Rycerz Niepokalanej, II-1924, ps. 19-20
Anteontem,
o senhor N.N. me pôs a seguinte pergunta:
“Normalmente, os bons sofrem, enquanto que, com frequência, os maus levam vida larga. Onde está a justiça?”.
“Normalmente, os bons sofrem, enquanto que, com frequência, os maus levam vida larga. Onde está a justiça?”.
São Maximiliano Kolbe |
“Deus é infinitamente justo, verdade?”.
“Sim, claro”.
“De outro modo não seria Deus. Por conseguinte, Ele tem que recompensar toda obra boa e castigar toda obra má. Nenhuma obra, nenhuma palavra, nenhum pensamento escapará do seu juízo.
Atualmente, existe no mundo uma só pessoa, ainda que seja a pior de todas, que nunca faça algo bom?”.
“Claro que não”.
“Pois bem, ao menos alguma vez cada um cumpre bem seu próprio dever, ou mostra compaixão para com o próximo, ou consegue realizar alguma outra coisa boa. Se este homem viveu tão mal que, depois de sua morte, merece o inferno, quando Deus o recompensará por aquele pouco de bem que fez?…
Quando?…”.
“No outro mundo”.
“Ali, porém, o espera só o inferno”.
“Então neste…”.
“Ademais, existe acaso uma só pessoa, mesmo que seja a melhor de todas, que não tenha feito algum mal?”.
“Tampouco existe uma pessoa assim”.
“E é a verdade, já que ‘o justo cai sete vezes’ [Pr 24,16] ao dia. Por isso, se Deus quer abreviar-lhe o Purgatório ou conceder-lhe de imediato o Paraíso, quando terá lugar o ‘saldo da conta’?”.
“Ah, deve ser precisamente assim!…”.
“Deus manifesta um amor particular precisamente àqueles que castiga já neste mundo, pois no Purgatório só há um longo e pesado castigo, enquanto que, se aceitamos voluntariamente as cruzes neste mundo, mereceremos uma glória ainda maior no Paraíso. Daqui também o ditado: Deus ama àquele que faz sofrer”.
Não se deve invejar, pois, àquelas pessoas más que desfrutam de uma vida feliz; estes, antes, deveriam temer que isso possa ser já a recompensa pelo pouco de bem que realizaram.
M.K.
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