II
Parte
Apologética Católica
com o Padre Júlio Maria de Lombaerde, + 1944
(Retirado do
Livro "Luz nas Trevas - Respostas irrefutáveis as objeções
protestantes".)
III.
A Lei geral
A lei geral é o que o pecado de Adão e Eva passa a
todos os seus descendentes, por isso todos os homens nascem com a mancha do
pecado original. Esta verdade é claramente ensinada pela Sagrada Escritura, e
especialmente por S. Paulo (Rom 5).
O Concílio Tridentino a proclamou dogma católico e
a tradição da Igreja, neste particular, é constante e universal.
O Criador, para lembrar aos nossos primeiros pais a
sua dependência da criatura, proibiu-lhes que comessem da fruta da árvore do
bem e do mal (Gen 2,17).
Adão e Eva desobedeceram a Deus, e esta
desobediência constitui o pecado original. Tudo isso figura na Bíblia (Gn 3,6).
O tal pecado, sendo cometido pelo primeiro homem,
passa a toda a sua posteridade. Adão viveu, diz a Bíblia, e gerou à sua
semelhança e conforme sua imagem (Gn 5,3). Adão, pecador, gerou outro pecador.
É lógico. Por um só homem entrou o pecado no mundo, diz S. Paulo (Rom 5,12).
Todos nós, como filhos de Adão e Eva, nascemos com a alma manchada pelo pecado
original.
O testemunho de S .Paulo é explícito: Assim como o
pecado entrou no mundo por um só homem e pelo pecado a morte, assim também
passou a morte a todos os homens, porque todos pecaram num só (Rom 5,12).
Segundo S. Paulo, houve, pois, pecado num homem só,
e este pecado, com as consequências, tornou-se universal, ao santo rei David.
Fui gerado na iniquidade, e minha mãe concebeu-me no pecado (Sl 50,7).
Eis a lei geral: Todos os homens, como filhos de um
pai decaído, como era Adão, nascem decaídos, do mesmo modo como de um rei
decaído nascem filhos decaídos.
IV. As
exceções a esta lei
O grande argumento dos protestantes é que todos os
homens pecaram. E eles concluem: Maria, a Mãe de Jesus, era de raça humana –
logo ela pecou. O raciocínio é exato, porém o caso é de repetir a palavra de Judite:
Quem sois vós para tentar a Deus (Jdt 6,2), para pôr limites a seu poder? Tal é
a lei geral, porém supremo legislador pode derrogar as leis por ele
estabelecidas.
A Bíblia está repleta destas derrogações. O
movimento do sol e da lua está matematicamente fixado pela lei da natureza;
enquanto Josué não hesitou em fazê-lo parar: Sol, detém-se em Gibaon, e tu,
lua, no vale de Ajalon. E o sol se deteve e a lua parou (Jos 10, 12-13).
É uma lei que as águas seguem a correnteza do seu
curso, entretanto Moisés estendeu a sua mão sobre o mar...e o mar tornou-se
enxuto, e as águas foram partidas...como muro à sua direita e à sua esquerda
(Ex 14, 21-22).
É uma lei que um morto fica morto até à
ressurreição geral, entretanto o próprio Cristo-Deus, diante do cadáver de
Lázaro já em putrefação, exclamou: Lázaro, sai... E imediatamente aquele que
estava morto saiu vivo. (Jo 11, 43-44). Que prova isso, meu caro protestante?
Isso prova que: Nada é impossível a Deus (Lc 18,27).
Todos os homens pecaram em Adão e Eva, e nascem com
o pecado original. É a lei geral. Deus pode derrogar esta lei, como pode
derrogar muitas outras, quando o julgar necessário ou conveniente.
Ora, era absolutamente necessário que ele
derrogasse esta lei em favor do seu próprio Filho. O Deus de toda pureza não
podia entrar em contato com o pecado. Estes dois termos excluem-se mutuamente.
Se Jesus se contaminasse pelo pecado, não seria mais a pureza infinita...e não
o sendo mais deixaria de ser Deus, porque em Deus tudo é infinito.
Escute bem, caro protestante...
Ora, Cristo, infinitamente puro, não o seria mais,
se ele tomasse um corpo formado por uma carne e um sangue maculados pelo
pecado. O filho recebe o seu corpo do corpo e do sangue da sua mãe. – O filho é
uma continuação dos seus pais.
O corpo de Jesus Cristo é um corpo formado pela
carne e pelo sangue da Santíssima Virgem. Ele é o filho de Maria: Aquele que há
de nascer de ti, será chamado o filho de Deus, diz S.Lucas (1,35).
Sendo o corpo de Jesus formado do sangue de Maria,
e devendo este corpo ser uma pureza infinita – pois é o corpo de Deus – é
absolutamente exigido que a carne e o sangue de Maria sejam de uma pureza
absoluta, isto é, sem pecado original.
Havia duas maneiras de alcançar esta pureza: a
purificação ou a isenção do pecado original.
Qual destes dois modos há de ser mais conveniente?
A discussão é inútil. Se Maria SS. tivesse sido
apenas purificada do pecado, ela teria sido escrava, pelo menos durante uns
instantes, do demônio, e mais tarde o demônio teria podido lançar no rosto do
Salvador este insulto: “Tua mãe! Ela foi minha antes de ser tua! Eu a possuí
maculada!” Uma tal suposição é horrível!
Vai, Satanás, longe daqui. Nunca...nunca...nem
durante um instante...tu dominarás a mulher bendita entre todas as mulheres! O
Senhor estará com ela desde o princípio, e onde está o Senhor, lá não pode
estar Satanás. Ela será cheia de graça... E se ela fosse dominada pelo mal, se
ela o fosse apenas um instante, não estaria mais cheia de graça; faltaria a
graça inicial.
Eis por que a Mãe de Jesus não podia ser
simplesmente purificada do pecado... devia ser preservada.
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