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domingo, 22 de janeiro de 2017

Cardeal Burke: “É altamente questionável” dizer que católicos e muçulmanos adoram o mesmo Deus e que o Islã é uma religião de paz


Se “Deus é amor”, como Ele pode ser “o mesmo Deus que ordena aos muçulmanos para que abatam os infiéis e estabeleçam o seu domínio pela violência?”, perguntou Burke.


Cardeal Raymond Burke fala com LifeSiteNews Paris, correspondente Jeanne Smits em Roma. Imagem: Olivier Figueras / LifeSiteNews
Claire Chretien – LifeSiteNews | Tradução Sensus fidei: ROMA, Itália, 30 de agosto, 2016 – É “altamente questionável” dizer que católicos e muçulmanos adoram o mesmo Deus e que o Islã é uma religião de paz, afirmou o Cardeal Raymond Burke em uma coletiva de imprensa na segunda-feira.

Burke, um norte-americano, é o ex-prefeito da Signatura Apostólica, a mais alta corte do Vaticano. Ele agora é o patrono da Soberana Ordem Militar de Malta.

Burke estava a falar com a imprensa sobre Hope for the World: To Unite All Things in Christ, um livro-entrevista recém-publicado com o jornalista francês Guillaume d’Alançon em que o prelado reflete sobre uma série de temas controversos como a contracepção e sua relação com o aborto, banheiros transgêneros, a Sagrada Comunhão para casais divorciados recasados, e os problemas dentro da Igreja Católica.

Nostra Aetate, a declaração do Concílio Vaticano II sobre a relação da Igreja Católica com as outras religiões, “não é um documento dogmático”, disse Burke.

Burke estava respondendo a uma pergunta sobre se católicos e muçulmanos adoram o mesmo Deus e se os católicos são obrigados a acreditar na definição do Islã feita pelo Vaticano II.

“A Igreja vê com estima também os muçulmanos”, diz Nostra Aetate. “Adoram eles o Deus Único, vivo e subsistente, misericordioso e omnipotente, criador do céu e da terra, que falou aos homens e a cujos decretos, mesmo ocultos, procuram submeter-se de todo o coração, como a Deus se submeteu Abraão, que a fé islâmica de bom grado evoca… Esperam pelo dia do juízo, no qual Deus remunerará todos os homens, uma vez ressuscitados. Têm, por isso, em apreço a vida moral e prestam culto a Deus, sobretudo com a oração, a esmola e o jejum”.

O reconhecimento de que Nostra Aetate não é dogmática pode levar a Sociedade de São Pio X, um grupo tradicionalista com um estatuto canônico irregular, à plena comunhão com Roma. Muitos católicos veem o controverso documento do Vaticano II como incerto ou mesmo em desacordo com o ensinamento da Igreja sobre o Catolicismo ser a única fé verdadeira.

Se os católicos devem abraçar o Islã como uma religião de paz ou ser considerados dissidentes foi um tema recente do debate entre Robert Spencer de JihadWatch.org e Monsenhor Stuart Swetland do Donnelly College. As reivindicações de Spencer de que o Islã é inerentemente violento está em desacordo com os ensinamentos do magistério dos papas recentes. Os defensores de Spencer salientam que os papas tiveram diferentes opiniões sobre o Islã ao longo dos anos e que afirmar uma certa natureza do Islã não está relacionado com a moral e a fé católicas e, portanto, não é vinculativo para os católicos. Eles também dizem que os católicos devem consultar o próprio Islã para determinar a sua natureza.

Burke disse que muito da resposta de hoje ao Islã é influenciada por um relativismo religioso e sustenta que “todos nós estamos adorando o mesmo Deus” e “todos nós acreditamos no amor.”

Se “Deus é amor”, como Ele pode ser “o mesmo Deus que ordena aos muçulmanos para que abatam os infiéis e estabeleçam o seu domínio pela violência?”, perguntou Burke.

“Eu não acredito que seja verdade que todos nós estamos adorando o mesmo Deus”, disse Burke. “Dizer que todos nós acreditamos no amor simplesmente não é correto.”

“Tudo o que eu disse sobre o Islã, incluindo especialmente o que está no livro, é baseado em meus próprios estudos dos textos do Islã e também dos seus comentaristas”, disse o cardeal. O relativismo religioso que iguala o ensino católico e muçulmano sobre a natureza de Deus não “respeitam a verdade” sobre o que cada religião ensina, disse ele. “Isto não é útil.”

“Examinemos cuidadosamente o que o Islã é e o que a nossa fé cristã nos ensina”, disse Burke, porque não são a mesma coisa.

“Nada mudou na agenda islâmica desde os tempos anteriores de nossos antepassados” tiveram de defender a Cristandade de ataques de muçulmanos, disse Burke. “Eles viram que o Islã estava atacando a verdade sagrada.”


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