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sexta-feira, 27 de junho de 2014
sexta-feira, 13 de junho de 2014
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Momento Catequético - Santa Missa e Sacrifício
PERGUNTA - NO QUE CONSISTE O SACRIFÍCIO EUCARÍSTICO NA
SANTA MISSA?
103. Deve-se ainda uma vez notar que o sacrifício
eucarístico consiste essencialmente na imolação incruenta da vítima divina,
imolação que é misticamente manifestada pela separação das sagradas espécies e
pela sua oblação feita ao Pai Eterno. A santa comunhão pertence à integridade
do sacrifício, e à participação nele por meio da recepção do augusto
sacramento; e enquanto é absolutamente necessária ao ministro sacrificador, aos
fiéis é vivamente recomendável.
Da Mediator Dei, carta encíclica do Papa Pio XII,
Sobre a sagrada liturgia nº 103
terça-feira, 10 de junho de 2014
O que faz na terra o Espírito Santo? – Por Padre Daniel Pinheiro, IBP
Fonte: Missa Tridentina em Brasília
Sermão
para o IV Domingo depois da Páscoa
18 de
maio de 2014 – Padre Daniel Pinheiro
***
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém. Ave Maria…
“Quando vier, porém, o Espírito de
verdade, ele vos ensinará toda a verdade.”
Caros católicos, a liturgia da Santa
Igreja começa já a nos preparar para a Ascensão de Nosso Senhor. E, juntamente
com a Ascensão de Nosso Senhor, ela nos prepara também para a Festa de
Pentecostes. Quando Cristo diz que deve voltar ao Pai, que o enviou, a alma dos
discípulos fica repleta de tristeza. Ele promete, então, enviar o Espírito
Santo, o Consolador, e diz o que o Espírito Santo fará. E não está dito que o
Espírito Santo virá primeiramente para dar os dons carismáticos. Não, a
essência da vinda do Espírito Santo, não é o dom de línguas, nem o dom de cura
ou outro dom extraordinário. O Espírito Santo tem sua vinda partilhada em três
aspectos: quanto ao mundo, quanto a nós e quanto a Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Quanto ao mundo, o
Espírito Santo vem convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo. O
Espírito Santo vem reprovar ao mundo todos os seus pecados, sobretudo o da
incredulidade, da falta de fé naquilo que NS ensinou. O Espírito Santo condena
a incredulidade pela sua ação na história, em particular pela história da
Igreja. Vendo como a Igreja se desenvolveu, desde os apóstolos até hoje,
guardando intactos os ensinamentos de Cristo, apesar de todas as perseguições
violentas e de todas as heresias, podemos constatar a verdade dos ensinamentos
de NSJC. Tantos motivos para crer em Nosso Senhor e na sua Igreja, mas os
homens preferem crer irracionalmente em mestres criados por eles mesmos, ou
preferem acreditar na própria vontade. O Espírito Santo reprova ao mundo também
os outros pecados, toda classe de pecados, servindo-se, para tanto, da pregação
dos apóstolos e dos sucessores deles, servindo-se da fortaleza heroica dos
mártires, da ciência dos doutores da Igreja, do exemplo dos santos. Muitas
vezes, o Espírito Santo reprova ao mundo o pecado, servindo-se de castigos,
como, por exemplo, a destruição de Jerusalém pelo imperador Tito no ano 70, ou
pela tomada de Constantinopla pelos maometanos em 1453, ou ainda pela
infiltração de algum erro entre os católicos.
Quanto ao mundo
também, o Espírito Santo vem convencê-lo da justiça.
Nosso Senhor foi basicamente acusado de duas coisas: de ser um pecador, e de
ter blasfemado ao declarar-se Deus, afirmando ser verdadeiramente Filho de
Deus. O Espírito Santo vem para estabelecer a santidade de Nosso Senhor Jesus
Cristo e a sua divindade. E isso já desde Pentecostes, em que São Pedro, pela
sua pregação, restabelece a justiça e a verdade quanto a Nosso Senhor Jesus
Cristo. E são esses os dois pilares da pregação da Igreja: a santidade de
Cristo e a sua divindade. O Espírito Santo mostra, pelos santos, como aquele
que se assemelha e imita Nosso Senhor se torna verdadeiramente bom. O Espírito
Santo mostra ao longo da história, como uma sociedade que se baseia em Nosso
Senhor Jesus Cristo e nos preceitos de sua Igreja floresce em todos os
aspectos, mas sobretudo na virtude, onde se encontra o bem do homem. Ele mostra
como uma sociedade que não se baseia em Cristo tende ao caos. Portanto, o
Espírito Santo reprova ao mundo sua injustiça e mostra a esse mesmo mundo a
santidade e a divindade de Nosso Senhor. Nosso Senhor está hoje no lugar que
lhe é devido em justiça: a direita do Pai.
