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segunda-feira, 5 de maio de 2014

III Parte - Imaculada Conceição por Padre Júlio Maria de Lombaerde



III Parte


Apologética Católica com o Padre Júlio Maria de Lombaerde, + 1944
(Retirado do Livro "Luz nas Trevas - Respostas irrefutáveis as objeções protestantes".)
 



V. A Imaculada Conceição

Eis-nos, com uma lógica irrefutável, em frente do mistério da imaculada conceição...que não é outra coisa senão a preservação do pecado original, em previsão dos merecimentos futuros do Salvador.


Diga, amigo protestante, não é lógico isso?...não é convincente?...não é necessário?...Pois bem, a tal preservação é o que nós chamamos: imaculada conceição.

Está vendo que tal privilégio, outorgado à pura Mãe de Jesus, não é, como aos protestantes se afigura: um bicho de sete cabeças, um espantalho misterioso!...

É a coisa mais lógica do mundo, que eles negam por não saber o que é, e que seus pastores combatem, unicamente para dar-se um jeitinho de bíblico, para passar por homens inteligentes, entendidos, zelosos discípulos da Bíblia, que não compreendem.

A imaculada conceição abrange dois pontos importantes que convém salientar, porque destroem, de antemão, as objeções protestantes.

1) O primeiro é ter sido a SS.Virgem preservada da mancha original, desde o príncipio da sua conceição.

2) O segundo é que tal privilégio não lhe era devido por direito, mas foi-lhe concedido em previsão dos merecimentos de Jesus Cristo.

Como tal, Maria SS. foi resgatada por Jesus Cristo, como qualquer um de nós; mas convém notar que há duas maneiras deresgatar, ou salvar uma pessoa: antes da queda ou pelo levantamento. O primeiro resgate é de Maria SS.; o segundo é o nosso.

Cristo morreu para todos, diz o Apóstolo (2 Cor 5,15) e ainda:Um só morreu para todos (2 Cor 5,14). Morreu de fato para todos, e em previsão de sua morte preservou a sua Mãe da mancha do pecado, sendo ela, deste modo, a primeira resgatada, e a mais bela conquista do seu sangue.

VI. As provas da Bíblia

O que acabamos de dizer é lógico, meu caro protestante, e se impõe a uma inteligência não viciada pelo preconceito. Eu sei que isso não é ainda o bastante para vós, por isso apoiemos tal doutrina sobre a Bíblia. Abrindo o Gênesis, encontramos no capítulo 3,15, as seguintes palavras que Deus dirigiu ao demônio, depois da queda dos nossos primeiros pais: Inimicitias ponam inter te et mulierem, et sêmen tuum et sêmen illius: ipsa conteret caput tuum (Gn 3,15).

A tradução popular deste texto é: Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua posteridade e a posteridade dela: ela te pisará a cabeça.

A tradução literal seria: Porém inimizade entre ti e a mulher, entre a tua semente e a semente dela: ela te esmagará a cabeça.

A primeira tradução está mais ao alcance de todos: a segunda se aproxima mais do texto oficial da Vulgata.
Este texto refere-se à SS.Virgem, pois é impossível restringir a sua significação à pessoa de Eva... Assim limitado, este texto perderia toda significação. Esta mulher é a Virgem Santíssima, filha de Adão e Eva pela natureza, filha e esposa de Deus, pela graça. Sua posteridade, sua semente é o seu filho unigênito Jesus Cristo, em Jesus, são os Cristãos. A serpente é o demônio; e os filhos do demônio são os infiéis e ímpios, diz Cornélio a Lápide. 

A SS. Virgem, por si, por Jesus e pela Igreja, esmaga a cabeça da serpente. Esmaga-a pela sua imaculada conceição, pela perfeição de sua santidade, pelo seu triunfo sobre o pecado e sobre a morte. Esmaga-a por Jesus, que é o vencedor de Satanás, do pecado do mundo. Esmaga-a pela Igreja, isso é, pelos membros fiéis, pelos católicos fervorosos que procuram viver para Deus.

Diante deste texto luminoso, profético, que tanto exalta a grandeza e o poder da SS.Virgem, os amigos protestantes procuram todos os meios de desviar o sentido, e de excluir dele a Santíssima Virgem.

A tradição cristã sempre viu nesta passagem simbólica a figura do Cristo e de sua SS. Mãe; só a obcecação protestante procura contestar esta figura... sem depois saber a quem aplicá-la.

Destroem, mas sobre as ruínas acumuladas são incapazes de edificar outro edifício...Procuram nos textos antigos se não houve qualquer divergência a respeito, e encontram qualquer coisa, sem mudança essencial, apenas acidental, mas que lhes permite pelo menos suscitar um protesto e formular uma objeção.

Há três versões diferentes do texto citado.

O texto oficial da Vulgata diz: A mulher te esmagará a cabeça (ipsa).

A versão hebraica diz: A semente da mulher te esmagará a cabeça (ipsum).

A versão caldaica diz: O filho (Cristo) te esmagará a cabeça. (ipse)

Que belo achado! Os protestantes gritaram o seu eureca...Tudo serve: ipse, ou ipsum, só não pode servir ipsa, porque este ipsa refere-se a Maria Santíssima. É o tradicional ódio à Mãe de Jesus. Haja discussão!...haja trevas!...haja objeções...haja dúvida...para afastar o texto da Mãe de Jesus, e remover a figura majestosa da Virgem, desta primeira página bíblica.

E no meio da balbúrdia, os pobres protestantes, não enxergam que tal mudança de pronome: ipse, ipsa, ipsum, só tem valor secundário, que não muda em nada o valor do texto, nem a extensão de sua significação.

Menos precipitação, menos paixão e mais sinceridade lhes teria mostrado que o sentido fica sempre aquele que interpretou São Jerônimo, adotando o pronome ipsa: ela: a SS.Virgem.

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