I Parte
Apologética
Católica com o Padre Júlio Maria de Lombaerde, + 1944
(Retirado
do Livro "Luz nas Trevas - Respostas irrefutáveis as objeções
protestantes".)
O
“crente”, ou melhor, O protestante, no afã de produzir objeções, confunde tudo
e tudo mistura. Prova que ele mesmo não compreende o que está ensinando.
Na
8.ª objeção fala no vinho da ceia: na 9.ª na missa romana
e na 10.ª do poder dos padres de mudar o pão e o vinho no
corpo e no sangue do Senhor.
Não
vê que tudo isso é uma só e mesma coisa! É como quem perguntasse: Que é uma
casa? Uma morada? Uma habitação? Um prédio? ... uma vivenda? Tudo isso é mais
ou menos a mesma coisa! Uma tal mixórdia mostra que tais “crente” vão copiando
um dos outros estas objeções, sem lhes compreenderem a significação.
Pois
bem, escute, amigo crente, eu vou pôr em ordem lógica as suas elucubrações e
fazer brilhar nesta balbúrdia obscura uma luz tão clara, que, não tapando os
olhos com os dois punhos, há de distinguir a verdade e será obrigado (se o seu
orgulho o permitir) a exclamar: “O Padre tem razão”! e eu
estou enganado!” ou melhor: “Eu não sabia, porém agora sei, compreendo,
prostro-me de joelhos, e adoro o que estava blasfemando”.
Para
não deixar subsistir a mínima dúvida ou obscuridade, tenho de provar-lhe aqui
quatro coisas importantíssimas, todas quatro negadas pelos protestantes.
1. Jesus está verdadeiramente presente na Eucaristia.
1. Jesus está verdadeiramente presente na Eucaristia.
2. A missa foi instituída por Jesus Cristo.
3. O padre tem o poder de mudar o pão e o vinho no corpo e sangue de Cristo.
4. Basta a comunhão de uma espécie.
Eis o resumo pleno e completo das três
objeções 8, 9, 10 e mais qualquer coisa, que não soube objetar porque o
ignorava. Podia limitar-me em citar simplesmente o texto pedido, porém,
escrevendo, tanto para robustecer a fé dos católicos, quanto para refutar os
erros protestantes, quero fazer uma exposição sucinta, clara e insofismável, do
mais belo e mais sublime mistério da nossa santa religião: a sagrada, a divina
Eucaristia.
I. A presença real
A
palavra Eucaristia provém de duas palavras
gregaseu-cháris: ação de graça, e designa a presença real e
substancial de Jesus Cristo sob as aparências de pão e vinho.
Os
protestantes hodiernos, pelas suas contínuas mudanças, são milhares de divisões
em seitas, não acreditam mais na presença de Jesus na hóstia sagrada.
Lutero,
menos tolo que seus netinhos, sempre acreditou na presença real de Cristo na
Eucaristia, e encarregou-se de responder ele mesmo às objeções de
seus degenerados filhos.
Em
carta a seu amigo Argentino (De euch. Dist. I, art.) falando sobre o
texto evangélico “Isto é o meu corpo”, ele diz: “Eu quereria que alguém
fosse assaz hábil para persuadir-me de que na Eucaristia não se contém senão
pão e vinho: esse me prestaria um grande serviço. Eu tenho trabalhado nessa
questão a suar; porém confesso que estou encadeado, e não vejo nenhum meio de
sair daí. O texto do Evangelho é claro demais” (Textus
Evangelicus est nimis apertus).
O
mesmo Lutero diz ainda: “Que me apresentem a sua Bíblia, e mostrem-me onde se
acham estas palavras: “Isto é o sinal do meu corpo!” Uns torturam o
pronome isto; outros apegam-se ao verbo é; um terceiro
dilacera a palavra corpo; outros, enfim, tratam como algoz o texto
inteiro (alii totum textum excarnificant). (In Ap. Com. Dom. V, 17, p.
100).
II. A negação desta verdade
Escutai
o vosso pai, ó protestantes, só esta desviação e mudança é uma prova clara de
que estais fora da verdade.
A
verdade não muda: O vosso ensino mudou e muda; está, pois, errado.
Escutai ainda Lutero refutar a vossa ousadia:
“A despeito de todos os meus desejos. – diz ele, – e de todos os meus esforços,
jamais pude impelir o meu espírito a essa negação atrevida” (Ep. Cor. amic.).
Em
outra parte ele diz: “A negação da presença real é uma evidente blasfêmia, uma
negação da veracidade divina”. Ele chama aqueles que a negam: “Um bando de
miseráveis endiabrados”.
Mas
então, ó protestantes, qual é a vossa religião? Não é a da Bíblia. Pois a
Bíblia diz o contrário. Não é de Jesus Cristo, pois Cristo diz o contrário. Não
é a da Igreja católica, ela também diz o contrário. Não é a de Lutero, pois o
próprio Lutero diz o contrário.
Donde
vem a vossa religião?... donde? ... se não vem nem de Deus, nem dos homens?
Donde vem? Respondei: só sendo do demônio!
Pobres
protestantes, a vós, também, Cristo poderia repetir as palavras que dirigiu aos
fariseus (Jo 8, 43-45): Por que não podeis ouvir a minha palavra? Vós
tendes por pai o demônio, e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele foi
homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque não há verdade
nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai
da mentira. Mas a mim, quando falo a verdade, não credes.
Eis
o que Cristo vos brada... Ele afirma que está presente e vós o negais.
Lutero,
vosso pai, apesar de seu desejo de negar este mistério, declara ser impossível
fazê-lo, porque o evangelho é claro demais – e entretanto vós, protestantes,
tendes a ousadia de fazer tal negação. Só o demônio: Vos ex patre
diabolô estis (Jo 8,44).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário ou pergunta!