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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Não recebe a coroa senão quem combate segundo as regras

Das cartas de São Tomás Becket, bispo
(Epist. 74: PL 190, 533-536) (Sec. XII)

Se nos preocupamos por ser o que devemos ser e queremos conhecer o significado do nosso nome – bispos e pontífices – temos necessidade de considerar e imitar com solicitude as pegadas d’Aquele que, constituído por Deus sumo sacerdote eterno, Se ofereceu por nós ao Pai no altar da cruz, e que do alto do Céu observa atentamente todas as nossas obras e intenções, para dar a cada um o que merecemos.

Nós fazemos as suas vezes na terra, conseguimos a glória do nome e a honra da dignidade e possuímos temporalmente o fruto dos trabalhos espirituais; sucedemos aos Apóstolos e aos varões apostólicos na mais alta responsabilidade das Igrejas, para que por meio do nosso ministério seja destruído o poder do pecado e da morte e para que a casa de Cristo, edificada na fé e no progresso das virtudes, cresça até formar um templo santo no Senhor.

É certamente grande o número dos bispos. No dia da nossa consagração prometemos ser solícitos e diligentes no dever de ensinar e governar, assim o professamos cada dia com as nossas palavras; queira Deus que a fidelidade prometida se confirme pelo testemunho das obras. A messe é abundante; e para a ceifar e armazenar no celeiro do Senhor não bastaria nem um nem poucos bispos.

Quem se atreve a duvidar que a Igreja de Roma é a cabeça de todas as Igrejas e a fonte da doutrina católica? Quem ignora que as chaves do reino dos Céus foram entregues a Pedro? Porventura não é verdade que a estrutura de toda a Igreja se edifica sobre a fé e a doutrina de Pedro, até que cheguemos todos ao estado de homem perfeito, na unidade da fé e no conhecimento do Filho de Deus?

É preciso que sejam muitos os que plantam, muitos os que regam, porque o progresso da pregação e o crescimento dos povos o exigem. Se o povo do Antigo Testamento, que tinha um só altar, precisava de muitos servidores, com maior razão agora, com a afluência inumerável dos gentios, – a quem, para suas oferendas não bastaria toda a madeira do Líbano, e para seus holocaustos não chegariam todos os animais do Líbano e nem sequer os animais de toda a Judeia, – serão necessários muitos ministros.

Seja quem for o que planta e o que rega, Deus não dá o crescimento senão àquele que planta e rega sobre a fé de Pedro e segue a sua doutrina.

É Pedro quem há-de pronunciar-se sobre as causas mais graves, que devem ser examinadas pelo Pontífice Romano e pelos magistrados da santa mãe Igreja por ele designados, pois enquanto participam da sua solicitude exercem o poder que ele lhes confia.

Recordai, finalmente, como se salvaram os nossos pais, de que modo e em meio de quantas tribulações foi crescendo a Igreja; de quantas tempestades saiu incólume a barca de Pedro que tem Cristo como timoneiro; como os nossos antepassados receberam a sua recompensa e como a sua fé se mostrou mais brilhante no meio da tribulação.

Este foi o destino de todos os Santos, para que se cumpra aquela palavra: não recebe a coroa senão quem combate segundo as regras.



Um comentário:

  1. oq falta na igreja hoje é a obdiencia ao Sumo Pontifice sucessor de São pedro, inventaram uma tal de "colegialidade dos bispo" sendo eles agora infaliveis. A CNBB é um exemplo claro. esqueceram a hieraquia, esqueceram que a Igreja é monarquica.

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