III e Ultima Parte
Sem. Pedro Afonso
Sem. Pedro Afonso
Diretor Geral
5 Mas quem em nossos dias não suporta a Batina?
É sem dúvida uma pergunta interessante
a ser feita. Anteriormente aqueles que não a suportavam eram os anticlericais,
grupos revolucionários que usavam de ideologias para esconderem a verdade, onde
podemos citar vários exemplos de tais grupos. Porém, nos nossos dias, aquela
que era motivo de alegria e identificação é hoje tida como inconveniente, e
pior ainda, por parte daqueles que com um santo orgulho deveriam portá-la.
É
uma realidade que além de tais grupos anticlericais, encontramos dentro do
próprio seio da Igreja, pessoas totalmente contra o uso do hábito eclesiástico.
Dentre eles, apresentarei algumas situações que, a nosso ver, exemplifica um
pouco a situação presente. Não desejamos aqui rotular ou julgar a consciência, entretanto,
queremos em vista da situação atual, apresentar tais realidades.
Percebemos os totalmente contra - Estes
por muitas vezes se baseiam em ideais um tanto que ideológicos, com os
argumentos que não podemos nos diferenciar, ou que a santa vestimenta oprimiria
o povo e procuram atrapalhar como podem aqueles que simplesmente a querem usar.
Os ditos moderados - que veem a batina com uma
certa radicalidade de grupos tradicionalistas e “retrógrados”, mas que a irão
usá-la depois de padre. Claro que, se tal uso não gerar um problema entre o
clero, veem o clergyman como a melhor
saída e preferem colocar a batina no armário dos paramentos litúrgicos. Alguns
até a comparam como um fardamento e logo explicam que nenhum soldado fica
fardado 24 horas. Realmente o Soldado não fica fardado 24 horas do dia, por um
simples fato de que ele tem o expediente, tem uma carga horária de trabalho
estabelecida no seu regimento funcional. No entanto, o sacerdote, por sua vez,
não tem horário, já que ele é ministro de Deus 24 horas diárias e, por isso
mesmo, assim deve estar fardado sempre, mostrando prontidão e total disposição
ao serviço de Deus e da Igreja à qual pertence.
Em ambos os casos percebemos, com
grande tristeza, um afastamento do porque do uso da batina, e o pior,
percebemos que aqueles que mais desestimulam o seu uso são os que compõem o
clero e que com santa piedade e apreço a deveriam usar. Muitos para se
justificarem, indicam que isso é um problema na Igreja, antes fosse esse o
maior problema, se é que assim podemos dizer. Temos coisas bem mais urgentes a
serem vistas e reais problemas a serem solucionados. E aos que dizem que a
Batina não importa, não é significante para nós. Pedimos apenas uma coisa:
Deixem-nos usá-la em paz.
Sabemos, evidentemente, que a batina
não é o essencial do ministério sacerdotal. Todavia, perguntamos: por que
retirar o sinal que conduz ao essencial? Se tirarmos os sinais, não teremos
mais as setas que nos indicam o caminho para o que realmente é essencial. A
Igreja sempre utilizou de sinais para apresentar uma realidade que em palavras
não pode ser explicada suficientemente. Percebemos claramente isto na Santa
Liturgia, nos Santos Sacramentos e no uso piedoso dos sacramentais.
A batina não é o sacerdócio, no entanto,
lembra ao sacerdote o que ele é, e lembra aos seminaristas que eles estão neste
caminho, e lembra ao povo que Deus continua conosco através dos sacerdotes da
Igreja. Lembra ao Mundo que homens estão dispostos a morrer a cada dia para as
coisas do mundo. A batina nos lembra de que nós pertencemos exclusivamente a Deus,
custe o que nos custar.
É triste sabermos que muitos do próprio
clero podem nos ver com desaprovação, devido à nossa opção pelo uso da batina e
esta decisão pode ser uma Cruz a ser carregada por nós, com muita alegria e
devoção. Coragem! É uma honra sermos dignos de levar tal Cruz. “Venham
– dizia-lhes – Jesus nos espera. Jesus quer isso”. Este será o nosso sacrifício
constante por Aquele que se fez sacrifício por nós.
Fim
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