IRMANDADE
DOS DEFENSORES DA SAGRADA CRUZ
IDSC
O
AMOR AO VIGÁRIO DE CRISTO
ESTÁ ALÉM DE NOSSAS EXPECTATIVAS
Carta do Diretor geral
aos irmãos e amigos da
IDSC
19-03-2013
Estamos
vivendo com certeza na Igreja um tempo particular e como muitos dizem
histórico. Alguns veem estes momentos como os mais difíceis que a Igreja
passou. No entanto, não preferimos ver desta forma, tendo em vista que em toda
a história da Igreja, houve momentos dificílimos que, como sempre, foram
ultrapassados por Esta, em que o poder do inferno nunca prevalecerá.
Também não
vemos o fim como anunciam os profetas da desgraça, como apontava o nosso amado
papa Bento XVI. Com certeza, vivemos momentos difíceis, que merecem e devem ser
vistos por nós, com muito discernimento e fidelidade a doutrina de Cristo
presente na Igreja, que nos é o único suporte.
Como
católicos que somos, diante do momento presente, devemos constantemente nos
perguntar e nos posicionarmos de forma humilde e fiel, ao que a Igreja nos
propõe durante os séculos. A Igreja sempre foi vista como esta Barca, que
navega em águas agitadas com ondas que, tentando nos amedrontar, investem
contra nós. Estas ondas podem receber vários nomes: Relativismo,
Individualismo, Hedonismo, Socialismo, Comunismo...
Para nós que
confiamos em Jesus e em sua Palavra, sabemos que a “Barca” não afundará. Não há
quem possa afundá-la, pois encontramos nesta o próprio Cristo, que por vezes
aparenta dormir em meio a Barca agitada pelas ondas. Mas, qual o sentido e
função das ondas, se a barca não afunda, não seria isto tolice da parte de
Satanás e seus demônios?
Se visarmos o fim de tal ação como a destruição da Igreja é claro
que seria uma tentativa frustrada, mas como o demônio é astuto, ele o sabe que
não é possível e assim tenta aqueles que compõem esta Igreja e que nela
deveriam dar a glória devida a Deus. Estes, por sua vez, ou movidos pelo medo
ou pela ilusória alta segurança, abandonam a certeza da Barca à incerteza e
inconstância do mar tempestuoso.
Lembramo-nos sempre, que vamos
dar uma palestra sobre a Igreja e o ministério Petrino, da Bula Una Sancta do Papa Bonifacio VIII, onde
este compara a Igreja a Arca de Noé, onde há um só capitão e nela encontramos a
segurança e a vida e, fora dela, a insegurança e destruição.
Assim, pelos anos, a Igreja de
Jesus Cristo nos ensinou que o papa não é simplesmente uma figura ilustre e
simbólica de uma espécie de instituição ou estado. Mas, é sim, o legítimo
sucessor de Pedro e Vigário de Cristo e só a ele foi dada as chaves e o poder
de ligar e desligar a realidade terrena na divina. É a ele, que o próprio Cristo
solenemente profere: "E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra
ela" (Mt 16,18). E finalmente o Concílio de Florença definiu: "que o Romano
Pontífice é o verdadeiro vigário de Cristo, o Chefe de toda a Igreja, o pai e o
doutor de todos os cristãos; e que a ele conferiu Nosso Senhor Jesus Cristo, na
pessoa de S. Pedro, o pleno poder de apascentar, reger e governar a
Igreja" Cf. CVI 1835.
Tendo em
vista esta dimensão sobrenatural, presente no Primado de Pedro, que pela fé
devemos aderir àquele que foi escolhido para o governo da Igreja e das almas,
sendo a cabeça visível do Corpo místico de Cristo e, assim sendo, a ponte entre
Deus e os homens – “pontífice”.
Sabemos que
o Santo Padre é aquele que conduz os cordeiros e ovelhas à Grei do Senhor – "Tendo
eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais
do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus:
Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João,
amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus:
Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de
João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez:
Amas-me? E respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe
Jesus: Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21, 15-17).
Portanto,
esta responsabilidade de condução não nossa, mas daquele que a recebeu do
Próprio Deus. O que merece de nossa parte tão augusto serviço dado a um homem?
