Nosso Canal

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Uma aventura para a felicidade


Publicamos quase integralmente o texto da intervenção intitulada: «Um nome para a eternidade. Breve teologia da vocação sacerdotal», que o arcebispo secretário da Congregação para a Educação Católica apresentou no dia 2 de Julho, durante o encontro anual do «European Vocations Service», organizado na localidade de Horn (Áustria), pela comissão do conselho das conferencias episcopais da Europa.

JEAN-LOUIS BRUGUES

Cada vida cristã é uma aventura. Ela começa a partir de um chamamento que o Senhor nos lança no momento do nosso batismo. Nós passamos a nossa existência a decifrar este chamamento: «O que o Senhor espera de mim?» e, sucessivamente, a responder-lhe. A resposta positiva é-nos oferecida numa das mais bonitas narrações de vocação, que encontramos na Bíblia. Ao menino Samuel, que tinha ouvido pronunciar o seu nome várias vezes no meio da noite, o idoso Heli aconselha a dizer: «Falai, Senhor; o vosso servo escuta!» (I Sm 3,9). Desta narração tiro quatro sugestões de reflexão: a chamada ressoa no meio da noite e, por conseguinte, conservará sempre, também diante dos nossos olhos, um aspecto misterioso e incomunicável; ela pode ser dirigida cedo a nós na nossa vida (Samuel é muito jovem); ela reveste sempre uma forma personalizada (Samuel é chamado pelo nome, enquanto os outros nada ouvem); e uma terceira pessoa é necessária para a autenticar, uma vez que ela ressoa na obscuridade (neste caso, o profeta Heli).
  

Para os cristãos - repitamo-lo - o primeiro momento em que ressoa a chamada é o batismo. No momento em que recebemos o nosso nome, Cristo escolhe-nos. Ele determina, se assim posso dizer, a sua propriedade: que o saibamos quer não, quer o desejemos quer não, nós somos seus. Como um Deus cioso, Ele sussurrar-nos-á até ao nosso último suspiro: «Tu és meu, inteiramente meu. Tu pertences-me para sempre, e jamais afastarei o meu Rosto de ti. Conservo gravado em ti um sinal indelével; estipulei contigo uma aliança eterna. Tu podes fingir que nada ouviste, podes afastar-te de mim, podes comportar-te como se este batismo nunca tivesse existido, porque Eu amo unicamente homens livres. Tu podes mesmo correr o risco da aventura comigo, podes corresponder à minha amizade por ti com uma amizade por mim. No entanto, sabe que te dei um nome, e este nome caracterizar-te-á para toda a eternidade».
 
A esta aventura, a tradição cristã confere o bonito nome da santidade. A vocação à santidade percorre a Bíblia inteira: «Sede santos, porque Eu, o Senhor vosso Deus, sou santo» (Lv 19, 2; quanto a nós, poderíamos traduzir igualmente bem: «Sede santos, como Eu sou santo»). Esta santidade poderia parecer terrivelmente distante, até mesmo impossível: como imitar a santidade de um Deus que não se vê, que não pode sequer ser aproximado, sob a pena de morrer? Mediante a sua encarnação, Cristo - Aquele que é a imagem perfeita - tornou sensível a imagem do Deus invisível. Graças a Ele, a santidade fez-se mais próxima, mais alcançável, diria mais familiar. «Eu sou manso: também vós sede mansos». «Eu sou misericordioso: também vós sede misericordiosos». Nós podemos declinar deste modo cada uma das bem-aventuranças. Para os batizados, a santidade consiste, por conseguinte, numa imitação da santidade de Jesus Cristo. O Concílio Vaticano 11 recorda de maneira oportuna - porque este aspecto poderia ter sido anulado ao longo dos últimos séculos - que a chamada à santidade se dirige a todos os batizados, sem qualquer exceção: «Todos os fiéis cristãos, de qualquer condição ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade» (Lumen gentium, 40). Para um batizado, a santidade não constitui uma opção, mas uma obrigação.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

São Boaventura e o verdadeiro conhecimento de si mesmo


A VIDA PERFEITA
O verdadeiro conhecimento de si mesmo
(São Boaventura)

            1.      A esposa de Cristo que deseja elevar-se até o cimo da perfeição, há de principiar por si mesma, isto é, esquecida de todas as coisas exteriores, deve penetrar no íntimo de sua consciência e ali discutir, examinar e ver, com diligente cuidado, todos os defeitos, todos os hábitos, todas as inclinações, todas as obras, todos os pecados passados e presentes. Se achar em si alguma coisa menos reta, chore-a sem demora na amargura de seu coração. E para melhor chegares, reverenda madre, a este conhecimento, sabe que todos os nossos pecados e males cometemo-los ou por negligência, ou por malícia.

