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quarta-feira, 10 de abril de 2013

O Amor ao Vigário de Cristo Está Além de Nossas Expectativas



IRMANDADE DOS DEFENSORES DA SAGRADA CRUZ
IDSC


O AMOR AO VIGÁRIO DE CRISTO
ESTÁ ALÉM DE NOSSAS EXPECTATIVAS
Carta do Diretor geral
aos irmãos e amigos da
IDSC
19-03-2013

Estamos vivendo com certeza na Igreja um tempo particular e como muitos dizem histórico. Alguns veem estes momentos como os mais difíceis que a Igreja passou. No entanto, não preferimos ver desta forma, tendo em vista que em toda a história da Igreja, houve momentos dificílimos que, como sempre, foram ultrapassados por Esta, em que o poder do inferno nunca prevalecerá. 

Também não vemos o fim como anunciam os profetas da desgraça, como apontava o nosso amado papa Bento XVI. Com certeza, vivemos momentos difíceis, que merecem e devem ser vistos por nós, com muito discernimento e fidelidade a doutrina de Cristo presente na Igreja, que nos é o único suporte.

Como católicos que somos, diante do momento presente, devemos constantemente nos perguntar e nos posicionarmos de forma humilde e fiel, ao que a Igreja nos propõe durante os séculos. A Igreja sempre foi vista como esta Barca, que navega em águas agitadas com ondas que, tentando nos amedrontar, investem contra nós. Estas ondas podem receber vários nomes: Relativismo, Individualismo, Hedonismo, Socialismo, Comunismo...

Para nós que confiamos em Jesus e em sua Palavra, sabemos que a “Barca” não afundará. Não há quem possa afundá-la, pois encontramos nesta o próprio Cristo, que por vezes aparenta dormir em meio a Barca agitada pelas ondas. Mas, qual o sentido e função das ondas, se a barca não afunda, não seria isto tolice da parte de Satanás e seus demônios?

Se visarmos o fim de tal ação como a destruição da Igreja é claro que seria uma tentativa frustrada, mas como o demônio é astuto, ele o sabe que não é possível e assim tenta aqueles que compõem esta Igreja e que nela deveriam dar a glória devida a Deus. Estes, por sua vez, ou movidos pelo medo ou pela ilusória alta segurança, abandonam a certeza da Barca à incerteza e inconstância do mar tempestuoso.

Lembramo-nos sempre, que vamos dar uma palestra sobre a Igreja e o ministério Petrino, da Bula Una Sancta do Papa Bonifacio VIII, onde este compara a Igreja a Arca de Noé, onde há um só capitão e nela encontramos a segurança e a vida e, fora dela, a insegurança e destruição.
 
Assim, pelos anos, a Igreja de Jesus Cristo nos ensinou que o papa não é simplesmente uma figura ilustre e simbólica de uma espécie de instituição ou estado. Mas, é sim, o legítimo sucessor de Pedro e Vigário de Cristo e só a ele foi dada as chaves e o poder de ligar e desligar a realidade terrena na divina. É a ele, que o próprio Cristo solenemente profere: "E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18). E finalmente o Concílio de Florença definiu: "que o Romano Pontífice é o verdadeiro vigário de Cristo, o Chefe de toda a Igreja, o pai e o doutor de todos os cristãos; e que a ele conferiu Nosso Senhor Jesus Cristo, na pessoa de S. Pedro, o pleno poder de apascentar, reger e governar a Igreja" Cf. CVI 1835.

Tendo em vista esta dimensão sobrenatural, presente no Primado de Pedro, que pela fé devemos aderir àquele que foi escolhido para o governo da Igreja e das almas, sendo a cabeça visível do Corpo místico de Cristo e, assim sendo, a ponte entre Deus e os homens – “pontífice”.

Sabemos que o Santo Padre é aquele que conduz os cordeiros e ovelhas à Grei do Senhor – "Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me? E respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21, 15-17).
 
