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terça-feira, 1 de julho de 2014

Instrução sobre a modéstia por Pe. Daniel Pinheiro IBP


Publicado em 13/12/2012
A MODÉSTIA NA IGREJA
Padre Daniel Pinheiro

A vossa modéstia seja conhecida
de todos os homens. Filipenses IV, 5

I – Em relação à pureza:
1)    As vestes devem cobrir tudo o que está entre os joelhos e os ombros, incluindo joelhos e ombros, e em qualquer posição (de pé, sentado, ajoelhado). As vestes devem, portanto, possuir mangas e devem ser sem decotes.

2)    As vestes não devem ser transparentes nem em tom de pele.

3)    As vestes não devem ser apertadas ou coladas ao corpo.
 
Padre Daniel Pinheiro IBP
Essas regras se aplicam a homens e mulheres, mas, sobretudo, às mulheres, dada a maior fraqueza do homem nesse ponto. É preceito do Apóstolo São Paulo: “Do mesmo modo orem também as mulheres em traje honesto, ataviando-se com modéstia e sobriedade [...] como convém a mulheres que fazem profissão de piedade” (1Tim. II, 9 e 10).

Essas são as regras mínimas.
Ainda hoje no Vaticano é proibida a entrada de pessoas que estejam com joelhos ou ombros descobertos. Não há diferença essencial entre a Basílica de São Pedro e a mais singela Igreja: o mesmo respeito é, portanto, devido.

As mulheres evitem, sobretudo na Igreja, roupas mais convenientes ao sexo masculino (calças). Usem saias e vestidos: também isso é parte da modéstia.  Essas regras se aplicam em todo lugar, e com mais razão, portanto, na Igreja.

Resumindo: cubram-se os joelhos em qualquer posição, cubram-se os ombros, cubra-se tudo o que se encontra entre os dois. As mulheres usem saias e vestidos.

II – Em relação às circunstâncias
A roupa deve ser adequada àquilo que há de mais importante na face da Terra: a Casa de Deus, sobretudo quando nela se realiza o Santo Sacrifício da Missa.  A pessoa deve, então, vestir-se com dignidade para ir à Missa, evitando vestes demasiado informais.

Particularmente, sejam abolidas as vestes que contenham desenhos ou alguma mensagem escrita, mesmo para as crianças. Também não sejam usadas roupas com personagens de desenho, com frases escritas, camisetas de times de futebol, calças rasgadas, bermudas. Nada disso condiz com a santidade e dignidade do lugar. Não se deve, porém, cair no erro oposto. Dignidade com simplicidade e sem exageros.

Convém muitíssimo que as mulheres usem véu enquanto estão na Igreja, em particular durante os Sacramentos. São Paulo o adverte em sua Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo 11.

Dever do Sacerdote
É dever do sacerdote, explicitado nos mais diversos textos da Santa Sé e dos Bispos, ensinar a modéstia e exortar os fiéis a ela. Também é seu dever não administrar os sacramentos àqueles que não se apresentam vestidos modestamente para receberem as graças da Igreja.

A Modéstia
A modéstia no vestir é a virtude derivada da temperança que guarda a devida ordem da razão em nosso aparato exterior. Ela deve ser observada principalmente na Igreja, Templo do Altíssimo. As nossas vestes mostram quem nós somos, a nossa pureza e o grau de importância que atribuímos a um determinado local, a uma determinada pessoa, a uma determinada atividade. Assim, a modéstia deve estar de acordo com a pureza e com as circunstâncias em que se encontram as pessoas.

A modéstia no vestir diz respeito, antes de tudo, à pureza. A modéstia no vestir evita o próprio pecado – a pessoa não é motivo de escândalo para outras – e evita ao mesmo tempo o pecado do próximo. Trata-se, portanto, de caridade para consigo mesmo e para com o próximo. Para observar a modéstia no vestir, é preciso que a veste esconda mais do que mostre.

Embora haja certa variação em relação às épocas e localidades, há um limite a partir do qual uma veste será sempre imodesta e causará danos para os indivíduos e para a sociedade. Para esse tipo de veste (roupas de banho, minissaias, etc.) dizem os moralistas, é inválida a lei de que o que é comum e habitual não causa paixões. Pio XII dizia que “as vestes devem ser avaliadas não segundo a estimação de uma sociedade em decadência, mas segundo as aspirações de uma sociedade que preza pela dignidade e pela seriedade dos costumes.” Dizia também que “a moda não pode jamais ser uma ocasião próxima de pecado” (Discurso aos participantes do I Congresso de Alta Moda, 8/11/57).

Esse limite é posto pelos joelhos e os ombros, que devem estar sempre cobertos, assim como deve estar coberto tudo o que se encontra entre os dois.

É necessária a modéstia não porque o corpo seja mau em si, mas justamente por sua nobreza, porque ele é templo do Espírito Santo e por causa das feridas do pecado original. Adão e Eva se cobriram depois do pecado original e Deus os vestiu ainda mais: “Fez também o Senhor Deus a Adão e a sua mulher umas túnicas de peles e os vestiu” (Gen. III, 21).

No entanto, tal modéstia não consiste unicamente em não ser motivo de pecado para outros, mas também em vestir-se conforme ao próprio estado, às circunstâncias, ao grau de formalidade do lugar, da atividade e levando em conta a dignidade da pessoa com quem se está.

São necessárias regras concretas, sobretudo hoje em que a onipresença de vestes imodestas impede o bom-senso de discernir o que é realmente modesto ou não. Regras abstratas conduziram ao estado de coisas em que nos encontramos hoje. Como já dito, o costume não pode tornar modesta uma veste em si imodesta. Ademais, ninguém é um bom juiz da própria causa, particularmente quando se trata de modéstia.

No Ato de Desagravo ao Sagrado Coração, redigido sob as ordens do Papa Pio XI (AAS 20, p. 183, 1928), nós dizemos: “De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente da licença dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência [...].”

Possamos recitar tal ato com sinceridade, começando por nos vestir modestamente. Deus há de recompensar os esforços dos que se vestem modestamente e evitam assim o próprio pecado e o pecado do próximo. Os exemplos de Nossa Senhora, Virgem Puríssima, e de São José, seu castíssimo esposo, devem ser seguidos por aqueles que amam a Deus sobre todas as coisas.

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