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domingo, 4 de maio de 2014

II Parte - Imaculada Conceição por Padre Júlio Maria de Lombaerde



II Parte 


Apologética Católica com o Padre Júlio Maria de Lombaerde, + 1944
(Retirado do Livro "Luz nas Trevas - Respostas irrefutáveis as objeções protestantes".)
 


III. A Lei geral

A lei geral é o que o pecado de Adão e Eva passa a todos os seus descendentes, por isso todos os homens nascem com a mancha do pecado original. Esta verdade é claramente ensinada pela Sagrada Escritura, e especialmente por S. Paulo (Rom 5).


O Concílio Tridentino a proclamou dogma católico e a tradição da Igreja, neste particular, é constante e universal.

O Criador, para lembrar aos nossos primeiros pais a sua dependência da criatura, proibiu-lhes que comessem da fruta da árvore do bem e do mal (Gen 2,17).

Adão e Eva desobedeceram a Deus, e esta desobediência constitui o pecado original. Tudo isso figura na Bíblia (Gn 3,6).

O tal pecado, sendo cometido pelo primeiro homem, passa a toda a sua posteridade. Adão viveu, diz a Bíblia, e gerou à sua semelhança e conforme sua imagem (Gn 5,3). Adão, pecador, gerou outro pecador. É lógico. Por um só homem entrou o pecado no mundo, diz S. Paulo (Rom 5,12). Todos nós, como filhos de Adão e Eva, nascemos com a alma manchada pelo pecado original.

O testemunho de S .Paulo é explícito: Assim como o pecado entrou no mundo por um só homem e pelo pecado a morte, assim também passou a morte a todos os homens, porque todos pecaram num só (Rom 5,12).

Segundo S. Paulo, houve, pois, pecado num homem só, e este pecado, com as consequências, tornou-se universal, ao santo rei David. Fui gerado na iniquidade, e minha mãe concebeu-me no pecado (Sl 50,7).

Eis a lei geral: Todos os homens, como filhos de um pai decaído, como era Adão, nascem decaídos, do mesmo modo como de um rei decaído nascem filhos decaídos.

IV. As exceções a esta lei

O grande argumento dos protestantes é que todos os homens pecaram. E eles concluem: Maria, a Mãe de Jesus, era de raça humana – logo ela pecou. O raciocínio é exato, porém o caso é de repetir a palavra de Judite: Quem sois vós para tentar a Deus (Jdt 6,2), para pôr limites a seu poder? Tal é a lei geral, porém supremo legislador pode derrogar as leis por ele estabelecidas.

A Bíblia está repleta destas derrogações. O movimento do sol e da lua está matematicamente fixado pela lei da natureza; enquanto Josué não hesitou em fazê-lo parar: Sol, detém-se em Gibaon, e tu, lua, no vale de Ajalon. E o sol se deteve e a lua parou (Jos 10, 12-13).

É uma lei que as águas seguem a correnteza do seu curso, entretanto Moisés estendeu a sua mão sobre o mar...e o mar tornou-se enxuto, e as águas foram partidas...como muro à sua direita e à sua esquerda (Ex 14, 21-22).

É uma lei que um morto fica morto até à ressurreição geral, entretanto o próprio Cristo-Deus, diante do cadáver de Lázaro já em putrefação, exclamou: Lázaro, sai... E imediatamente aquele que estava morto saiu vivo. (Jo 11, 43-44). Que prova isso, meu caro protestante? Isso prova que: Nada é impossível a Deus (Lc 18,27).

Todos os homens pecaram em Adão e Eva, e nascem com o pecado original. É a lei geral. Deus pode derrogar esta lei, como pode derrogar muitas outras, quando o julgar necessário ou conveniente.

Ora, era absolutamente necessário que ele derrogasse esta lei em favor do seu próprio Filho. O Deus de toda pureza não podia entrar em contato com o pecado. Estes dois termos excluem-se mutuamente. Se Jesus se contaminasse pelo pecado, não seria mais a pureza infinita...e não o sendo mais deixaria de ser Deus, porque em Deus tudo é infinito.

Escute bem, caro protestante...

Ora, Cristo, infinitamente puro, não o seria mais, se ele tomasse um corpo formado por uma carne e um sangue maculados pelo pecado. O filho recebe o seu corpo do corpo e do sangue da sua mãe. – O filho é uma continuação dos seus pais.

O corpo de Jesus Cristo é um corpo formado pela carne e pelo sangue da Santíssima Virgem. Ele é o filho de Maria: Aquele que há de nascer de ti, será chamado o filho de Deus, diz S.Lucas (1,35).

Sendo o corpo de Jesus formado do sangue de Maria, e devendo este corpo ser uma pureza infinita – pois é o corpo de Deus – é absolutamente exigido que a carne e o sangue de Maria sejam de uma pureza absoluta, isto é, sem pecado original.

Havia duas maneiras de alcançar esta pureza: a purificação ou a isenção do pecado original.

Qual destes dois modos há de ser mais conveniente?

A discussão é inútil. Se Maria SS. tivesse sido apenas purificada do pecado, ela teria sido escrava, pelo menos durante uns instantes, do demônio, e mais tarde o demônio teria podido lançar no rosto do Salvador este insulto: “Tua mãe! Ela foi minha antes de ser tua! Eu a possuí maculada!” Uma tal suposição é horrível!

Vai, Satanás, longe daqui. Nunca...nunca...nem durante um instante...tu dominarás a mulher bendita entre todas as mulheres! O Senhor estará com ela desde o princípio, e onde está o Senhor, lá não pode estar Satanás. Ela será cheia de graça... E se ela fosse dominada pelo mal, se ela o fosse apenas um instante, não estaria mais cheia de graça; faltaria a graça inicial.

Eis por que a Mãe de Jesus não podia ser simplesmente purificada do pecado... devia ser preservada.

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