I Parte
Sem. Pedro Afonso
Uma bela história que se torna mais presente
Sem. Pedro Afonso
Diretor Geral
1 A história
contada brevemente.
Embora tivesse sido aconselhado por
muitos a fazer de outro modo, o jovem seminarista não deixou de usar sua
batina, em um tempo que esta poderia ser claramente usada como sentença de
morte para quem a vestisse. Teríamos de ver a situação que a Igreja passava,
imersa num período de muita perseguição, tanto por parte do Nazismo como também
do Comunismo e varias outras correntes. Os pais, de fato, lhe diziam: “Tire a batina. Não a use por enquanto…” Mas
Rolando respondia: “Mas por quê? Que mal faço em usá-la? Não tenho
motivo para tirá-la”. Fizeram-lhe notar que provavelmente era
melhor tirá-la naquele momento tão inseguro, em que o Comunismo tinha em suas
mãos praticamente toda a Europa. Replicou
Rolando: “Eu estou estudando para ser padre e a
batina é o sinal que eu sou de Jesus”.
Depois de assistir a Santa Missa,
Rolando foi capturado e levado à força por um grupo chamado partigiani a
um esconderijo no bosque. Iniciava sua Via Crucis. Foi despojado de
sua batina pois, os irritava, insultado, golpeado com a cinta nas pernas e
esbofeteado. Permaneceu por três dias nas mãos de seus algozes, escutando
blasfêmias contra Cristo, insultos contra a Igreja Católica e contra o
sacerdócio. Segundo testemunhas, foi açoitado e sofreu outras indizíveis
violências.
Um dos sequestradores, aparentemente,
se comoveu, propondo deixá-lo partir. Mas outros recusaram, ameaçando de morte
aquele que tinha proposto a soltura. Prevaleceu o ódio pela Igreja, pelo
sacerdócio, pelo traje que o representa e que aquele rapazinho nunca tinha
querido deixar de usar. Decidiram matá-lo: “Amanhã teremos um padre a menos”. Levaram-no, sangrando, a um bosque próximo a Piane di
Monchio (na província de Modena). Com um pontapé o jogaram no chão. O jovem
vendo que a morte se aproximava pediu para rezar pela última vez. Ajoelhou-se
e depois dois tiros de revólver o fizeram rolar na vala. Foi coberto com
poucas pás de terra e folhas secas. A batina que o seminarista ostentava com um
santo orgulho, tornou-se uma bola para chutar, sendo depois pendurada, como um
troféu de guerra, sob o telhado de uma casa vizinha. Era sexta feira, 13 de abril
de 1945,
2 O que ela
significa
Morreu pelo fato de ter recusado tirar
a batina. Tal ato, com o passar dos anos, corre o risco de ser visto por muitos
como banal, como desnecessário. Muitos se perguntam – Como preferir a morte ao
fato de tirar a batina? É. Tal pergunta parece ser plausível, mas se partirmos
do acidental para o essencial, veremos que o heroico martírio do jovem garoto
não se perdeu no âmbito do externo. Podemos usar, para entendermos melhor, um
exemplo: O Crucifixo para nós é um sinal, um sacramental de uma realidade
maior, onde estamos dispostos a não permitir que este seja profanado por quem
quer que seja. Não o tiraríamos de nossas casas por mais que alguém nos pedisse,
pois ele é algo mais que um simples objeto. É o sinal visível de nossa fé e nos
lembra que Deus se fez verdadeiramente homem
e por nos amar se entregou a morte,
em tal augusto sacrifício para nos salvar.
A batina também, por sua vez, não é
simplesmente uma roupa, uma tendência ou moda passageira. É um sinal, ou
melhor, um sacramental que para o Seminarista Rolando Rivi, indicava “Estou estudando para ser padre e a batina
é o sinal que eu sou de Jesus”. Que belíssimo sinal a batina tem para
aquele pequeno jovem. Um sinal que através daqueles lábios refletem o
pensamento da Igreja. É um sinal de uma íntima pertença a Jesus Cristo. Um
sinal que convida a quem o porta a morrer a cada dia.
Podemos também perceber que vivemos
rodeados de sinais, muitos destes provocativos que incentivam a imaginação e
devastam a pureza no olhar. Vemos, a todo o momento, propagandas, roupas,
imagens que nos indica o quanto este mundo está separado de Deus. Em meio a
tais sinais terríveis ainda temos a felicidade de nos deparamos com jovens trajando
sua batina preta. A princípio, pode ser considerado por muitos como algo
estranho, todavia depois se torna claro que nos dias de hoje, depois de tantos
anos da morte de Cristo e de sua ressurreição, jovens ainda querem entregar-se a
Ele de uma forma total e especial, no santo sacerdócio.
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