São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e Doutor da Igreja
1º Sermão para a Assunção
1º Sermão para a Assunção
(a partir da trad. Pain de Cîteaux 32, p. 63
rev.)
“Em Cristo, todos serão vivificados, cada
qual na sua ordem” (1Cor 15, 22-23) Hoje a Virgem Maria sobe, gloriosa, ao céu.
É o cúmulo de alegria dos anjos e dos santos. Com efeito, se uma simples
palavra sua de saudação fez exultar o menino que ainda estava no seio
materno (Lc 1, 44), qual não terá sido sido o regozijo dos anjos e dos
santos, quando puderam ouvir a sua voz, ver o seu rosto, e gozar da sua
presença abençoada! E para nós, irmãos bem-amados, que festa a da sua
assunção gloriosa, que motivo de alegria e que fonte de júbilo temos hoje!
A presença de Maria ilumina o mundo inteiro, a tal ponto resplandece o
céu, irradiado pelo brilho desta Virgem plenamente santa. Por conseguinte,
é justificadamente que ecoa nos céus a ação de graças e o louvor.
Ora [...], na medida em que o céu exulta da
presença de Maria, não seria razoável que o nosso mundo chorasse a sua
ausência? Mas não, não nos lastimemos, porque não temos aqui cidade
permanente (Heb 13, 14), antes procuramos aquela aonde a Virgem Maria
chegou hoje. Se já estamos inscritos no número de habitantes dessa cidade,
convém que hoje nos lembremos dela [...], compartilhemos a sua alegria,
participemos nesta alegria que hoje deleita a cidade de Deus; uma alegria
que depois se espalha como o orvalho sobre a nossa terra. Sim, Ela
precedeu-nos, a nossa Rainha, precedeu-nos e foi recebida com tanta glória
que nós, seus humildes servos, podemos seguir a nossa Rainha com toda
confiança gritando [com a Esposa do Cântico dos Cânticos]:
“Arrasta-me atrás de ti. Corramos ao odor dos
teus perfumes!”(Ct 1, 3-4) Viajantes sobre a terra, enviamos à frente a
nossa advogada [...], a Mãe de misericórdia, para defender eficazmente a
nossa salvação.
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