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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Por que os bons sofrem?

Rycerz Niepokalanej, II-1924, ps. 19-20

Anteontem, o senhor N.N. me pôs a seguinte pergunta:
“Normalmente, os bons sofrem, enquanto que, com frequência, os maus levam vida larga. Onde está a justiça?”.

São Maximiliano Kolbe 


“Deus é infinitamente justo, verdade?”.

“Sim, claro”.

“De outro modo não seria Deus. Por conseguinte, Ele tem que recompensar toda obra boa e castigar toda obra má. Nenhuma obra, nenhuma palavra, nenhum pensamento escapará do seu juízo.

Atualmente, existe no mundo uma só pessoa, ainda que seja a pior de todas, que nunca faça algo bom?”.

“Claro que não”.

“Pois bem, ao menos alguma vez cada um cumpre bem seu próprio dever, ou mostra compaixão para com o próximo, ou consegue realizar alguma outra coisa boa. Se este homem viveu tão mal que, depois de sua morte, merece o inferno, quando Deus o recompensará por aquele pouco de bem que fez?…
Quando?…”.

“No outro mundo”.

“Ali, porém, o espera só o inferno”.

“Então neste…”.

“Ademais, existe acaso uma só pessoa, mesmo que seja a melhor de todas, que não tenha feito algum mal?”.

“Tampouco existe uma pessoa assim”.

“E é a verdade, já que ‘o justo cai sete vezes’ [Pr 24,16] ao dia. Por isso, se Deus quer abreviar-lhe o Purgatório ou conceder-lhe de imediato o Paraíso, quando terá lugar o ‘saldo da conta’?”.

“Ah, deve ser precisamente assim!…”.

“Deus manifesta um amor particular precisamente àqueles que castiga já neste mundo, pois no Purgatório só há um longo e pesado castigo, enquanto que, se aceitamos voluntariamente as cruzes neste mundo, mereceremos uma glória ainda maior no Paraíso. Daqui também o ditado: Deus ama àquele que faz sofrer”.

Não se deve invejar, pois, àquelas pessoas más que desfrutam de uma vida feliz; estes, antes, deveriam temer que isso possa ser já a recompensa pelo pouco de bem que realizaram.

M.K.


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