            Acerca destas três coisas, pois, deve versar o exame de todos os teus males; de outra forma jamais poderás chegar ao perfeito conhecimento de ti mesma.

                                                                  
            2.      Portanto, se desejas conhecer-te a ti mesma e chorar os males cometidos, deves primeiro refletir se há ou houve em ti alguma negligência. Examina-te sobre a negligência com que vigias o teu coração, sobre a negligência com que passas o tempo, e examina-te também se n’alguma obra não tens intenção pecaminosa.

            Estas três coisas cumpre observar com o maior cuidado: vigiar bem o coração, empregar utilmente o tempo, e prefixar a toda obra um fim bom e conveniente.

Igualmente deves refletir sobre a negligência que tivestes na oração, na leitura e na execução da obra; porque nestas três coisas te deves exercer e aperfeiçoar com afinco, se queres produzir e dar bom fruto a seu tempo. Tão intimamente estas três coisas estão unidas, que de forma alguma é suficiente uma sem a outra. Outrossim, cumpre refletires sobre quanto és ou foste negligente em fazer penitência, em lutar e em progredir; porque é mister chorar, com suma diligência, os males cometidos, repelir as tentações diabólicas, e progredir de uma virtude para outra para que possas chegar à terra prometida.

            Desta forma, pois, o exame se ocupa com a negligência.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Absurdo: Ativistas Gays Atacam Bispo


Ativistas seminuas do grupo feminista Femen invadiram uma conferência em uma universidade de Bruxelas. Durante o ato as manifestantes jogaram água no arcebispo de Mechelen-Bruxelas, Andre-Joseph Leonard. O bispo não reagiu e evitou olhar para as manifestantes.

 De maneira absurda elas atacam o bispo.


 Como muitos, elas levantam um cartaz que diz: "Pare a homofobia" o que elas ainda não entenderam é que a Igreja não odeia ou agride homossexuais, vejam o que diz o Catecismo:


§2358 Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição.

§2359 As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.

 Essa imagem fala mais que qualquer descrição.
 Vejam o ódio estampado nas ativistas.


 O protesto foi contra a homofobia e em defesa do casamento gay, de acordo com agências internacionais. No fim do protesto, o arcebispo beijou uma imagem da Virgem Maria ao deixar a sala.

Vaticano: "Encontrar Jesus fora da Igreja não é possível", diz Papa Francisco.


Cidade do Vaticano, 23 abr 2013 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje no Vaticano à missa evocativa de São Jorge, nome próprio de Francisco, tendo afirmado que "encontrar Jesus fora da Igreja não é possível”, revela a Rádio Vaticano.


Na celebração que decorreu na Capela Paulina com a participação de dezenas de cardeais, Francisco recordou que o Papa Paulo VI (1897-1978) dizia ser “uma dicotomia absurda querer viver com Jesus sem a Igreja, seguir Jesus fora da Igreja, amar Jesus sem a Igreja”.

“A identidade cristã é uma pertença à Igreja, à Igreja mãe”, acrescentou.

A Igreja está entre as “perseguições do mundo” e a “consolação” de Deus, afirmou Francisco na homilia da eucaristia evocatória do mártir que o rito católico, sírio e bizantino assinalam a 23 de abril.

“No momento em que começa a perseguição, começa a atividade missionária da Igreja”, sublinhou Francisco, referindo-se à tradição associada a São Jorge, que terá sido morto cerca do ano 303 ao testemunhar a fé, aquando das persecuções aos cristãos ordenados pelo imperador romano Diocleciano.

O Papa frisou que esta expansão da mensagem cristã se deveu à ação do “Espírito Santo”, mesmo perante a desconfiança de alguns dos responsáveis pela comunidade de crentes.

“Pensemos hoje na missionariedade da Igreja, nos que saíram de si próprios, nos que tiveram a coragem de anunciar Jesus aos gregos – coisa quase escandalosa naquele tempo -, nesta mãe Igreja que cresce, cresce, com novos filhos aos quais dá a identidade de fé. Não se pode acreditar em Jesus sem a Igreja, di-lo o próprio Jesus”, prosseguiu.

