IV Parte
MUDANÇA DE RELIGIÃO
Apologética Católica com o Padre Júlio Maria de Lombaerde, +
1944
(Retirado do Livro "Luz nas Trevas - Respostas irrefutáveis
as objeções protestantes".)
Os caracteres aqui citados podem e devem ser conhecidos por todos.
Deus não pode permitir a dúvida em matéria tão grave como é a religião;
e tal dúvida não pode existir numa alma sincera, num coração reto.
A religião é divina e por isso não pode ser completamente compreendida
por uma inteligência humana; mas nunca pode estar em contradição com esta
inteligência humana, pela razão de ser Deus o autor de ambas. A contradição
recairia sobre o próprio Deus.
O homem pode e deve perscrutar a religião, estudá-lo, conhecê-la o
melhor possível. Por meio dos quatro caracteres, qualquer um pode provar a
verdade ou o erro da sua religião: está ao alcance de todos. O católico deve
fazê-lo, não pela dúvida, mas para dar firmeza à sua fé. O protestante deve
fazê-lo, para verificar e compreender o que está errado.
Depois deste exame, o homem pode conscienciosamente abandonar a sua
religião, desde que esta não satisfaça aos requisitos. Sem este exame, sem esta
verificação o homem não pode abandonar a religião em que nasceu, ou que
professa.
O amigo protestante deve ver, pois, que está errado. Sendo protestante,
pode aceitar a religião de Jesus Cristo: a religião católica. O católico não
pode de modo nenhum deixar a sua religião para fazer-se protestante.
E não vale a pena mudar o nome do protestantismo, chamando-o de
“religião de Jesus Cristo”. Nunca foi, nunca há de sê-lo!
A religião de Jesus Cristo é uma só: – a católica; o protestantismo pode
ser chamado “religião de Lutero”, nunca “de Jesus Cristo”, com que não tem
outra relação, senão a Bíblia que é comum a ambas, mas cuja interpretação
pessoal ou eclesiástica cava um abismo entre ambas.
O protestantismo interpreta a Bíblia a seu talante, contrariamente à
Bíblia.
Pe. Júlio Maria Lombaerde |
S. Pedro diz que toda a profecia da Escritura não pode ser feita por
interpretação própria (2 Ped 1, 20).
O catolicismo escuta a Igreja para esta interpretação, conforme o ensino
da Bíblia: o Espírito Santo colocou os bispos para governar a Igreja de Deus
(At 20, 28).
Aquele que não escuta nem a sua consciência, nem a Igreja de Deus, deve
ser tratado como um pagão, diz o divino Mestre (Mt 18, 17).
A Igreja Católica não persegue ninguém: ela é de caridade; mas refuta os
erros, orando pelos que erram, conforme o conselho de S. Agostinho: interficite
errores, diligite errantes.
Convém notar, entretanto, que o amor não é covardia nem traição. O
protestantismo é uma heresia composta de seitas humanas, que profanam os
mistérios de Deus, o que fazia dizer a Melanchthon, contemplando as águas do
Elba: todas estas águas são insuficientes para lavar os grandes males da
reforma protestante (Cartas).
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