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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Uma das explicações contra a consulta de horóscopos



ACERCA DA CONSULTA AOS ASTROS 
Santo Tomás de Aquino 

Como pediste que te escrevesse a propósito da licitude da consulta aos astros, cuidei escrever, desejando satisfazer teu pedido, sobre aquilo que nos foi transmitido pelos Santos Doutores


        Antes de tudo, é necessário que saibas que a virtude dos corpos celestes se estende à moção dos corpos inferiores. Com efeito, disse Santo Agostinho no livro quinto d´A Cidade de Deus: “Definitivamente, nem sempre é absurdo dizer que determinados astros podem ocasionar mudanças nos corpos”. E assim, se alguém recorre aos julgamentos dos astros para conhecer de antemão certos efeitos corporais, como a tempestade ou a serenidade do tempo, o vigor ou a fraqueza de um corpo, a fecundidade ou infecundidade das colheitas, e coisas similares, que dependam de causas corporais e naturais, não parece haver pecado. Pois, todos os homens recorrem a alguma observação dos corpos celestes em vista de conhecer efeitos deste tipo: os agricultores semeiam e colhem em períodos exatos após a observação do movimento do sol; os marinheiros evitam navegar quando a lua está cheia ou nas noites sem lua; os médicos examinam as doenças em dias específicos, determinados pelo curso do sol e da lua. Donde não há inconveniente na consulta aos astros com relação a efeitos corporais, fundada na observação de estrelas menos evidentes. 

        Mas é preciso absolutamente compreender que a vontade do homem não está sujeita à necessidade dos astros; de outro modo, pereceria o livre arbítrio, e sem este, não se poderiam atribuir as boas ações ao mérito do homem, nem as más à sua culpa. E, por esta razão, todo cristão deve ter por certo que o que depende da vontade do homem — todas as obras humanas são desta espécie — não está submetido à vontade dos astros. Por isso lemos nas Escrituras (Jr. 10, 2): Não vos espanteis com os sinais dos céus; porque com eles os gentios se atemorizam. 
        Mas o diabo, a fim de arrastar os homens ao erro, imiscui-se nas predições daqueles que se voltam aos julgamentos astrais <para conhecer o devir nos assuntos humanos>. É o motivo pelo qual Santo Agostinho disse em seu Comentário Literal Sobre o Gênese: é preciso reconhecer que, quando os astrólogos predizem com veracidade, é devido a qualquer influência ocultíssima que os espíritos humanos põem ao seu serviço; e quando tal se dá com a intenção de mistificar os homens, é obra dos espíritos imundos e sedutores, que podem ter dos afazeres temporais algum conhecimento verdadeiro. Por este motivo, Agostinho diz ainda, no livro segundo de seu tratado Sobre a Doutrina Cristã, que as observações astrais desta espécie equivalem a um pacto contraído com demônios.

        Ora, o cristão deve evitar totalmente ter pacto ou sociedades com demônios, segundo esta palavra do Apostolo (I Cor. 10, 20): Não quero que vos torneis associados aos demônios. E assim, deve ser tido por certo que a consulta aos astros sobre o que depende da vontade do homem é um pecado grave. 
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