Ao começar a homilia, Francisco dirigiu uma saudação aos membros do Colégio Cardinalício presentes: “Obrigado porque me sinto bem acolhido por vós. Obrigado. Sinto-me bem convosco”.

O decano (presidente) deste colégio, D. Angelo Sodano, apresentou uma mensagem de felicitações no início da celebração, pedindo o dom da “fortaleza” e lembrando os que sofrem “por causa da sua fé”.

No fim da missa Francisco deteve-se por instantes, em oração, diante de um ícone da Virgem Maria.

Jorge Mario Bergoglio nasceu a 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, tornou-se arcebispo da capital argentina em 1998, foi criado cardeal em 2001 e eleito Papa a 13 de março de 2013.

São Jorge, cavaleiro que abandonou o exército romano aquando da sua conversão ao cristianismo, era venerado desde o século IV na Palestina, onde havia uma igreja levantada em sua honra, e o seu culto propagou-se pelo Oriente e Ocidente, tornando-se patrono de vários países, cidades e instituições civis e eclesiais, como os Escuteiros.

Sepultado em Lod, próximo de Telavive, em Israel, o mártir São Jorge é habitualmente representado na iconografia cristã montado a cavalo, lutando contra um dragão que simboliza as forças do mal.


* * *

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Tolos por causa de Cristo.

 

Nós, tolos por causa de Cristo; e vós, sábios em Cristo! Nós, fracos; e vós, fortes! Vós, honrados; e nós, desprezados! Até esta hora padecemos fome, sede e nudez. Somos esbofeteados, somos errantes, fatigamo-nos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Insultados, abençoamos; perseguidos, suportamos; caluniados, consolamos! Chegamos a ser como que o lixo do mundo, a escória de todos até agora…

(I Coríntios 4, 10-13).

Fratres in unum

terça-feira, 16 de abril de 2013

Parabéns Bento XVI

 Fostes para nós um conforto em meio a tribulação. Um exemplo a uma geração que agradece a Deus por sua existência e seu valioso serviço a Igreja que tanto amamos. Uma geração que no futuro terá o privilégio de ser conhecida como a geração Bento XVI.

Direto Geral da IDSC
Sem Pedro Afonso










O Concílio Vaticano II segundo Bento XVI


ENCONTRO DE BENTO XVI 
COM O CLERO DE ROMA
Sala Paulo VI
14 de Fevereiro de 2013


Eminência,
Amados Irmãos no Episcopado e no Presbiterado!


Considero um dom particular da Providência que, antes de deixar o ministério petrino, tenha ainda podido ver o meu clero, o clero de Roma. É sempre uma grande alegria ver como a Igreja vive, como, em Roma, a Igreja está viva; há pastores que, no espírito do Pastor Supremo, guiam o rebanho do Senhor. Realmente é um clero católico, universal, e isto corresponde à essência da Igreja de Roma: ter nela a universalidade, a catolicidade de todos os povos, de todas as raças, de todas as culturas. Ao mesmo tempo, sinto-me muito grato ao Cardeal Vigário, que ajuda a despertar, a encontrar as vocações também em Roma, porque se Roma deve ser, por um lado, a cidade da universalidade, por outro, há-de ser uma cidade com a sua própria fé forte e robusta, da qual nascem também vocações. E estou convencido de que, com a ajuda do Senhor, podemos encontrar as vocações que Ele próprio nos dá, guiá-las, ajudá-las a amadurecer, e assim servir para o trabalho na vinha do Senhor.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Um pároco francês multiplica o número de fiéis!


"Levar a Deus todas as almas que seja possível". O padre Michel Marie Zanotti Sorkine tomou esta frase a sério, e é o seu principal objetivo como sacerdote.

É o que está a fazer depois de ter transformado uma igreja a ponto de fechar e de ser demolida na paróquia com mais vida de Marselha. O mérito é ainda maior dado que o templo está no bairro com uma enorme presença de muçulmanos numa cidade em que menos de 1% da população é católica praticante.

Foi um músico de sucesso
A chave para este sacerdote que antes foi músico de êxito em cabarés de Paris e Montecarlo é a "presença", tornar Deus presente no mundo de hoje. As portas da sua igreja estão abertas de par em par o dia inteiro e veste batina porque "todos, cristãos ou não, têm direito a ver um sacerdote fora da igreja e o reconhece-lo".

