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domingo, 13 de julho de 2014

I Parte - A Eucaristia por Pe. Júlio Maria de Lombaerde



I Parte  
Apologética Católica com o Padre Júlio Maria de Lombaerde, + 1944
(Retirado do Livro "Luz nas Trevas - Respostas irrefutáveis as objeções protestantes".)

        O “crente”, ou melhor, O protestante, no afã de produzir objeções, confunde tudo e tudo mistura. Prova que ele mesmo não compreende o que está ensinando.
 
Padre Júlio Maria de Lombaerde
        Na 8.ª objeção fala no vinho da ceia: na 9.ª na missa romana e na 10.ª do poder dos padres de mudar o pão e o vinho no corpo e no sangue do Senhor.

        Não vê que tudo isso é uma só e mesma coisa! É como quem perguntasse: Que é uma casa? Uma morada? Uma habitação? Um prédio? ... uma vivenda? Tudo isso é mais ou menos a mesma coisa! Uma tal mixórdia mostra que tais “crente” vão copiando um dos outros estas objeções, sem lhes compreenderem a significação.

        Pois bem, escute, amigo crente, eu vou pôr em ordem lógica as suas elucubrações e fazer brilhar nesta balbúrdia obscura uma luz tão clara, que, não tapando os olhos com os dois punhos, há de distinguir a verdade e será obrigado (se o seu orgulho o permitir) a exclamar: “O Padre tem razão”! e eu estou enganado!” ou melhor: “Eu não sabia, porém agora sei, compreendo, prostro-me de joelhos, e adoro o que estava blasfemando”.

        Para não deixar subsistir a mínima dúvida ou obscuridade, tenho de provar-lhe aqui quatro coisas importantíssimas, todas quatro negadas pelos protestantes.

1.      Jesus está verdadeiramente presente na Eucaristia.

2.      A missa foi instituída por Jesus Cristo.

3.      O padre tem o poder de mudar o pão e o vinho no corpo e sangue de Cristo.

4.      Basta a comunhão de uma espécie.


Eis o resumo pleno e completo das três objeções 8, 9, 10 e mais qualquer coisa, que não soube objetar porque o ignorava. Podia limitar-me em citar simplesmente o texto pedido, porém, escrevendo, tanto para robustecer a fé dos católicos, quanto para refutar os erros protestantes, quero fazer uma exposição sucinta, clara e insofismável, do mais belo e mais sublime mistério da nossa santa religião: a sagrada, a divina Eucaristia.

I.        A presença real

        A palavra Eucaristia provém de duas palavras gregaseu-cháris: ação de graça, e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de pão e vinho.

        Os protestantes hodiernos, pelas suas contínuas mudanças, são milhares de divisões em seitas, não acreditam mais na presença de Jesus na hóstia sagrada.

        Lutero, menos tolo que seus netinhos, sempre acreditou na presença real de Cristo na Eucaristia, e encarregou-se de responder ele mesmo às  objeções de seus degenerados filhos.

        Em carta a seu amigo Argentino (De euch. Dist. I, art.) falando sobre o texto evangélico “Isto é o meu corpo”, ele diz: “Eu quereria que alguém fosse assaz hábil para persuadir-me de que na Eucaristia não se contém senão pão e vinho: esse me prestaria um grande serviço. Eu tenho trabalhado nessa questão a suar; porém confesso que estou encadeado, e não vejo nenhum meio de sair daí. O texto do Evangelho é claro demais” (Textus Evangelicus est nimis apertus).

        O mesmo Lutero diz ainda: “Que me apresentem a sua Bíblia, e mostrem-me onde se acham estas palavras: “Isto é o sinal do meu corpo!” Uns torturam o pronome isto; outros apegam-se ao verbo é; um terceiro dilacera a palavra corpo; outros, enfim, tratam como algoz o texto inteiro (alii totum textum excarnificant). (In Ap. Com. Dom. V, 17, p. 100).

II.      A negação desta verdade

        Escutai o vosso pai, ó protestantes, só esta desviação e mudança é uma prova clara de que estais fora da verdade.

        A verdade não muda: O vosso ensino mudou e muda; está, pois, errado.

        Escutai ainda Lutero refutar a vossa ousadia: “A despeito de todos os meus desejos. – diz ele, – e de todos os meus esforços, jamais pude impelir o meu espírito a essa negação atrevida” (Ep. Cor. amic.).

        Em outra parte ele diz: “A negação da presença real é uma evidente blasfêmia, uma negação da veracidade divina”. Ele chama aqueles que a negam: “Um bando de miseráveis endiabrados”.

        Mas então, ó protestantes, qual é a vossa religião? Não é a da Bíblia. Pois a Bíblia diz o contrário. Não é de Jesus Cristo, pois Cristo diz o contrário. Não é a da Igreja católica, ela também diz o contrário. Não é a de Lutero, pois o próprio Lutero diz o contrário.

        Donde vem a vossa religião?... donde? ... se não vem nem de Deus, nem dos homens? Donde vem? Respondei: só sendo do demônio!

        Pobres protestantes, a vós, também, Cristo poderia repetir as palavras que dirigiu aos fariseus (Jo 8, 43-45): Por que não podeis ouvir a minha palavra? Vós tendes por pai o demônio, e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque não há verdade nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas a mim, quando falo a verdade, não credes.

        Eis o que Cristo vos brada... Ele afirma que está presente e vós o negais.

        Lutero, vosso pai, apesar de seu desejo de negar este mistério, declara ser impossível fazê-lo, porque o evangelho é claro demais – e entretanto vós, protestantes, tendes a ousadia de fazer tal negação. Só o demônio: Vos ex patre diabolô estis (Jo 8,44).

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