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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A devoção pela santa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo


  Quanto agrada a Jesus Cristo que nós nos lembremos continuamente de Sua Paixão e da morte ignominiosa que por nós sofreu, muito bem se deduz de haver Ele instituído o Santíssimo Sacramento do altar com o fito de conservar sempre viva em nós a memória do amor que nos patenteou, sacrificando-Se na Cruz por nossa salvação.

Já sabemos que na noite anterior à Sua morte Ele instituiu este sacramento de amor e depois de ter dado Seu corpo aos discípulos, disse-lhes — e na pessoa deles a nós todos — que ao receberem a santa comunhão se recordassem do quanto Ele por nós padeceu: “Todas as vezes que comerdes deste pão e beber de deste cálice, anunciareis a morte do Senhor” (1Cor 11,26). Por isso a santa Igreja, na missa, depois da consagração , ordena ao celebrante que diga em nome de Jesus Cristo: “Todas as vezes que fizerdes isto, fazei-o em memória de mim”. E S. Tomás escreve: “Para que permanecesse sempre viva entre nós a memória de tão grande benefício, deixou Seu corpo para ser tomado como alimento” (Op. 57). E continua o santo a dizer que por meio de um tal sacramento se conserva a memória do amor imenso que Jesus Cristo nos demonstrou na Sua Paixão.

Se alguém padecesse por seu amigo injúrias e ferimentos e soubesse que o amigo, quando se falava sobre tal acontecimento nem sequer nisso queria pensar e até costumava dizer: falemos de outra coisa — que dor não sentiria vendo o desconhecimento de um tal ingrato? Ao contrário, quanto se consolaria se soubesse que o amigo reconhece dever-lhe uma eterna obrigação e que disso sempre se recorda e se lhe refere sempre com ternura e lágrimas? Por isso é que todos os santos, sabendo a satisfação que causa a Jesus Cristo quem se recorda continuamente de Sua Paixão, estão quase sempre ocupados em meditar as dores e os desprezos que sofreu o amantíssimo Redentor em toda a Sua vida e particularmente na Sua morte.

S. Agostinho escreve que as almas não podem se ocupar com coisa mais salutar que meditar cotidianamente na Paixão do Senhor. Deus revelou a um santo anacoreta que não há exercício mais próprio para inflamar os corações com o amor divino do que o meditar na morte de Jesus Cristo. E a S. Gertrudes foi revelado, segundo Blósio, que todo aquele que contempla com devoção o crucifixo é tantas vezes olhado amorosamente por Jesus quantas ele o contempla.

Ajunta Blósio que o meditar ou ler qualquer coisa sobre a Paixão traz-nos maior bem que qualquer outro exercício de piedade. Por isso escreve S. Boaventura: “A paixão amável que diviniza quem a medita” (Stim. div. amor. p. 1. c. 1). E falando das chagas do crucifixo, diz que são chagas que ferem os mais duros corações e inflamam no amor divino as almas mais geladas.

(A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo - volume I, Santo Afonso Maria de Ligório)

Um comentário:

  1. COMO COMPREENDERMOS A LOUCURA DA CRUZ? O DOCE E PROFUNDO MISTÉRIO DE UM FILHO DE DEUS À MERCE DOS PECADORES, PARA SALVÁ-LOS... HAVERIA CRISTIANISMO SEM A MORTE E RESSURREIÇÃO DO INSONDÁVEL EMANUEL?
    TIA ROSE

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