Na Missa: de 50 a 700 assistentes
O balanço é impressionante. Quando em 2004 chegou à paróquia de S. Vicente de Paulo no centro de Marselha a igreja estava fechada durante a semana e a única missa dominical era celebrada na cripta para apenas 50 pessoas. Segundo o que conta, a primeira coisa que fez foi abrir a igreja todos os dias e celebrar no altar-mor. Agora a igreja fica aberta quase todo o dia e é preciso ir buscar cadeiras para receber todos os fiéis. Mais de 700 todos os domingos, e mais ainda nas grandes festas. Converteu-se num fenômeno de massas não só em Marselha mas em toda a França, com reportagens nos meios de comunicação de todo o país, atraídos pela quantidade de conversões.

Um novo "Cura de Ars" numa Marselha agnóstica
Uma das iniciativas principais do padre Zanotti Sorkine para revitalizar a fé da paróquia e conseguir a afluência de pessoas de todas as idades e condições sociais é a confissão. Antes da abertura da Igreja às 8h00 da manhã já há gente à espera à porta para poder receber este sacramento ou para pedir conselho a este sacerdote francês.

Os paroquianos contam que o padre Michel Marie está boa parte do dia no confessionário, muitas vezes até depois das onze da noite. E se não está lá, anda pelos corredores ou na sacristia consciente da necessidade de que os padres estejam sempre visíveis e próximos, para ir em ajuda de todo aquele que precisa.

A igreja sempre aberta
Outra das suas originalidades mais características é a ter a igreja permanentemente aberta. Isto gerou críticas de outros padres da diocese mas ele assegura que a missão da paróquia é "permitir e facilitar o encontro do homem com Deus" e o padre não pode ser um obstáculo para que isso aconteça.

O templo deve favorecer a relação com Deus
Numa entrevista a uma televisão disse estar convencido de que "se hoje em dia a igreja não está aberta é porque de certa maneira não temos nada a propor, que tudo o que oferecemos já acabou. No nosso caso em que a igreja está aberta todo o dia, há gente que vem, praticamente nunca tivemos roubos, há gente que reza e garanto que a igreja se transforma em instrumento extraordinário que favorece o encontro entre a alma e Deus".

Foi a última oportunidade para salvar a paróquia
O bispo mandou-o para esta paróquia como último recurso para a salvar, e fê-lo de modo literal quando lhe disse que abrisse as portas. "Há cinco portas sempre abertas e todo o mundo pode ver a beleza da casa de Deus". 90.000 carros e milhares de transeuntes passam e veem a igreja aberta e com os padres à vista. Este é o seu método: a presença de Deus e da sua gente no mundo secularizado.

A importância da liturgia e da limpeza
E aqui está outro ponto chave para este sacerdote. Assim que tomou posse, com a ajuda de um grupo de leigos renovou a paróquia, limpou-a e deixou-a resplandecente. Para ele este é outro motivo que levou as pessoas a voltarem à igreja: "Como é podemos querer que as pessoas acreditem que Cristo vive num lugar se esse lugar não estiver impecável? É impossível."

Por isso, as toalhas do altar e do sacrário têm um branco imaculado. "É o pormenor que faz a diferença. Com o trabalho bem feito damos conta do amor que manifestamos às pessoas e às coisas". De maneira taxativa assegura: "Estou convicto que quando se entra numa igreja onde não está tudo impecável, é impossível acreditar na presença gloriosa de Jesus".

A liturgia torna-se o ponto central do seu ministério e muitas pessoas sentiram-se atraídas a esta igreja pela riqueza da Eucaristia. "Esta é a beleza que conduz a Deus", afirma.

As missas estão sempre cheias e incluem procissões solenes, incenso, cânticos bem cantados... Tudo ao detalhe. "Tenho um cuidado especial com a celebração da Missa para mostrar o significado do sacrifício eucarístico e a realidade da sua Presença". "A vida espiritual não é concebível sem a adoração do Santíssimo Sacramento e sem um ardente amor a Maria", por isso introduziu a adoração e o terço diário, rezado por estudantes e jovens.

Os sermões são também muito aguardados e, inclusive, os paroquianos põem-nos online. Há sempre uma referência à conversão, para a salvação do homem. Na sua opinião, a falta desta mensagem na Igreja de hoje "é talvez uma das principais causas de indiferença religiosa que vivemos no mundo contemporâneo". Acima de tudo clareza na mensagem evangélica. Por isso previne quanto à frase tão gasta de que "vamos todos para o céu". Para ele esta é uma "música que nos pode enganar", pois é preciso lutar, a começar pelo padre, para chegar até ao Paraíso.

