras, pois do contrário serás infeliz para toda a tua vida'.
Eu queria fazê-la confessar que nada via. Ela, porém, permaneceu
inabalável. Quando eu perguntei o que a aparição estava fazendo, disse-me ela,
olhando em direção do lugar:
– 'Ela olha para cá e está sorrindo'.
– 'Agora dize-me: como está Ela?'
Maria da Luz olha e diz:
– 'Vejo uma bela Senhora, cujo vestido é creme, quase como vosso capote.
O manto é azul celeste, pendendo do pescoço, onde está seguro por uma fivela,
com pedras preciosas. Num braço está a criança'.
– 'Em que braço? No direito ou no esquerdo?'
A menina não sabia distinguir o braço direito do esquerdo. Fez uma
vira-volta com o corpo e mostrou-me o braço esquerdo.
– 'Ela, como o menino, traz uma coroa de ouro na cabeça', disse-me a
jovem.
– 'E a outra mão?' - perguntei.
Fez então uma nova vira-volta (apontando-me) mostrando-me o braço direito
estendido para baixo.
– 'A criancinha enlaça o pescoço da mãe com o bracinho direito",
disse ela, dando uma vira-volta e apontando o braço. A senhora tem na cinta uma
fita da mesma fazenda e da mesma cor que a do vestido. Vejo somente um dos pés.
– 'Qual deles?' - perguntei.
Ela mostrou o pé direito, fazendo outra vira-volta.
– 'Atrás da Senhora vê-se um bonito oratório com duas torres fechadas. O
oratório, que tem a forma de uma casinha, tem pedras preciosas nas suas
torres'."
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