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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Mês de Maria - Nossa Senhora de Almudena


(Madrid - Espanha)

O título Nossa Senhora de Almudena provém do lugar em que foi encontrada a imagem, que, como tantas outras, fora escondida para não ser profanada.

Há duas tradições acerca da descoberta da imagem. Uma diz que foi encontrada durante o assalto do exército de Afonso VI à muralha de Madrid, parte da qual desmoronou, deixando à mostra a imagem. Outra tradição informa que, logo que o Rei Dom Afonso se apoderou de Madrid, procedeu-se à purificação da Igreja de Santa Maria que fora profanada pelos mouros, e como não tinha sido encontrada a imagem da Virgem levada para lá por São Tiago, a qual ocupara o altar-mor da igreja, mandou o rei que se pintasse e fosse colocada em seu lugar outra imagem chamada “da Flor”, por causa de uma flor que o pintor lhe pôs na mão, pintura esta que depois foi posta no fundo da igreja, quando se recolocou em seu lugar a antiga imagem.  Como o rei sabia da existência dessa imagem antes da irrupção maometana, fez o voto de procurá-la com toda a diligência. Depois de desembaraçar-se dos encargos mais urgentes e de fazer que se restabelecesse o culto na Igreja de Santa Maria, organizou de acordo com a autoridade eclesiástica uma procissão de rogativa, para impetrar do Senhor o encontro da sagrada imagem ao redor das muralhas da vila. Organizado o piedoso cortejo, este foi circundando todo o recinto murado, entoando-se cânticos e recitando-se com fervor diversas orações para obterem da misericórdia divina a indicação do lugar onde estava oculta a milagrosa imagem.

Desse modo, chegaram à parte da muralha que dava para a “Cuesta de La Vega”, onde se verificou o prodígio de desmoronar-se um pedaço da muralha, deixando-a descoberta a imagem pelas lâmpadas que ali deixaram acesas os cristãos, antes de taparem o nicho em que ficou encerrada. Em virtude de que fenômeno ardiam aquelas duas lâmpadas, que a um e outro lado tinha a imagem, como se uma mão diligente tivesse o cuidado de alimentá-las para que não se apagassem? Teve-se de admitir a intervenção do sobrenatural, porque foi impossível demonstrar que por via ordinária pudesse alguém acender as duas misteriosas lâmpadas! Diz a tradição que a imagem foi ali escondida pelos cristãos quando da invasão maometana. Passados os primeiros momentos do júbilo que produziu tão portentoso achado, dispôs o rei que no dia seguinte se fizesse a transladação da sagrada imagem para sua antiga igreja e que uma cópia dela fosse colocada entre duas lâmpadas constantemente acesas, no nicho da muralha que durante mais de três séculos a imagem autêntica havia ocupado. E assim se fez em meio às demonstrações de fervor e júbilo do povo de Madrid, que enfim encontrara a venerada imagem, à qual deram o título de “Almudena”, que quer dizer mercado ou celeiro, porque a parte da muralha em que fora descoberta ficava perto do mercado e depósito de cereais dos mouros. 

O povo de Madrid não tardou a experimentar os benéficos efeitos da poderosa intercessão da Santíssima Virgem sob o título de Nossa Senhora de Almudena, tanto nas necessidades públicas como nas individuais. Entre as primeiras, é digno de menção especial o eficaz auxílio que prestou à vila nos dois cercos que lhe puseram os mouros, depois de haver sido reconquistada por Dom Afonso VI.  Em ambos, deu triunfo às armas cristãs, desbaratando os muçulmanos, e remediou os horrores da fome, que já se fazia sentir pela falta de mantimentos, fazendo-os chegar em abundância aos sitiados por  via milagrosa.

A imagem da Virgem é de madeira olorosa, que recorda os cedros do Líbano, e a pintura a cobre é tão consistente que os estragos naturais do tempo não têm podido deteriorá-la.

Devido à revolução de julho de 1854, o histórico templo foi derrubado, tendo a venerada imagem sido transladada para a igreja do Sacramento, juntamente com o culto da paróquia.

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