O padre da batina
Se alguma coisa distingue este sacerdote alto num bairro de maioria muçulmana é a batina, que veste sempre, e o terço nas mãos. Para ele é primordial que o padre ser descoberto pelas pessoas. "Todos os homens, a começar por aquela pessoa que entra numa igreja, tem direito de se encontrar com um sacerdote. O serviço que oferecemos é tão essencial para a salvação que o ver-nos deve ser tangível e eficaz para permitir esse encontro".

Deste modo, para o padre Michel o sacerdote é sacerdote 24 horas por dia. "O serviço deve ser permanente. Que pensaríamos de um marido que a caminho do escritório de manhã tirasse a aliança?".

Neste aspecto é muito insistente: "Quanto àqueles que dizem que o traje cria uma distância, é porque não conhecem o coração dos pobres para quem o que se vê diz mais do que o que se diz".

Por último, lembra um pormenor relevante. Os regimes comunistas a primeira coisa que faziam era eliminar o traje eclesiástico sabendo a importância que tem para a comunicação da fé. "Isto deve fazer pensar a Igreja de França", acrescenta.

No entanto, a sua missão não se realiza apenas no interior do templo. É uma personalidade conhecida em todo o bairro, também pelos muçulmanos. Toma o café da manhã nos cafés do bairro, aí conversa e com os fiéis e com pessoas que não praticam. Ele chama a isso a sua pequena capela. Assim conseguiu já que muitos vizinhos sejam agora assíduos da paróquia, e tenham convertido esta igreja de São Vicente de Paula numa paróquia totalmente ressuscitada.

Uma vida peculiar: cantor em cabarés
A vida do padre Michel Marie foi agitada. Nasceu em 1959 e tem origem russa, italiana e da Córsega. Aos 13 anos perdeu a mãe, o que lhe causou uma "fatura devastadora" que o levou a unir-se ainda mais a Nossa Senhora.

Com um grande talento musical, apagou a perda da mãe com a música. Em 1977 depois de ter sido convidado a tocar no café Paris, de Montecarlo, mudou-se para a capital onde começou a sua carreira de compositor e cantor em cabarés. No entanto, o apelo de Deus foi mais forte e em 1988 entrou na ordem dominicana por devoção a S. Domingos. Esteve com eles quatro anos, e perante o fascínio por S. Maximiliano Kolbe passou pela ordem franciscana, onde permaneceu quatro anos.

Foi em 1999 quando foi ordenado sacerdote para a diocese de Marselha com quase quarenta anos. Além da música, que agora dedica a Deus, também é escritor de êxito, tendo publicado já seis livros, e ainda poeta.

Fonte: http://bibliotecadomosteiro.com.br/category/destaques/

Papa Francisco diz que apenas a Igreja é capaz de interpretar a Sagrada Escritura

Declaração foi dada no seu 1° discurso ante o Comitê da Bíblia do Vaticano. Para o Papa, 'há uma unidade indissolúvel entre Escritura e Tradição'.

Da France Presse 

G1- O Papa Francisco expressou nesta sexta-feira (12) seu compromisso com o pleno respeito à tradição da Igreja, a única habilitada a interpretar corretamente as escrituras, e rejeitou "a interpretação subjetiva", em seu primeiro discurso ante o Comitê da Bíblia do Vaticano.

Nesta intervenção a "especialistas" - e não apenas para fiéis, como a maioria de seus discursos do último mês - o Papa jesuíta fez uma longa referência a um texto do Concílio Vaticano II ( 1962-1965), a Constituição 'Dei Verbum' ('A Palavra de Deus'), sobre o papel da Igreja.

Até o momento, ao contrário de Bento XVI, o novo Papa pouco tinha mencionado o Concílio, ao qual ele é o primeiro pontífice das últimas décadas a não ter participado. Uma omissão surpreendente.

"O Concílio lembrou com grande clareza: tudo o que está relacionado com a maneira de interpretar as Escrituras está, em última análise, sujeito ao julgamento da Igreja, que realiza o seu mandato divino e o ministério de preservar e interpretar a palavra de Deus".

Para o Papa, "há uma unidade indissolúvel entre Escritura e Tradição", que são "conjuntas e se comunicam entre elas", "formando, de certa maneira, uma única coisa", declarou.

