Ele que é o menor entre vós, aqui é o maior. Luc 22, 26
A doutrina segundo a qual São
José é o maior dos santos depois da Virgem Maria tende a tornar-se uma doutrina
comumente aceita na Igreja, que não teme declarar o humilde carpinteiro
superior em graça e em beatitude aos patriarcas, a Moisés, aos maiores dos
profetas, a São João Batista, e também aos apóstolos, a São Pedro, a São João,
a São Paulo, e por mais forte razão superior em santidade aos maiores mártires
e aos maiores doutores da Igreja. O menor, por sua profunda humildade, é em
razão da conexão das virtudes, o maior pela elevação da caridade: “Qui minor
est inter vos, hic major est” (Luc. IX, 48). [...]
[Essa doutrina] recebeu a
aprovação de Leão XIII na encíclicaQuanquam
pluries, de agosto de 1899, escrita para proclamar o patrocínio de
São José sobre a Igreja universal. Ele diz: “Certamente a dignidade da Mãe de
Deus é tão alta que nada pôde ser criado acima dela. No entanto, como José foi
unido à bem-aventurada Virgem pelo laço conjugal, não se pode duvidar que ele
se tenha aproximado, mais do que ninguém, dessa dignidade supereminente pela
qual a Mãe de Deus ultrapassa tanto todas as naturezas criadas. A união
conjugal é, com efeito, a maior de todas; em razão de sua própria natureza, ela
acompanha-se da comunicação recíproca dos bens dos dois esposos. Se, pois, Deus
deu à Virgem José como esposo, certamente não somente o deu como apoio na vida,
como testemunho de sua virgindade, guarda de sua honra, mas o fez também
participar, pelo laço conjugal, da eminente dignidade que ela recebeu”. [...]
Tendo Leão XIII afirmado que São
José se aproximou mais do que ninguém da dignidade supereminente da Mãe de
Deus, segue-se que, na glória, ele está acima de todos os anjos? Não o
poderíamos afirmar com certeza; contentemo-nos em exprimir a doutrina cada vez
mais aceita pela Igreja, dizendo: De
todos os santos, José é o mais elevado no céu depois de Jesus e Maria;
ele está entre os anjos e os arcanjos. [...] A perfeição consiste em fazer
aquilo que Deus quer, cada um segundo a sua vocação; mas
no silêncio e na obscuridade a vocação de José ultrapassa a vocação dos
apóstolos, porque toca mais de perto o mistério da Encarnação redentora. José,
depois de Maria, foi quem esteve mais próximo do autor da graça, e, no silêncio
de Belém, durante a estada no Egito e na casinha de Nazaré, recebeu mais graça
do que nenhum outro santo jamais recebeu.
Pe. Reginald
Garrigou-Lagrange O.P
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