Nosso Canal

terça-feira, 22 de outubro de 2013

II Parte - Uma bela história que se torna mais presente

II Parte
Sem. Pedro Afonso
Diretor Geral
 NOS NOSSOS DIAS...
3 A batina evangeliza ou escandaliza?

Muitos desaconselham o uso da batina alegando um motivo pastoral, ou seja, a batina afastaria o povo. Isto podemos descartar de primeira. É um absurdo quem assim pensa e para constatar sua inverdade é só ver a reação das pessoas. Muitas destas ao ver alguém portando o hábito eclesiástico buscam ajuda, uma conversa ou simplesmente uma apresentação, unida a uma rápida manifestação de respeito. Não podemos, é claro, negar que em algumas ocasiões, por causa do secularismo, algumas pessoas venham se comportar diante do uso da batina com total repugnância e até de forma agressiva, pois: "Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mt 10,22).  Mas, qual deve ser a nossa atitude? "Porque, se eles fazem isto ao lenho verde, que acontecerá ao seco?" (Lc 23,31). Qual é a recompensa que queremos, a não ser a Cruz pelo valor que a própria cruz representa?

Outros, entretanto, defendem o não uso da batina para que esta não se torne motivo de escândalo nas mãos dos que não são fiéis ao sacerdócio. Realmente, este pode ate ser visto como um bom argumento, mas podemos usar outro exemplo, em meio a tantos outros, para aclararmos melhor as ideias. Durante muito tempo muitos usaram objetos sagrados para fins terríveis. Podemos citar vários exemplos, como a utilização de imagens sagradas em terreiros de umbanda ou de candomblé, ou como recentemente na JMJ, quando um grupo feminista profanou um crucifixo com atos obsenos. O mais visto ainda são pessoas que fazem uso do crucifixo pendurado ao pescoço, não como objeto de devoção, mas, pelo contrário, sem nenhuma piedade. Contudo, infelizmente, estes são usados como um mero adereço de modelos em poses sensuais.

Se o argumento acima fosse realmente válido, teríamos que deixar de usar tais objetos sagrados, a fim de não permitir que estes fossem usados por outros sem o respeito devido, ou seja, seria um disparate pois, o mal está no incorreto uso do objeto, mas não nele próprio. Um padre ou um seminarista que, ao portar a batina, venha a cometer algum escândalo, não deve ser censurando pelo uso da batina, mas pelo mau exemplo que deu. Não foi a batina a culpada de tal ato escandaloso, mas pelo contrário, ela foi o sinal que quem a estava usando não deve ser motivo de escândalo. Não podemos querer tirar a batina para não escandalizar, mas usar a batina sem ser motivo de escândalo, pois ela deixa bem mais clara a radicalidade da opção que fizemos diante de Deus, por Jesus Cristo.

4 Um relato pessoal
 
Quando andamos pelas ruas queremos, se possível, falar com todos que passam por nós para anunciarmos o Santo Evangelho. Quantos destes já perderam o sentido de suas vidas, quantos destes estão passando por alguma crise, angústia ou depressão. Porém, é impossível achegar-se a todos estes que diariamente passam em nossos caminhos. Entretanto, quando sacerdotes ou seminaristas portando a santa vestimenta são vistos, muitos são atraídos e olham para eles com um olhar diferente, muitos recordam que estão afastados da Igreja e dos sacramentos e muitos ainda procuram se aproximar para conversar. Tantas vezes para desabafar e outras ainda para uma confissão que podemos até dizer de urgência. Em resumo, contemplamos em muitos destes olhares uma chama de esperança sendo acesa, uma confirmação de que eles não estão a sós.
 
Que felicidade para um padre poder, pela confissão, tirar a alma de tal angustiante situação. No caso dos seminaristas, não podendo ouvir a confissão podem, por sua vez, aconselhar principalmente a procurar um confessor para que tal alma se veja aliviada do fardo terrível do pecado, ou simplesmente para um desabafo, alguma dificuldade familiar ou profissional.

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