"A Sagrada Tradição transmite a Palavra de Deus plenamente (....) Desta forma, a Igreja tira a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas não só nas Sagradas Escrituras. Uma como a outra devem ser aceitas e veneradas com sentimentos semelhantes de piedade e respeito", disse em um discurso que revela um Papa muito respeitoso da autoridade da Igreja.

Como resultado, "a interpretação das escrituras não pode ser apenas um esforço intelectual individual, mas deve ser sempre confrontado, inserido e autenticado pela tradição viva da Igreja", argumentou.

Esta declaração, na linha de Bento XVI, não deve agradar os protestantes ou católicos contestatórios, como o suíço Hans Küng, que reivindicam o direito de interpretar livremente as escrituras.

Para ser claro, o Papa denunciou "a insuficiência de qualquer interpretação sugestiva, ou simplesmente limitada a uma análise incapaz de acolher o significado global que tem sido construído há séculos pela tradição de todo o povo de Deus".

Papa recebe Comissão Bíblica: “o centro de nossa fé não é somente um livro, mas uma história de salvação e, sobretudo, uma pessoa, Jesus Cristo”.

Cidade do Vaticano, 12 de abril de 2013 – VIS | Tradução: Fratres in Unum.com – Os membros da Pontifícia Comissão Bíblica, presidida pelo arcebispo Gerhard Ludwig Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, foram recebidos nesta manhã pelo Santo Padre, ao fim de sua assembleia plenária anual cujo tema foi “Inspiração e verdade na Bíblia”.
 
No discurso que lhes dirigiu, o Papa enfatizou que esse argumento “refere-se não somente ao crente, mas à toda Igreja, porque a vida e a missão da Igreja se fundam sobre a Palavra de Deus, que é a alma da teologia e, ao mesmo tempo, a inspiradora da existência cristã”.

As Sagradas Escrituras — reafirmou — são o testemunho escrito da Palavra divina, o memorial canônico que testemunha o acontecimento da Revelação. Portanto, a Palavra de Deus precede a Bíblia e a ultrapassa. Por isso, o centro de nossa fé não é somente um livro, mas uma história de salvação e, sobretudo, uma pessoa, Jesus Cristo, a Palavra de Deus que se fez carne. Precisamente porque o horizonte da Palavra divina abraça as Escrituras e se estende para além delas, é necessária a presença constante do Espírito Santo que “guia à toda verdade”. “É necessário se inserir na corrente da grande Tradição que, com a ajuda do Espírito Santo e a orientação do Magistério, reconheceu os escritos canônicos como Palavra dirigida por Deus a seu povo e não cessou nunca de meditá-los e descobrir sua riqueza inesgotável”.

O pontífice recordou que o Concílio Vaticano II reafirmou isso com clareza na constituição dogmática “Dei Verbum”: “Porque tudo o que se refere à interpretação da Sagrada Escritura está submetido, em última instância, à Igreja, que tem o mandato e o ministério divino de conservar e de interpretar a palavra de Deus”. “De fato — explicou — a Sagrada Escritura é Palavra de Deus enquanto colocada por escrito sob a inspiração do Espírito Santo; por sua vez, a sagrada Tradição transmite integralmente a Palavra de Deus, confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos, a seus sucessores, para que estes, iluminados pelo Espírito da verdade, com a sua pregação, a conservem, expliquem e difundam”.

“A interpretação das Sagradas Escrituras não pode ser somente um trabalho científico individual, mas sempre deve ser confrontada, inserida e autenticada com a tradição viva da Igreja. Esta norma é decisiva para precisar a relação correta e recíproca entre a exegese e o Magistério da Igreja. Os textos inspirados por Deus foram confiados à Comunidade dos crentes, à Igreja de Cristo, para alimentar a fé e guiar a vida da caridade”.

O bispo de Roma se despediu dos membros da Comissão Bíblica agradecendo-lhes o seu trabalho e manifestando o desejo de que, neste Ano da Fé, “contribuam para que resplandeça a luz da Sagrada Escritura no coração dos fiéis”.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A 13 de maio, em Fátima: Pontificado do Papa Francisco será consagrado a Nossa Senhora.



Por Santuário de Fátima – A 13 de maio em Fátima, em celebração para a qual é convidado todo o povo de Deus, o pontificado do Papa Francisco será consagrado a Nossa Senhora de Fátima.

Como resposta ao pedido apresentado pelo Papa ao Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, para que este consagrasse o seu pontificado a Nossa Senhora de Fátima, os bispos portugueses decidiram que esta consagração se fará no próximo dia 13 de maio.

