VATICANO, 09 Mai. 13 /
08:28 am (ACI/EWTN Noticias).- Neste domingo o Papa Francisco presidirá
na Praça de São Pedro a Missa de
canonização do Beato Antonio Primaldo e seus 800 companheiros, martirizados
pelos muçulmanos do Império Turco durante sua incursão na pequena cidade
italiana de Otranto, na Apulia, em 29 de julho de 1480.
Antonio Primaldo é o único
nome que se transmitiu dos oitocentos desconhecidos pescadores, artesãos,
pastores e agricultores de Otranto, cujo sangue foi derramado pelo exército
muçulmano só porque eram cristãos.
Nesse dia, às primeiras
horas da manhã, desde as muralhas de Otranto se fez visível no horizonte uma
frota de 90 galeras, 15 mahonas e 48 galeotas, com 18 mil soldados a bordo. A
armada era guiada pelo paxá Agometh, que estava às ordens de Maomé II, chamado
Fatih, o Conquistador, quem em 1453 tinha conquistado Bizâncio e agora queria
Roma.
Em junho de 1480 Maomé II
tirou o cerco a Rodi, defendida com coragem pelos seus cavalheiros, e dirigiu
sua frota na direção do mar Adriático. Otranto era –e é– a cidade mais oriental
da Itália. A importância do seu porto fez com que assumisse o papel de ponte entre
o oriente e o ocidente.
Cercado, o castelo se
converteu no refúgio dos habitantes e era defendido somente por 400 soldados
que não demoraram em abandonar a cidade deixando os refugiados sozinhos.
Depois de quinze dias de
cerco, ao amanhecer de 12 de agosto, os turcos concentraram o fogo contra um
dos pontos mais fracos das muralhas, abriram uma brecha, irromperam nas ruas,
massacraram todos os que viram pela frente e chegaram à catedral onde se
refugiou boa parte dos habitantes.
Derrubaram a porta e cercaram
o Arcebispo Stefano, que estava com os trajes pontificais e com o crucifixo na
mão. Ao ser intimado a não falar mais o nome de Cristo, já que desde aquele
momento quem mandava era Maomé, o Prelado respondeu exortando os assaltantes à
conversão, e por isso foi decapitado.
Entre aqueles heróis houve
um de nome Antonio Primaldo, alfaiate de profissão, de idade avançada, quem, em
nome de todos, afirmou: "Todos acreditam em Jesus Cristo, Filho de Deus, e
estamos dispostos a morrer mil vezes por Ele". Agometh decreta a
condenação à morte de todos os 800 prisioneiros.
Na manhã seguinte estes
foram conduzidos com cordas no pescoço e com as mãos amarradas para trás até
colina da Minerva, poucas centenas de metros fora da cidade. Repetiram todos a
profissão de fé e a generosa resposta dada antes; por isso o tirano ordenou que
começasse a decapitação e, que primeiro cortassem a cabeça do velho Primaldo.
Ele era motivo de ódio para
os muçulmanos porque não deixava de se fazer de apóstolo entre os seus, mais
ainda, antes de inclinar a cabeça sobre a rocha, afirmava a seus companheiros
que via o céu aberto e os anjos animando; que se mantivessem fortes na fé e que
olhassem o céu já aberto para recebê-los.
Ele se inclinou, sua cabeça
foi cortada, mas o corpo ficou de pé: e apesar dos esforços dos assassinos,
permaneceu erguido imóvel, até que todos fossem decapitados.
Este fato teria sido uma
lição para a salvação dos muçulmanos. Um só verdugo de nome Berlabei,
valorosamente acreditou no milagre e, declarando-se em alta voz cristão, foi
também martirizado.
Bento XVI assinou em
20 de dezembro de 2012 o decreto com o qual se reconhece um milagre graças à
intercessão deste grupo de mártires.
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