Portanto, esta responsabilidade de condução não nossa, mas daquele que a recebeu do Próprio Deus. O que merece de nossa parte tão augusto serviço dado a um homem? Nossa reverência e amor filial, que se eleva além das nossas humanas expectativas e se deixa descansar nos braços providenciais de Deus, que nunca desiste de sua Igreja.

Tão sublime amor não nos pode levar ao que costumamo chamar de uma espécie de papismo teórico ou prático. Tal papismo a que nos referimos não tem nada a ver com o termo utilizado pelos protestantes ingleses, com o fim de nos depreciar, como se adorássemos o papa. O papismo aqui tratado diz respeito a um erro que pode surgir no campo católico, que a nosso ver pode assumir duas posturas distintas: Uma destas é um “papismo pessimista” onde o fiel se coloca no direito, de diante a algumas posturas do papa, o censurar de tal forma a desacreditar de seu ministério, não tendo por ele o digno respeito que lhe é devido. Esta categoria se posiciona como que a espreita do menor deslize, para assim legitimar sua desobediência e irreverência ao papa e sua autoridade legítima. Quando apontamos tais erros, que podem e acontecem durante um pontificado, remontamos aos erros que não atingem as questões de fé e moral. Estas questões, fé e moral, que não são passíveis de erro pelo carisma da Infalibilidade papal, posto que concedida ao papa na execução de seu ministério.

A outra questão que ressaltamos costuma chamar de “papismo otimista”, que de tal forma chega a ser cômico, pois há católicos que sem se dar conta, comportam-se desta maneira querendo legitimar todos os passos dado pelo Santo Padre, como se tudo que o papa falasse ou agisse, o fizesse ex cathedra, indo assim de encontro ao dogma presente no Concílio Vaticano I, que define tal situação. “Por isso nós, apegando-nos à Tradição recebida desde o início da fé cristã, para a glória de Deus, nosso Salvador, para exaltação da religião católica, e para a salvação dos povos cristãos, com a aprovação do Sagrado Concílio, ensinamos e definimos como dogma divinamente revelado, que o Romano Pontífice, quando fala ex cathedra, isto é, quando, no desempenho do ministério de pastor e doutor de todos os cristãos, define com sua suprema autoridade apostólica alguma doutrina referente à fé e à moral para toda a Igreja, em virtude da assistência divina prometida a ele na pessoa de São Pedro, goza daquela infalibilidade com a qual Cristo quis munir a sua Igreja quando define alguma doutrina sobre a fé e a moral; e que, portanto, tais declarações do Romano Pontífice são por si mesmas, e não apenas em virtude do consenso da Igreja, irreformáveis. 1840. [Cânon]: Se, porém, alguém ousar contrariar esta nossa definição, o que Deus não permita, - seja excomungado” Cânones 1839 e 1840.

Em assim sendo, o amor que particularmente cremos dever ser destinado ao papa, deve estar purificado de todas as nossas expectativas e linhas humanas, e aqui lembramos a frase de um grande amigo, que uma vez nos falou que um dos fatos de sermos católicos é de permanecermos unidos, apesar de nossos diferentes gostos pessoais, pois este subjetivismo válido deve estar por sob o reinado de Cristo e assim, sob o julgo de sua divina vontade. Tal unidade ocorre de forma visível de diversas maneiras. Dentre elas, na profissão na mesma fé no santo batismo que recebemos e a submissão ao legítimo sucessor de Pedro que reina glorioso.

É esta expressa realidade acima enfocada, que eleva o nosso amor meramente humano, que se deixa levar pelas inclinações pessoais, para um Amor sobrenatural, que devemos pedir a Deus, pois este só é possível na fé que é dom de Deus.

Assim sentido, exortamos-vos, meus amados irmãos, a verem no papa não somente o guia da Igreja, mas a cabeça visível deste corpo Santo e místico de Cristo. Aquele que entre os demais foi escolhido para confirmar a fé que professamos e que carinhosamente dizemos que é o doce Cristo na terra.

Fraternalmente em Cristo Jesus,
do qual me fiz eternamente servo.

Sem. Pedro Afonso Tavares Lins
DIRETOR GERAL

Nos cum prole Pia
Benedicat Virgo Maria

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