Nossa reverência e amor filial, que se eleva além das nossas humanas
expectativas e se deixa descansar nos braços providenciais de Deus, que nunca
desiste de sua Igreja.
Tão sublime
amor não nos pode levar ao que costumamo chamar de uma espécie de papismo
teórico ou prático. Tal papismo a que nos referimos não tem nada a ver com o
termo utilizado pelos protestantes ingleses, com o fim de nos depreciar, como
se adorássemos o papa. O papismo aqui tratado diz respeito a um erro que pode
surgir no campo católico, que a nosso ver pode assumir duas posturas distintas:
Uma destas é um “papismo pessimista” onde o fiel se coloca no direito, de
diante a algumas posturas do papa, o censurar de tal forma a desacreditar de
seu ministério, não tendo por ele o digno respeito que lhe é devido. Esta
categoria se posiciona como que a espreita do menor deslize, para assim
legitimar sua desobediência e irreverência ao papa e sua autoridade legítima.
Quando apontamos tais erros, que podem e acontecem durante um pontificado,
remontamos aos erros que não atingem as questões de fé e moral. Estas questões,
fé e moral, que não são passíveis de erro pelo carisma da Infalibilidade papal,
posto que concedida ao papa na execução de seu ministério.
A outra questão que ressaltamos
costuma chamar de “papismo otimista”, que de tal forma chega a ser cômico, pois
há católicos que sem se dar conta, comportam-se desta maneira querendo
legitimar todos os passos dado pelo Santo Padre, como se tudo que o papa
falasse ou agisse, o fizesse ex cathedra,
indo assim de encontro ao dogma presente no Concílio Vaticano I, que define tal
situação. “Por isso nós, apegando-nos à Tradição recebida desde o início da fé
cristã, para a glória de Deus, nosso Salvador, para exaltação da religião
católica, e para a salvação dos povos cristãos, com a aprovação do Sagrado
Concílio, ensinamos e definimos como dogma divinamente revelado, que o Romano
Pontífice, quando fala ex cathedra, isto é, quando, no desempenho do
ministério de pastor e doutor de todos os cristãos, define com sua suprema
autoridade apostólica alguma doutrina referente à fé e à moral para toda a Igreja,
em virtude da assistência divina prometida a ele na pessoa de São Pedro, goza
daquela infalibilidade com a qual Cristo quis munir a sua Igreja quando define
alguma doutrina sobre a fé e a moral; e que, portanto, tais declarações do
Romano Pontífice são por si mesmas, e não apenas em virtude do consenso da
Igreja, irreformáveis. 1840. [Cânon]: Se, porém, alguém ousar contrariar esta
nossa definição, o que Deus não permita, - seja excomungado” Cânones
1839 e 1840.
Em assim
sendo, o amor que particularmente cremos dever ser destinado ao papa, deve
estar purificado de todas as nossas expectativas e linhas humanas, e aqui
lembramos a frase de um grande amigo, que uma vez nos falou que um dos fatos de
sermos católicos é de permanecermos unidos, apesar de nossos diferentes gostos
pessoais, pois este subjetivismo válido deve estar por sob o reinado de Cristo
e assim, sob o julgo de sua divina vontade. Tal unidade ocorre de forma visível
de diversas maneiras. Dentre elas, na profissão na mesma fé no santo batismo
que recebemos e a submissão ao legítimo sucessor de Pedro que reina glorioso.
É esta
expressa realidade acima enfocada, que eleva o nosso amor meramente humano, que
se deixa levar pelas inclinações pessoais, para um Amor sobrenatural, que
devemos pedir a Deus, pois este só é possível na fé que é dom de Deus.
Assim
sentido, exortamos-vos, meus amados irmãos, a verem no papa não somente o guia
da Igreja, mas a cabeça visível deste corpo Santo e místico de Cristo. Aquele
que entre os demais foi escolhido para confirmar a fé que professamos e que
carinhosamente dizemos que é o doce Cristo na terra.
Fraternalmente
em Cristo Jesus,
do
qual me fiz eternamente servo.
Sem.
Pedro Afonso Tavares Lins
DIRETOR
GERAL
Nos cum prole Pia
Benedicat
Virgo Maria
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