V Parte
Apologética
Católica com o Padre Júlio Maria de Lombaerde, + 1944
(Retirado
do Livro "Luz nas Trevas - Respostas irrefutáveis as objeções
protestantes".)
IX. Crer ou blasfemar
Como
tudo isso é sublime!... é divino! É a cena da promessa da Eucaristia, não é a
instituição ainda... porém vê-se como Jesus preparava o espírito dos seus apóstolos
para a cena inaudita da instituição deste divino sacramento.
Pe. Júlio Maria de Lombaerde |
Ó
pobre protestante, seja sincero e diga-me: Seria possível Cristo ser mais claro
e mais positivo? E de outro lado, seria possível – seria o extremo do ridículo!
Seria possível Cristo empregar palavras tão majestosas, para prometer-nos
simplesmente um pedaço de pão, que devemos comer em sua lembrança?
Não
sentes, ó crente, que seria indigno de Deus!?... Fazer um tal discurso...
expor-se a perder seus discípulos fiéis... escandalizar judeus e apóstolos...
unicamente por causa de um pedaço de pão!
Não!...
É impossível! Jesus Cristo fala aqui de seu próprio corpo, que deve, na sagrada
eucaristia, ser o alimento vivo das nossas almas.
O
erro é impossível... não há outra saída senão a revolta e a blasfêmia.
É
o que disseram os discípulos infiéis... é o que estais fazendo, pobres
protestantes!
Crer
ou blasfemar! Não quereis crer na palavra divina... por isso blasfemais a mais
sublime das invenções do amor de Deus! repetindo, em pleno século de luz, o
brado revoltoso dos fariseus do Evangelho: Não é a carne de Cristo, é
simplesmente um vulgar pedaço de pão.
X. A instituição
O
espírito dos apóstolos estava admiravelmente preparado para receber o dom da
Eucaristia.
Por
isso, na última ceia, não há mais nem discussão, nem contestação, nem
admiração. Os apóstolos conhecem o coração do divino Mestre; conhecem o seu
poder; sabem o que ele vai fazer. Calam-se e adoram.
Leia
as palavras da instituição, tudo é de uma simplicidade divina e de uma clareza
mais divina ainda.
O
dia está escolhido; é a véspera da sua morte, em meio das ternuras lacerantes
do adeus, neste momento onde, deixando aqueles que se amam, fala-se com mais
coração e com mais firmeza, porque, estando para morrer, não se estará mais
para explicar ou interpretar as próprias palavras. Neste momento, pois, num
festim preparado com solenidade (Lc 22,12), impacientemente desejado (Lc
22,15), eis que se passa:
Quando
estavam ceando, Jesus tomou o pão, benzeu- e partiu-o, e deu-o a seus
discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é o meu corpo, que é
dado por vós. – Fazei isto em memória de mim (Lc 22,19).
E
tomando o cálice, deu graças, e o deu a eles, dizendo: Bebei deste todos,
porque isto é o meu sangue do novo testamento, que será derramado por muitos,
para a remissão dos pecados (Mt 26, 27-28).
Que simplicidade e que precisão nos
termos!... que ausência de frases; sente-se em cada palavra uma autoridade
divina!
O
original grego é mais forte ainda: Isto é o meu corpo, meu próprio
corpo, o mesmo que é dado por vós. – Isto é o meu sangue, meu próprio sangue da
nova aliança, o sangue derramado por vós em remissão dos pecados.
E
no texto siríaco, tão antigo como o grego, feito no tempo dos apóstolos,
diz-se: O que se nos dá “é o próprio corpo de Jesus, seu próprio
sangue”.
Que
simplicidade! Ainda uma vez. Leia isso, pobre crente, e veja se há jeito de dar
a estes textos outro sentido senão o da presença real do corpo
e do sangue de Cristo, no pão e no vinho eucarísticos!
Se
Jesus quisesse dar um simples sinal, ele o teria dito. Quando ele
usa de parábolas, de tropos ou similitudes, ele o faz de modo que todos o
compreendam.
Aqui,
sem nada explicar, nem antes, nem depois, Jesus diz:isto é o meu corpo.
Ó
Jesus! Que precisão!... e ao mesmo tempo: que autoridade! Quanto poder nestas
palavras: Lázaro, sai do sepulcro! E Lázaro sai
imediatamente. Mulher, estás curada! E ela fica curada. Isso
é meu corpo! E esse é o corpo do Cristo.
“Estas
palavras, diz Melanchthon, um dos fundadores do protestantismo, têm o brilho do
relâmpago, e o espírito nada lhes pode objetar. (De verit. Corpo. Christi in 1
Ep. ad. Cor.).
Eis
a verdade, meu caro crente, a verdade clara, positiva, irrefutável, a verdade
fulgurante como o relâmpago, imponente como a majestade divina. Ainda uma vez –
pois é a conclusão que se impõe: Ou crer ou blasfemar! Ou
aceitar a verdade católica, ou tornar-se um miserável ímpio.
Medita
isso, e tem coragem de escutar a tua consciência e a voz de Deus, e de repetir
com a Igreja católica: Cristo está verdadeiramente presente no santíssimo sacramento
do altar!
Creio,
Senhor, aumentai a minha fé!
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