A consagração será inserida no programa da peregrinação internacional de 12 e 13 de maio, no dia 13, em momento a anunciar.

A peregrinação internacional aniversária de maio, nos 96 anos da primeira aparição de Nossa Senhora aos videntes Lúcia, Francisco e Jacinta, será presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani Tempesta.
 
Recorde-se que, no discurso de abertura da 181.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Policarpo revelara que o Papa Francisco lhe havia pedido, por duas vezes, que consagrasse o seu ministério petrino a Nossa Senhora de Fátima.

Logo na ocasião do anúncio, D. José Policarpo manifestou que poderia cumprir sozinho, “no silêncio da oração”, esse mandato, mas que “seria belo que toda a Conferência Episcopal se associasse à realização deste pedido”.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

O Amor ao Vigário de Cristo Está Além de Nossas Expectativas



IRMANDADE DOS DEFENSORES DA SAGRADA CRUZ
IDSC


O AMOR AO VIGÁRIO DE CRISTO
ESTÁ ALÉM DE NOSSAS EXPECTATIVAS
Carta do Diretor geral
aos irmãos e amigos da
IDSC
19-03-2013

Estamos vivendo com certeza na Igreja um tempo particular e como muitos dizem histórico. Alguns veem estes momentos como os mais difíceis que a Igreja passou. No entanto, não preferimos ver desta forma, tendo em vista que em toda a história da Igreja, houve momentos dificílimos que, como sempre, foram ultrapassados por Esta, em que o poder do inferno nunca prevalecerá. 

Também não vemos o fim como anunciam os profetas da desgraça, como apontava o nosso amado papa Bento XVI. Com certeza, vivemos momentos difíceis, que merecem e devem ser vistos por nós, com muito discernimento e fidelidade a doutrina de Cristo presente na Igreja, que nos é o único suporte.

Como católicos que somos, diante do momento presente, devemos constantemente nos perguntar e nos posicionarmos de forma humilde e fiel, ao que a Igreja nos propõe durante os séculos. A Igreja sempre foi vista como esta Barca, que navega em águas agitadas com ondas que, tentando nos amedrontar, investem contra nós. Estas ondas podem receber vários nomes: Relativismo, Individualismo, Hedonismo, Socialismo, Comunismo...

Para nós que confiamos em Jesus e em sua Palavra, sabemos que a “Barca” não afundará. Não há quem possa afundá-la, pois encontramos nesta o próprio Cristo, que por vezes aparenta dormir em meio a Barca agitada pelas ondas. Mas, qual o sentido e função das ondas, se a barca não afunda, não seria isto tolice da parte de Satanás e seus demônios?

Se visarmos o fim de tal ação como a destruição da Igreja é claro que seria uma tentativa frustrada, mas como o demônio é astuto, ele o sabe que não é possível e assim tenta aqueles que compõem esta Igreja e que nela deveriam dar a glória devida a Deus. Estes, por sua vez, ou movidos pelo medo ou pela ilusória alta segurança, abandonam a certeza da Barca à incerteza e inconstância do mar tempestuoso.

Lembramo-nos sempre, que vamos dar uma palestra sobre a Igreja e o ministério Petrino, da Bula Una Sancta do Papa Bonifacio VIII, onde este compara a Igreja a Arca de Noé, onde há um só capitão e nela encontramos a segurança e a vida e, fora dela, a insegurança e destruição.
 
Assim, pelos anos, a Igreja de Jesus Cristo nos ensinou que o papa não é simplesmente uma figura ilustre e simbólica de uma espécie de instituição ou estado. Mas, é sim, o legítimo sucessor de Pedro e Vigário de Cristo e só a ele foi dada as chaves e o poder de ligar e desligar a realidade terrena na divina. É a ele, que o próprio Cristo solenemente profere: "E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18). E finalmente o Concílio de Florença definiu: "que o Romano Pontífice é o verdadeiro vigário de Cristo, o Chefe de toda a Igreja, o pai e o doutor de todos os cristãos; e que a ele conferiu Nosso Senhor Jesus Cristo, na pessoa de S. Pedro, o pleno poder de apascentar, reger e governar a Igreja" Cf. CVI 1835.

Tendo em vista esta dimensão sobrenatural, presente no Primado de Pedro, que pela fé devemos aderir àquele que foi escolhido para o governo da Igreja e das almas, sendo a cabeça visível do Corpo místico de Cristo e, assim sendo, a ponte entre Deus e os homens – “pontífice”.