Ainda quanto ao
mundo, o Espírito Santo o convencerá do juízo, isto é, da
condenação do príncipe do mundo, o demônio. Pela morte na cruz e pela
ressurreição de NS, o demônio foi derrotado. Qualquer alma, unindo-se a Cristo
pela fé e caridade, pode derrotar o demônio e o pecado. O Espírito Santo vem
para nos mostrar que a vitória está com Cristo e com seus seguidores, para
mostrar que Cristo venceu o mundo. Ele vem para mostrar que o demônio e o
pecado já estão condenados.
Quanto aos homens,
o Espírito Santo vem para ensinar toda a verdade, para consolar e para
fortalecer. Ele vem para ensinar toda a verdade. Toda a verdade foi
revelada pelo Espírito Santo aos Apóstolos. A Revelação termina com o último
apóstolo, que foi São João Evangelista. A Igreja não foi instituída para
inventar ou ensinar novidades, mas para defender, guardar, explicitar e
propagar as verdades Reveladas por Cristo e pelo Espírito Santo aos apóstolos.
O Espírito Santo, com sua assistência, assegura a fidelidade da Igreja à
verdade revelada, garantindo assim que o ensinamento de Cristo chegue até o
final dos tempos. Foi o Espírito Santo que deu a coragem e o zelo missionário
aos apóstolos em Pentecostes, para que eles propagassem a boa-nova do Evangelho
até os confins da terra. O Espírito Santo nos ensina a verdade iluminando as
nossas inteligências, para que possamos conhecer e aderir às verdades reveladas
por Cristo e por Ele.
Também quanto aos
homens, o Espírito Santo vem para consolá-los. Ele vem
sustentar os justos nas provações da vida cristã, para ajudá-los nas desgraças.
Ele vem para nos fazer ver Jesus e a alegria no meio das cruzes. Ele vem para
nos encorajar no bom caminho, neste vale de lágrimas em que vivemos. O Espírito
Santo vem para nos unir em tudo a Nosso Senhor Jesus Cristo. E Ele vem consolar
não só os pecadores, mas também os justos, ferindo-os com o remorso, estimulando-os
ao arrependimento, fazendo-os ver que o perdão dos pecados e a conversão da
vida é perfeitamente possível.
Ainda quanto aos
homens, o Espírito Santo vem fortalecê-los, para que possam
resistir a todas as adversidades desse mundo que já podemos chamar, com toda
exatidão, de completamente pagão. Os ataques do demônio e dos outros espíritos
malignos que vagueiam pelo mundo para perder as almas são inúmeros. Nesse
combate, contra esse ambiente anticatólico em que as pessoas vivem totalmente
esquecidas de Deus e entregues por completo às coisas da terra, é necessária
essa fortaleza dada pelo Espírito Santo. Precisamos dessa fortaleza para
resistir às falsas máximas do mundo : “Deus é bom e compreensivo, não vai nos
condenar por nos divertirmos um pouco; comer bem, vestir-se segundo a moda,
divertir-se muito, é isso que se deve procurar; o principal é a saúde e uma
vida longa” e assim por diante. Precisamos do Espírito Santo para resistir às
zombarias e perseguições do mundo contra a vida de piedade, contra os vestidos
honestos e decentes, contra a delicadeza de consciência na profissão e em todas
as ações. Precisamos dessa fortaleza dada pelo Espírito Santo para resistir às
zombarias contra as leis santas do matrimônio, leis que o mundo julga
antiquadas ou impossíveis de serem praticadas, leis que o mundo subverte
completamente. É preciso dessa fortaleza para resistir aos escândalos e maus
exemplos praticamente onipresentes, bastando sair às ruas para vê-los, ou abrir
um jornal, ou mesmo escutar uma conversa por acaso… Precisamos dessa fortaleza
para resistir às diversões cada vez mais abundantes e refinadas e imorais:
teatros, músicas, filmes, danças, praias, piscinas, jornais, revistas, modas
indecentes, conversas torpes, piadas provocadoras, frases de duplo sentido. O
mundo parece nos indicar que para se divertir é preciso pecar. Tal força dada
pelo Espírito Santo nos vem primeiramente e principalmente do sacramento da
crisma.
