Por São Pedro Julião Eymard
O fim da Sociedade é ainda render a Jesus no
Santíssimo Sacramento o culto de honra maior, mais santo e mais litúrgico
possível.
Culto maior,
pelo serviço solene de Exposição onde Jesus é honrado como o Rei imortal dos
séculos, a quem toda honra e glória são devidas.
Ante esse
sol de amor tudo se eclipsa. Ante o Rei, o ministro não recebe distinções. Ante
o Mestre insigne, o servo desaparece.
Tudo quanto
há de precioso, de belo, de nobre, deve honrar o Trono divino de Jesus, Senhor
único de tudo. E, viesse a Sociedade a possuir todos os diamantes, todo o ouro,
todas as coroas do mundo, só deveria ver nisto tudo o privilégio de poder tudo
consagrar à glória do Mestre, já que tudo Lhe pertence.
Culto
mais santo
Homenagens
de respeito, tendo-se modesta e convenientemente em Sua divina Presença,
evitando tudo aquilo que não se permitiria em presença dum personagem ilustre,
dum soberano.
Homenagens
de piedade, cumprindo com grande espírito de fé e de amor as cerimônias
externas, genuflexões, prostrações, reverências prescritas, porque constituem
os atos exteriores de adoração do coração e a profissão pública de Fé.
Homenagens
públicas de virtudes. Honrando por toda a parte o Mestre, quer em público, quer
em particular, quer nas ruas, quer nos templos; adorando-O, prostrado, quando
Ele passa levado em Viático, ou quando reina no Trono. E por toda a parte o Rei
e Deus do nosso coração, da nossa vida.
Culto mais litúrgico
A Igreja,
sempre inspirada pelo Espírito Santo, regrou o culto devido ao Seu divino
Esposo, Jesus Cristo, no Santíssimo Sacramento, e que por si, constitui o culto
de verdade e de santidade agradável a Deus.
A Igreja,
ciosa da honra e da glória do seu Rei, regulou os mínimos pormenores do Seu
culto, porque tudo é grande, tudo é divino em se tratando do Seu serviço.
O dever
maior, quer da Sociedade, quer da totalidade dos seus membros, é, portanto,
estudar as rubricas, os cerimoniais da Igreja e, seguindo-os com exata
fidelidade, fazer com que os fiéis, por sua vez, os observem e amem. Honrando
desta forma a divina Eucaristia, honro-O a em união com a Santa Igreja, em
união com os Seus santos. Rendo-Lhe, então, com a Igreja, uma só e mesma homenagem,
presto-Lhe um só e mesmo culto enquanto os Seus méritos suprem minha
indignidade, e a Sua perfeição, minha fraqueza. Meu culto então torna-se
verdadeiramente católico.
Servirá
ainda para expiar as irreverências e culpas sem número que cometi nos santos
lugares. Servirá para reparar as profanações, os sacrilégios incessantemente
cometidos contra este Sacramento por tantos ímpios e maus cristãos.
Será um
protesto contra a incredulidade, uma profissão pública de nossa Fé e vocação
pela maior glória de Jesus. Hóstia de amor e de louvor.
(A Divina Eucaristia, volume III)
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