Sabemos que o Santo Padre é aquele que conduz os cordeiros e ovelhas à Grei do Senhor – "Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me? E respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21, 15-17).
 
Portanto, esta responsabilidade de condução não nossa, mas daquele que a recebeu do Próprio Deus. O que merece de nossa parte tão augusto serviço dado a um homem? Nossa reverência e amor filial, que se eleva além das nossas humanas expectativas e se deixa descansar nos braços providenciais de Deus, que nunca desiste de sua Igreja.

Tão sublime amor não nos pode levar ao que costumamo chamar de uma espécie de papismo teórico ou prático. Tal papismo a que nos referimos não tem nada a ver com o termo utilizado pelos protestantes ingleses, com o fim de nos depreciar, como se adorássemos o papa. O papismo aqui tratado diz respeito a um erro que pode surgir no campo católico, que a nosso ver pode assumir duas posturas distintas: Uma destas é um “papismo pessimista” onde o fiel se coloca no direito, de diante a algumas posturas do papa, o censurar de tal forma a desacreditar de seu ministério, não tendo por ele o digno respeito que lhe é devido. Esta categoria se posiciona como que a espreita do menor deslize, para assim legitimar sua desobediência e irreverência ao papa e sua autoridade legítima. Quando apontamos tais erros, que podem e acontecem durante um pontificado, remontamos aos erros que não atingem as questões de fé e moral. Estas questões, fé e moral, que não são passíveis de erro pelo carisma da Infalibilidade papal, posto que concedida ao papa na execução de seu ministério.

A outra questão que ressaltamos costuma chamar de “papismo otimista”, que de tal forma chega a ser cômico, pois há católicos que sem se dar conta, comportam-se desta maneira querendo legitimar todos os passos dado pelo Santo Padre, como se tudo que o papa falasse ou agisse, o fizesse ex cathedra, indo assim de encontro ao dogma presente no Concílio Vaticano I, que define tal situação. “Por isso nós, apegando-nos à Tradição recebida desde o início da fé cristã, para a glória de Deus, nosso Salvador, para exaltação da religião católica, e para a salvação dos povos cristãos, com a aprovação do Sagrado Concílio, ensinamos e definimos como dogma divinamente revelado, que o Romano Pontífice, quando fala ex cathedra, isto é, quando, no desempenho do ministério de pastor e doutor de todos os cristãos, define com sua suprema autoridade apostólica alguma doutrina referente à fé e à moral para toda a Igreja, em virtude da assistência divina prometida a ele na pessoa de São Pedro, goza daquela infalibilidade com a qual Cristo quis munir a sua Igreja quando define alguma doutrina sobre a fé e a moral; e que, portanto, tais declarações do Romano Pontífice são por si mesmas, e não apenas em virtude do consenso da Igreja, irreformáveis. 1840. [Cânon]: Se, porém, alguém ousar contrariar esta nossa definição, o que Deus não permita, - seja excomungado” Cânones 1839 e 1840.

Em assim sendo, o amor que particularmente cremos dever ser destinado ao papa, deve estar purificado de todas as nossas expectativas e linhas humanas, e aqui lembramos a frase de um grande amigo, que uma vez nos falou que um dos fatos de sermos católicos é de permanecermos unidos, apesar de nossos diferentes gostos pessoais, pois este subjetivismo válido deve estar por sob o reinado de Cristo e assim, sob o julgo de sua divina vontade. Tal unidade ocorre de forma visível de diversas maneiras. Dentre elas, na profissão na mesma fé no santo batismo que recebemos e a submissão ao legítimo sucessor de Pedro que reina glorioso.

É esta expressa realidade acima enfocada, que eleva o nosso amor meramente humano, que se deixa levar pelas inclinações pessoais, para um Amor sobrenatural, que devemos pedir a Deus, pois este só é possível na fé que é dom de Deus.

Assim sentido, exortamos-vos, meus amados irmãos, a verem no papa não somente o guia da Igreja, mas a cabeça visível deste corpo Santo e místico de Cristo. Aquele que entre os demais foi escolhido para confirmar a fé que professamos e que carinhosamente dizemos que é o doce Cristo na terra.

Fraternalmente em Cristo Jesus,
do qual me fiz eternamente servo.

Sem. Pedro Afonso Tavares Lins
DIRETOR GERAL

Nos cum prole Pia
Benedicat Virgo Maria