Finalmente, com relação a Nosso Senhor
Jesus Cristo, o Espírito Santo vem para glorificá-lo. Jesus, com sua vinda à
terra, glorificou Deus Pai, com sua obediência, com sua doutrina com seus
milagres. Deus Filho glorificou o Pai, dando testemunho do Pai. Deus Espírito
Santo vem para que Deus Filho seja glorificado, isto é, para que Nosso Senhor
seja conhecido, amado e servido. O Espírito Santo assistindo a Igreja, propagou
por toda a terra a verdade sobre Deus e sobre seu amor por nós.
Que grande graça é para nós a vinda do
Espírito Santo, afastando-nos do pecado, da injustiça, do juízo de condenação e
levando-nos a Jesus Cristo ao nos ensinar a verdade, ao nos consolar e nos
fortalecer.
Em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo. Amém.
quinta-feira, 5 de junho de 2014
A liturgia tradicional ilumina nossos tempos mutáveis com sua beleza e sua grandeza imutáveis
KLAUS GAMBER
“A INTREPIDEZ DE UMA VERDADEIRA TESTEMUNHA”
(POR CARDEAL RATZINGER
Bento XVI)
Klaus Gamber |
Dizia-me há pouco um jovem sacerdote: “Hoje precisamos de um
novo movimento litúrgico”. É a expressão de uma preocupação que somente um
espírito voluntariamente superficial poderia hoje desprezar. O que preocupava
este sacerdote não era a conquista de novas e audazes liberdades: que liberdade
não se tomou ainda? Sentia a necessidade de um novo renascer partindo do mais
íntimo da liturgia, como o havia desejado o movimento litúrgico quando estava
no apogeu de sua verdadeira natureza, quando não se tratava de fabricar textos
ou de inventar ações e formas, mas de descobrir o centro vivo, de penetrar no
tecido da liturgia propriamente dita, para que seu cumprimento saísse de sua
própria substância. A reforma litúrgica, em sua realização concreta, se
distanciou demais desta origem. O resultado não foi uma reanimação, mas uma
devastação. De um lado, tem-se a liturgia que se degenerou em “show”, onde se
quis mostrar uma religião atrativa com a ajuda de tolices da moda e de
incitantes princípios morais, com êxitos momentâneos no grupo de criadores
litúrgicos e uma atitude de reprovação tanto mais pronunciada nos que buscam na
Liturgia, não tanto o “showmaster” espiritual, mas o encontro com o Deus
vivo, diante do qual toda “ação” é insignificante, pois somente este encontro é
capaz de nos fazer chegar à verdadeira riqueza do ser. De outro lado, existe
uma conservação de formas rituais cuja grandeza sempre impressiona, porém que
levada ao extremo cristaliza num isolamento de opinião, que ao final só se
torna tristeza. Certamente ficam entre os dois todos os sacerdotes e seus
paroquianos que celebram a nova liturgia com solenidade; mas que se sentem inquietos
pelas contradições existentes entre os dois extremos; e a falta de unidade
interna da Igreja faz com que esta fidelidade apareça, aos olhos de muitos,
como uma simples variedade pessoal de neoconservadorismo. Uma vez que isto
acontece, necessitamos de um novo impulso espiritual para que a liturgia seja
de novo uma atividade comunitária da Igreja e seja arrancada da arbitrariedade
dos padres e de suas equipes de liturgia.
Não se pode “fabricar” um movimento litúrgico desta classe,
como não se pode “fabricar” algo vivo. Todavia, pode-se contribuir com o seu
desenvolvimento, esforçando-se em assimilar o novo espírito da liturgia e
defendendo publicamente o que assim se recebeu. Este novo ponto de partida
precisa de “padres” que sejam modelos e que não se contentem com indicar o caminho a seguir. Os que hoje
buscam tais “padres” encontrarão sem dúvida na pessoa de Monsenhor Klaus
Gamber, que desgraçadamente nos deixou rápido, porém precisamente, ao nos
deixar se fez verdadeiramente presente a nós, em toda a força das perspectivas
que nos abriu. Justamente porque ao partir escapa das discussões partidistas,
poderá, nesta hora de desolação, converter-se em “padre” de uma nova caminhada.
Gamber trouxe, com todo o seu coração, a esperança do antigo movimento
litúrgico. Sem dúvida, porque vinha de uma escola estrangeira, permaneceu como
um “outsider”1 no cenário alemão, onde verdadeiramente não o queriam
admitir; recentemente uma tese encontrou dificuldades importantes porque um
jovem pesquisador ousou citar repetidamente a Gamber com demasiada
benevolência. Pode ser, contudo, que este rechaço tenha sido providencial,
porque forçou Gamber a seguir seu próprio caminho, evitando-lhe a carga do
conformismo.
É difícil expressar
em poucas palavras, dentro da disputa entre liturgistas, o que verdadeiramente
é essencial e o que não o é. Talvez a seguinte indicação possa ser útil. J. A.
Jungman, um dos liturgistas verdadeiramente grandes de nosso século, havia
definido em seu tempo a liturgia, tal como se entendia no Ocidente, baseando-se
em investigações históricas, como uma "liturgia fruto de um
desenvolvimento"; provavelmente em contraste com a noção oriental, que não
vê na liturgia o devir e o crescimento histórico, mas apenas o reflexo da
eterna liturgia, na qual a luz, através do desenrolar da ação sagrada 2,
ilumina nossos tempos mutáveis com sua beleza e sua grandeza imutáveis. O que
ocorreu após o Concílio é algo completamente distinto: no lugar de uma liturgia
fruto de um desenvolvimento contínuo, introduziu-se uma liturgia fabricada.
Escapou-se de um processo de crescimento e de devir para entrar em outro de
fabricação. Não se quis continuar o devir e o amadurecimento orgânico do que
existiu durante séculos. Foi substituído, como se fosse uma produção
industrial, por uma fabricação que é um produto banal do momento. Gamber, com a
vigilância de um autêntico vidente e com a intrepidez de uma verdadeira
testemunha, se opôs a esta falsificação e nos ensinou incansavelmente a
plenitude viva de uma verdadeira liturgia, graças a seu conhecimento
incrivelmente rico das fontes; ele mesmo, que conhecia e amava a história, nos
ensinou as múltiplas formas do devir e do caminho da liturgia; ele mesmo, que
via a história desde dentro, viu neste desenvolvimento e nos seus frutos o
reflexo intangível da liturgia eterna, que não é objeto do nosso fazer, mas que
pode continuar maravilhosamente amadurecendo e se expandindo, se nos unimos
intimamente a seu mistério. A morte deste homem e sacerdote eminente deveria
nos estimular; sua obra poderia nos ajudar a tornar um novo impulso.
1 NT. Estranho,
intruso.
2 NT. O texto
espanhol traz a través del desarrollo sagrado.
Joseph
Cardeal Ratzinger
Bento
XVI
terça-feira, 3 de junho de 2014
Momento Catequético - A Liturgia e a volta as fontes
Pergunta - É
legítimo voltar as fontes esquecendo o desenvolvimento orgânico da liturgia?
55. É certamente coisa sábia e muito louvável
retornar com a inteligência e com a alma às fontes da sagrada liturgia, porque
o seu estudo, reportando-se às origens, auxilia não pouco a compreender o
significado das festas e a penetrar com maior profundidade e agudeza o sentido
das cerimônias, mas não é certamente coisa tão sábia e louvável reduzir tudo e
de qualquer modo ao antigo. Assim, para dar um exemplo, está fora do caminho
quem quer restituir ao altar a antiga forma de mesa; quem quer eliminar dos
paramentos litúrgicos a cor negra; quem quer excluir dos templos as imagens e
as estátuas sagradas; quem quer suprimir na representação do Redentor
crucificado as dores acérrimas por ele sofridas; quem repudia e reprova o canto
polifônico, ainda quando conforme às normas emanadas da Santa Sé.
Da Mediator Dei, carta
encíclica do Papa Pio XII,
Sobre
a sagrada liturgia
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